COB projeta levar 320 atletas para Paris-2024: 'Olimpíadas sem restrição'
O Comitê Olímpico do Brasil entrou na contagem regressiva para os Jogos de Paris, em 2024. Faltando 500 dias para o evento, o presidente do COB, Paulo Wanderley, estima que a delegação será formada por cerca de 320 atletas.
"Estamos em processo de classificação, muitas serão por ranking internacional, e também teremos o Pan de Santiago, que será importante porque tem muitas vagas em disputa. Mas acredito que será uma delegação próxima do tamanho que levamos para Tóquio", disse o dirigente ao UOL.
Como comparação, em Tóquio foram 302 atletas, além de 19 reservas (destes, 14 competiram). Então a expectativa é ter um contingente parecido de atletas. Para além do tamanho, o COB sonha também em melhorar a campanha da última edição, quando obteve o recorde de pódios: 21, com sete medalhas de ouro, seis de prata e oito de bronze.
"Em 2022 tivemos 23 medalhas em Mundiais de competições olímpicas. Isso é um sinal. O que nos dará uma visão mais precisa são os resultados deste ano. Os parâmetros que nós temos de resultados nos sinalizam que o caminho está sendo bom. Mas só podemos contar as medalhas depois que estiverem no pescoço", brinca.
Confira outros trechos da entrevista exclusiva com o presidente do COB:
UOL - O senhor está agora em Paris. Como estão os preparativos para as Olimpíadas?
PAULO WANDERLEY - Chegamos aqui e estamos tendo dias agitados. Temos algumas visitas e na quarta vamos para Lausanne, na Suíça. Temos aqui em Paris um grupo de pessoas do alto rendimento, que cuida das missões, e elas estão em Saint-Ouen para fazer a inspeção dos espaços e das locações.
Hoje é o marco de 500 dias para as Olimpíadas. Qual a sua percepção desta edição dos Jogos?
O que estou observando é que teremos as Olimpíadas da reativação, pois será sem a restrição que tivemos em Tóquio. Haverá um custo para vir para cá, mas como é uma cidade de turismo mundial, é importante que os torcedores se programem com muita antecedência. Quem não fizer isso, não vai conseguir vir.
Pelo lado do COB, como anda o planejamento para Paris-2024?
Nós já temos nossa base para o time olímpico, com serviços de atendimento aos atletas. Algumas modalidades poderão treinar em Saint-Ouen, como boxe, vôlei de praia e vôlei, teremos uma base em Marselha para vela e em Sainte Genéviève para o judô.
O COB também terá bases fora da Vila Olímpica. É um investimento importante para colher resultados?
Na Vila Olímpica temos o serviço médico, mas oferecemos espaço próprio só para os atletas brasileiros, então eles podem optar pelos nossos médicos, nutricionistas, massoterapeutas, psicólogos e fisioterapeutas, entre outros. Não é luxo, é uma comodidade para que o atleta não tenha qualquer preocupação.
Neste ciclo o COB optou pela saída do Jorge Bichara e agora mais recentemente a médica Ana Carolina Côrte também saiu. Esses dois profissionais foram bem importantes no último ciclo. Qual tem sido o impacto disso na preparação dos atletas?
Eles foram importantes no processo, mas impacto nenhum. Foram substituídos por pessoas da mais alta qualificação. Chegaram Ney Wilson e Kenji Saito, ambos com ótimos serviços prestados. Já na área médica a Dra. Ana solicitiou o desligamento e o Rodrigo Sasson, médico com experiência e que acompanha o COB desde 2016, assumiu. Agradeço aos dois pelos serviços prestados e vamos seguir em frente.
Para finalizar, como está a situação financeira do COB?
Nós temos o recurso das loterias e estamos prospectando novos parceiros com o Gustavo Herbetta (diretor de marketing). Medley e Mormaii estão com a gente agora e virão outros parceiros antes dos Jogos Olímpicos. O esporte de alto rendimento exige cada vez mais tecnologia e mais intercâmbio. Então estamos otimizando nossos recursos, com austeridade, para fazer o que é preciso da melhor forma.
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