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De volta ao UFC após 17 meses, Rani Yahya se vê 'mais forte do que antes'

Rani Yahya em sessão oficial de fotos do UFC Vegas 71. - Mike Roach/Zuffa LLC
Rani Yahya em sessão oficial de fotos do UFC Vegas 71. Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC

Arthur Macedo

Do UOL, em São Paulo

22/04/2023 04h00

Rani Yahya enfrenta Montel Jackson neste sábado, em luta preliminar UFC Vegas 71. O brasileiro de 38 anos deu entrevista ao UOL e declarou que está "mais forte do que antes".

Retorno ao octógono após longo hiato: "Essa preparação está durando todo esse tempo que fiquei afastado, que é um ano e cinco meses. Para mim, isso não é nenhuma surpresa porque já teve três ocasiões que eu fiquei um ano sem lutar. Não senti muito quando voltei. E ganhei quando eu voltei depois desse tempo. Desde a minha última luta, eu já vinha me preparando, já vinha treinando, mas tive questões no meu corpo que tive que tratar".

Recuperação de lesão na cervical: "Sinto que eu estou melhor do que antes, porque recuperei uma força que, no decorrer dos anos, eu estava sem, essa força estava diminuindo. Até que chegou num ponto que, quando eu treinava, meu braço ficava completamente dormente. Não tinha a menor condição de eu lutar assim. Fora a dor que eu sentia, ficava todo travado. Então foi algo que eu consegui reabilitar, recuperar uma força que eu não sentia há muito tempo. Eu me sinto até melhor".

Yahya vê pontos fracos no adversário

Montel Jackson, adversário de Rani Yahya, em sessão de fotos oficial do UFC. - Mike Roach/Zuffa LLC - Mike Roach/Zuffa LLC
Montel Jackson, adversário de Rani Yahya, em sessão de fotos oficial do UFC.
Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC

Montel Jackson vem de três vitórias consecutivas. O norte-americano soma 12 triunfos e duas derrotas em seu cartel no MMA.

Oito anos mais jovem que Yahya, Jackson é favorito nas casas de apostas. Mas o brasileiro enxerga falhas no estilo do rival, e acredita que pode explorá-las para alcançar a vitória.

Tem bastante brecha no jogo dele (Jackson) também. Vejo que na parte de luta agarrada ele enfrentou dois caras que são bons, um que teve passagem no UFC e não está mais, e outro que ainda está, eles conseguiram vencê-lo nessa parte. Então ele (Jackson) mostrou umas brechas aí que é onde eu pretendo explorar. E também na luta em pé, acho que eu posso surpreender" Rani Yahya

Outras respostas de Rani Yahya

Mais sobre Montel Jackson: "Vejo ele como um cara bem perigoso. Ele tem uma excelente envergadura e tem um poder de nocaute nas mãos. O que me tranquiliza em relação a isso é que me dou bem contra esse tipo de cara, que é nocauteador. Já enfrentei vários na minha carreira e é um estilo que acaba sendo bom para mim. Óbvio que tirando isso ele é um pouco completo, afinal no MMA todo mundo é".

Como foi o treinamento para o UFC Vegas 71: "Tive lutas que foram agendadas depois canceladas, e dentro desse período eu pude descansar, me recuperar, e me sentir muito bem, ficar muito bem fisicamente e mentalmente para eu iniciar o camp em si. Então foi um tempo que eu pude evoluir muitos aspectos dentro da luta. Fiz um camp de treinamento excelente".

Provocação de Cody Garbrandt: "Estou totalmente focado no agora. Mas também é ótimo que ele queira lutar comigo. Por que essa luta deve acontecer sim".

Cody Garbrandt, que enfrentaria Yahya em junho do ano passado, quer lutar contra o brasileiro no UFC 290, em 7 de julho. "São duas lutas que ele (Rani Yahya) desmarcou, então gostaria de chutar o traseiro dele só por isso" disse o norte-americano à MMA Junkie Radio.

Rani Yahya comemora vitória sobre Kang Kyung-Ho, sua mais recente no UFC, em novembro de 2021. - Chris Unger/Zuffa LLC - Chris Unger/Zuffa LLC
Rani Yahya comemora vitória sobre Kang Kyung-Ho, sua mais recente no UFC, em novembro de 2021.
Imagem: Chris Unger/Zuffa LLC

Avaliação da carreira aos 38 anos: "Me sinto feliz, porém realizado não. Realizado é uma palavra mais para quando a pessoa realmente botou um martelo na carreira, botou o burro na sombra. Eu estou ativo, acordo todo dia cheio de pique para poder treinar, com vontade de lutar, subir no ringue. Mais do que isso, vontade de fazer o camp, vontade de evoluir. Então eu continuo assim. Tem muita coisa aí, já alcancei um monte em todos esses anos, mas estou disposto a ir em busca de muito mais".

Como foi a transição para o MMA: "Eu comecei no jiu-jitsu bem novo, numa época que o jiu-jitsu era muito old school. O jiu-jitsu foi sofrendo diversas atualizações, hoje virou um esporte completamente diferente do MMA. Naquela época quando comecei, era muito comum os lutadores de jiu-jitsu, os caras que eram campeões, irem para o que era o Vale-tudo e tirar o kimono para ir lá representar. Eu sempre almejei isso. Desde muito novo eu já fazia alguns treinos sem kimono, fazia simulação de taparia, derrubar e finalizar. Desde novo fui treinando isso. Quando me tornei adulto e houve a transição para o MMA o esporte já tinha evoluído, não foi nenhuma surpresa. Senti que esse tempo que tive lá no começo me ajudou muito, fui crescendo e competindo no jiu-jítsu, mas ao mesmo tempo já almejava isso de lutar no MMA.

Já pensa em carreira pós-UFC? "Eu sou um competidor muito por natureza, desde a infância comecei a competir no jiu-jítsu, no judô também. Hoje em dia tem muitas portas abertas fora do MMA também, até no circuito do jiu-jítsu sem kimono, o grabling, que cresceu bastante com lutas entre veteranos. Mas é um outro esporte, outra etapa. Eu sempre vejo um pessoal que está aí fazendo luta de boxe. Eu também já fiz lutas de boxe. Não sou nenhum especialista hoje em dia na luta em pé, embora treinando no MMA por tanto tempo o cara vira especialista em tudo. Acho que a tendência seria ir mais para a luta agarrada mesmo, mas são devaneios que passam pela minha cabeça. Por que eu tento focar muito no agora, que é minha carreira no MMA e no UFC, e principalmente na minha luta de sábado contra o Montel Jackson".

Brasileiros que podem ser o futuro do MMA: "Tem os dois garotos lá de Brasília que estão vindo com tudo, os irmãos Marreta, que são muito bons. Um cara que eu acompanho e estou gostando muito do estilo de luta dele é o Jailton Malhadinho, vai fazer uma bagunça ainda no UFC. Tem outros que o nome não me vem à memória, e claro que tem o Alexandre Pantoja, que vai disputar o cinturão. Acho que ele tem tudo para conquistar, é o brasileiro que está mais próximo de um cinturão no momento".