Jones volta após 3 anos e duas prisões para provar que ainda é o rei do UFC

A espera acabou. Após pouco mais de três anos, Jon 'Bones' Jones está de volta ao UFC. O lutador que é considerado por muitos um dos maiores da história do MMA encara o francês Ciryl Gane, neste sábado (4), na luta principal do UFC 285, na T-Mobile Arena, em Las Vegas, pelo cinturão da categoria peso pesado (120 kg).

Última luta e briga com Dana White

A última vez que Jon Jones subiu no octógono foi no dia 8 de fevereiro de 2020, quando ele venceu Dominick Reyes por decisão unânime e quebrou o recorde de mais vitórias em lutas valendo um cinturão do UFC.

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Após a vitória, Jones iniciou uma briga com o UFC e Dana White, presidente da organização, por aumento salarial. Além da frustração pelo salário que julgava ser baixo, o campeão dos meio-pesados não conseguiu chegar a um acordo para encarar Francis Ngannou, na época o dono do cinturão do peso pesado.

Meses depois, Jones informou que estava abdicando do cinturão da categoria meio pesado (93 kg) para focar suas atenções no peso-pesado.

As prisões recentes de Jon Jones

Enquanto não lutava, Jones colecionava polêmicas fora do octógono. Ele foi preso em 2020 no Novo México (EUA) por dirigir embriagado e 'uso negligente de arma de fogo'.

Em setembro de 2021, ele protagonizou uma nova polêmica, em Las Vegas, e foi preso. Na ocasião, Jones foi acusado de violência doméstica contra sua noiva e de violação de um veículo da polícia.

O lutador pagou fiança, foi solto e prometeu nas redes sociais que iria abandonar o álcool — problema durante sua carreira.

No final daquele ano, Jon Jones chegou a um acordo judicial com a promotoria do estado de Nevada (EUA) para que a acusação mais grave pela qual o lutador respondia fosse retirada.

Mudança de peso e adversário 'novato'

Jones aproveitou os mais de três anos sem lutas oficiais para aprimorar seu físico em uma categoria mais pesada. Seu sonho de consumo era o camaronês Francis Ngannou, bicho papão do peso-pesado que deixou o UFC após uma série de exigências a Dana White para renovar o contrato.

Sem Ngannou, Dana escolheu Ciryl Gane, número 1 no ranking do UFC da categoria, para bater de frente com Jones. O francês estreou no UFC em 2019, bem diferente de Jones, que fez sua primeira aparição na organização em 2008.

Após sete vitórias seguidas e nenhuma derrota no UFC, Gane recebeu a oportunidade de enfrentar Ngannou pelo cinturão, mas foi derrotado por decisão unânime.

A última luta do 'Bon Gamin' foi em setembro do ano passado contra Tai Tuivasa. Ele venceu por nocaute e a luta foi eleita a melhor da noite.

Jon Jones ainda é o rei do UFC?

Toda vez que algum atleta desponta nas categorias mais pesadas do UFC, o questionamento é automático: como seria uma luta entre ele e Jon Jones? Foi assim com Anderson Silva, Israel Adesanya e Francis Ngannou.

O norte-americano tem apenas uma derrota na carreira, contra Matt Hamill, em 2009. E Jones não perdeu por decisão dos juízes ou foi nocauteado, foi desclassificado por aplicar cotoveladas ilegais — ninguém foi capaz de vencê-lo até hoje.

A vontade de lutar no peso pesado partiu do próprio lutador. Se com um corte de peso mais agressivo durante a preparação, como era no meio-pesado, ele já era muito perigoso... imaginem em uma categoria onde ele não tem necessidade de sofrer dessa forma.

Ciryl Gane não é um adversário fácil de ser batido, tem as suas armas e já venceu nomes importantes como Junior Cigano, Jairzinho Rozenstruik, Alexander Volkov e Derrick Lewis.