Esporte

Mulher agredida por surfista brasileiro diz ter feito BO: 'quero que pague'

Do UOL, em São Paulo (SP)

07/04/2023 17h49

A surfista americana Sara Taylor afirmou que registrou um boletim de ocorrência contra JP Azevedo e disse querer que o brasileiro "pague" pelas violências cometidas contra mulheres.

O que aconteceu

A mulher contou ao g1 que já procurou a polícia de Bali, na Indonésia, onde o episódio ocorreu. Ela compartilhou vídeos da agressão em seu Instagram e pediu ajuda para identificar os envolvidos.

Sara apontou que enfatizou para as autoridades que não foi a primeira vez que o surfista capixaba bateu em mulheres. A americana de 32 anos também comentou que viu o relato da ex-namorada de JP de Azevedo sobre o episódio de violência doméstica que teria acontecido em 2019.

Ela afirmou que foi agredida no rosto após ter jogado água na direção de JP Azevedo ao ser confrontada por ter disputado onda com o amigo dele.

A americana disse ter ficado em "choque", mas ponderou que continuou surfando por cerca de uma hora para não se sentir derrotada.

Segundo ela, JP Azevedo começou o ataque em solo por estar sendo filmado pela amiga da surfista. A mulher lamentou que outras pessoas presentes no local não tentaram ajudá-las, nem segurar JP Azevedo.

"Eu espero algum tipo de justiça seja feita", desabafou Sara. A americana completou afirmando que o episódio poderia ter sido "muito pior".

Agressão em Bali

A surfista norte-americana Sara Taylor foi agredida diversas vezes por JP Azevedo em uma praia de Bali. As imagens das cenas rodaram as redes sociais e mobilizaram a comunidade do surfe.

Os registros mostram que brasileiro a agrediu no rosto após ela ter disputado uma onda com o amigo do capixaba. Ele ainda desferiu socos e pontapés ao ser confrontado em solo e também acertou a amiga de Sara, identificada como Charlie McHarg.

JP Azevedo se pronunciou e disse estar arrependido, mas afirmou que também foi agredido e reclamou que o vídeo compartilhado pela mulher nas redes sociais foi editado. O capixaba pediu que a íntegra da gravação seja publicada para que "todos pudessem entender o que aconteceu".

O surfista que disputou a onda com Sara, Adriano Portela, negou que a tenha agredido fisicamente. Ele se manifestou pelo Instagram e pediu desculpas pela forma como falou com ela e com a amiga.

Kelly Slater, Gabriel Medina, Filipe Toledo e outras referências do surfe repudiaram o episódio. A Quebra Onda, marca de surfwear que patrocinava JP Azevedo, disse que encerrou o vínculo com o surfista.

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Acusação de ex-namorada

Carolina Braga alegou que foi vítima de violência doméstica por parte de JP Azevedo há três anos. Ela disse que namorou com o surfista entre 2018 e 2019.

A mulher afirmou que terminou com ele após ter sido espancada e ir a um hospital com traumatismo craniano.

Carolina desabafou que decidiu se pronunciar após ver as imagens do ex-namorado agredindo a surfista americana. Ela explicou que não expôs o caso antes por ter ficado com vergonha, principalmente de sua filha, e que chegou a ficar três meses isolada até as marcas da violência sumirem.

A filha, Loren, disse que o lugar do surfista "é na cadeia" e manifestou apoio à mãe.

O que ela disse

Nós fomos até a polícia, porque se a gente não tivesse ido, ele simplesmente ia continuar fazendo isso. Eu falei para eles que essa não foi a primeira vez que ele bateu em mulheres, mas que dessa vez foi filmado. Eu quis fazer o registro para que ele pare de fazer isso porque ele parece estar fora do controle. Eu quero que eles paguem pelo que fizeram" Sara Taylor, ao g1

Disputa por onda. "Eu estava surfando, estava cheio e vi alguns caras que estavam se esbarrando. Às vezes acontece no surfe, mas a onda veio e eu estava no lugar certo. Esse cara [Adriano] esbarrou em mim de forma intencional, não foi um acidente. Ele veio na minha direção, como se quisesse me bater. Eu o empurrei da minha frente."

Reação de JP. "Ele estava gritando algo que era a onda deles, mas eu perguntei: 'Era você ali?'. E ele disse: 'Não, era meu amigo'. Eu não queria ficar discutindo, só queria surfar, então joguei água na cara dele como se fosse para ele parar. Tipo: 'por que você está gritando comigo?' Eu continuei nadando e foi aí que ele me bateu."

Permanência no mar. "Eu fiquei em choque. Eu não queria brigar, só queria surfar, mas não queria me sentir derrotada, como se eles tivessem me espantado dali. Então eu continuei surfando por pelo menos uma hora."

Registro das cenas. "Charlie filmou tudo, o que é incrível, porque se não os caras iam continuar fazendo isso. Eu recebi muitas mensagens de que isso é o que eles fazem, que isso aconteceu várias vezes antes."

Ataques em solo. "Ela queria filmar o rosto dele, só para ter certeza de que ele era o cara que me bateu. Ele ficou irritado porque ela estava filmando e tentou tirar a câmera dela. Tudo escalou muito rápido depois disso. Ele começou a atacar ela e, quando eu vi aquilo acontecendo, só tentei defender Charlie."

Falta de ajuda. "Estava uma briga muito feia. Algumas pessoas na praia ficaram só assistindo e falando para parar, mas eu gostaria que eles tivessem ajudado mais a gente. Ninguém foi tentar segurar o JP. Nós só queríamos ir embora. O amigo dele ficou nos ameaçando, xingando, e chegou a correr atrás da gente. Poderia ter sido muito pior.

Alegação de JP. "Ele continuou dizendo que eu parecia um homem. É rude demais, mas eu não ligo para os insultos e para a opinião dele. Naquele momento, na praia, ele sabia muito bem que estava batendo em duas mulheres."

Acusação de ex-namorada. "Eu vi quando acordei e fiquei muito muito triste. Eu espero algum tipo de justiça seja feita. Ela é uma mulher muito forte."