Yago Mateus desabafa após sofrer racismo na Espanha: 'Me machucou muito'
O jogador brasileiro Yago Mateus, armador do Ratiopharm Ulm, da Alemanha, desabafou em sua rede social após sofrer um ataque racista durante um jogo de basquete em Badalona, na Catalunha. Ele se disse muito machucado.
Senti na pele. E por causa da cor da minha pele. Senti aquilo que muitos sentem todos os dias, mas precisam aceitar quietos. Aquilo que alguns não querem ou fingem não ver. Tudo isso me machucou muito, uma dor que doeu diferente. É como uma ferida que abriu de repente e não vai fechar nunca mais", escreveu Yago Mateus.
Na última terça (7), na partida contra o Club Joventut Badalona, Yago Mateus foi chamado diversas vezes de "macaco" por uma torcedora local. Em seu desabafo, o jogador da seleção brasileira disse que atos racistas são inaceitáveis e agradeceu o apoio recebido.
Nunca havia passado por isso antes, sempre me senti atingido de alguma forma quando via acontecer com os outros. Agora foi diferente, o alvo fui eu. Não é fácil entender e é impossível aceitar o que aconteceu. O racismo, a discriminação, está por toda parte, nas mínimas coisas, seja num olhar, numa atitude, num pensamento ou num xingamento."
"Recebi muitas mensagens de força, de apoio, e esse carinho me confortou. Carinho de pessoas que nem conheço, da minha família, da minha equipe, dos meus amigos, do meu time, de todos que repudiaram aquele ato covarde e criminoso. Racismo é ignorância. Racismo é repugnante. Racismo é inaceitável", completou Yago Mateus.
Após o episódio, o Club Joventut Badalona condenou o ataque racista e afirmou que encaminhou o vídeo em que a torcedora agride Yago Mateus para as autoridades competentes. A CBB também repudiou o caso e cobrou providências das autoridades espanholas.
Confira o desabafo de Yago Mateus na íntegra
"Senti na pele. E por causa da cor da minha pele. Senti aquilo que muitos sentem todos os dias, mas precisam aceitar quietos. Aquilo que alguns não querem ou fingem não ver. Tudo isso me machucou muito, uma dor que doeu diferente. É como uma ferida que abriu de repente e não vai fechar nunca mais.
Nunca havia passado por isso antes, sempre me senti atingido de alguma forma quando via acontecer com os outros. Agora foi diferente, o alvo fui eu. Não é fácil entender e é impossível aceitar o que aconteceu. O racismo, a discriminação, está por toda parte, nas mínimas coisas, seja num olhar, numa atitude, num pensamento ou num xingamento.
Recebi muitas mensagens de força, de apoio, e esse carinho me confortou. Carinho de pessoas que nem conheço, da minha família, da minha equipe, dos meus amigos, do meu time, de todos que repudiaram aquele ato covarde e criminoso. Racismo é ignorância. Racismo é repugnante. Racismo é inaceitável. Me abalou, mas não me derrubou.
Como diz na minha música favorita 'Já fui vaiado, já fui humilhado, já fui atacado Fui xingado, ameaçado, nunca amedrontado Aplaudido, reverenciado, homenageado, Premiado pelos homens, por Deus abençoado'. Que cada um responda pelos seus atos, que as punições sirvam de exemplo para que, um dia, quem sabe, possamos viver em um mundo com menos ódio, com mais igualdade e educação.
Sigo em frente sem desejar mal a ninguém, com a mesma alegria, com a mesma vontade, com meus valores e objetivos, me divertindo em quadra, fazendo o que mais amo que é jogar basquete."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.