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Jogadora de vôlei bomba no TikTok e não quer seguir estilo de Key Alves

Luiza Sá

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/03/2023 04h00

Jogadora de vôlei do São Carlos, Gabi Gagliassi faz sucesso também pelos conteúdos na Internet. Apostando na carreira como influenciadora, ela já soma mais de 3,6 milhões de seguidores no TikTok, onde faz a maioria dos vídeos falando justamente sobre o esporte que pratica.

Eu sempre gostei muito de estar em frente às câmeras, então tentava gravar as dancinhas e tudo mais. Porém, quando gravei um vídeo ensinando um fundamento do vôlei, viralizou de uma forma que nenhum outro vídeo meu havia viralizado" Gabi Gagliassi

"Pensei 'e se for isso que tanta gente precisa e não encontra na plataforma?' Foi quando comecei a focar mais em vídeos sobre esporte, rotina de atleta e memes. Às vezes faço algo fora do nicho, mas não que vá me prejudicar", contou ao UOL.

O momento como influencer vem dando tão certo que Gabi ganhou um prêmio. No TikTok Awards 2022, ela faturou na categoria "Isso Aqui é a Elite!", de conteúdos esportivos na plataforma, vencendo usuários como @brauneoficial (2,8 milhões de seguidores), @kaike (1,1 milhão), @mikeon7 (1,2 milhão) e @ygoreu (1,5 milhão).

Ela diz tentar criar nas redes sociais um estilo diferente ao de outra atleta de vôlei que ganhou reconhecimento nas redes sociais: Key Alves. A participante do BBB soma 7,6 milhões de seguidores no Instagram e afirmou certa vez que ganhava R$ 200 mil por mês com seu perfil no OnlyFans. Ela admitiu no reality show que mentiu o valor em "50 vezes mais".

Gabi diz que conheceu Key, mas afirma ser contra algumas condutas da jogadora.

Conheço a Key Alves, mas nunca fui próxima dela. Já a vi pessoalmente por causa do vôlei, mas nunca nem conversamos. Não vou falar que apoio a forma que ela começou na Internet porque o que as pessoas falam é verdade. Ela começava a te seguir e depois dava unfollow" Gabi Gagliassi

"Cada um cresce da forma que acha correto. Também não concordo com a forma de se posicionar em relação às opiniões e relatos que ela faz sobre a carreira de jogadora, expondo salários de clubes e etc. Acho que tem mais a prejudicar do que a nos ajudar. Mas cada um é cada um. Eu não faria."

Gabi descarta a possibilidade de seguir o caminho de Key Alves e ter uma conta no OnlyFans. "O meu conteúdo sempre foi muito direcionado a crianças, principalmente no TikTok, não tenho nada contra com quem faz, afinal, cada um trabalha com o que quer, mas eu não acho justo influenciá-las (meus seguidores -18) a fazerem isso e acabar mostrando o esporte dessa forma."

Os 3,6 milhões de seguidores ainda não renderam altos rendimentos no TikTok. Gabi diz que o valor recebido da plataforma ainda é baixo e a renda é basicamente de publicidades feitas em alguns posts. No Instagram, onde tem 476 mil seguidores, ela é embaixadora de uma casa de apostas.

A vida no vôlei

Gabi começou no vôlei aos oito anos na cidade natal, em Chopinzinho, no Paraná. Ela saiu da casa dos pais aos 13 anos para morar em Marechal Cândido Rondon, onde ficou por cinco anos.

"Em 2019 tive minha primeira experiência no adulto quando joguei a Superliga B pela cidade de Londrina. Fiquei um pouco traumatizada por conta da estrutura, que deixava a desejar, e por não ter recebido nem um real até hoje. Em 2020, cheguei para a primeira temporada no Estado de São Paulo, em Taubaté. Lá, fiquei meus dois anos de juvenil e em 2022 cheguei em São Carlos."

Faltando três rodadas para o fim da fase de classificação, o São Carlos é apenas o sétimo colocado na Superliga B. O time está no limite de quem é rebaixado para a terceira divisão.

Mesmo assim, a produção de Gabi não para. Ela divide a rotina de treinos e jogos com a vida de influenciadora. "Eu sempre tento encaixar a vida de influenciadora dentro da vida de atleta, até porque tenho meus horários fixos de treinos e jogos. Então sempre vou dando uma manobrada para conseguir gravar vídeos e publicidades".

O sucesso nas redes conta com a ajuda também das companheiras de equipe, que aparecem às vezes ajudando nas publicidades ou dancinhas. "Elas me apoiam muito, me ajudam a gravar, dão ideias e me ajudam principalmente psicologicamente. Até porque conciliar a vida de influenciadora e atleta não é um trabalho fácil", finalizou.