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UFC: 'Pezão' sonha com top 15 dos pesos-pesados em 2023 e cinturão em 2024

Marcos "Pezão" comemorando vitória sobre Andrei Arlovski, em outubro do ano passado. - Jeff Bottari/Zuffa LLC
Marcos 'Pezão' comemorando vitória sobre Andrei Arlovski, em outubro do ano passado. Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC

Arthur Macedo

Do UOL, em São Paulo

29/04/2023 04h00

Marcos Rogério de Lima, o "Pezão", entra hoje no octógono pela primeira vez em 2023, contra Waldo Cortes-Acosta, no UFC Vegas 72. Em entrevista exclusiva ao UOL, o brasileiro de 37 anos revelou seus planos para hoje e para o futuro.

Metas: "Ano passado, eu tinha falado que queria terminar 2022 entre os 15 ou muito perto dos 15. Então, a minha meta para esse ano é estar no top 15 da categoria dos pesados, brigando lá na frente. Com certeza eu vou entrar no top 15 ganhando essa luta, tem alguns pesos-pesados que baixaram de categoria. Acho que esse lugar é meu, e brigarei com os grandes para chegar o mais longe possível nos pesos-pesados, para no ano que vem estar brigando por título".

Chance de vencer segunda luta consecutiva: "A gente sabe que a vitória é o que leva a gente ao topo, mas cada derrota teve um valor muito importante para mim. A cada derrota que eu tive, voltei melhor, mais forte, acho que é por isso que estou no UFC até hoje. Com certeza eu estou pronto, mais do que pronto, para embalar uma boa sequência de vitórias, mas eu não descarto nenhuma dessas derrotas. Elas me fizeram aprender muito e me tornar o atleta que eu sou hoje".

O rival de hoje: Waldo Cortes-Acosta

O "Salsa Boy" tem duas lutas no UFC e duas vitórias. Após impressionar no Dana White's Contender Series, o reality show de Dana White que busca novos talentos pelo mundo, o norte-americano de 31 anos venceu Chase Sherman e Jared Vanderaa por decisão unânime, ambas as lutas no ano passado.

"Pezão" afirmou que se sente confortável enfrentando Cortes-Acosta. O brasileiro acredita que o estilo de luta do rival é favorável para proporcionar um bom embate.

O Waldo é um boxeador, um cara bem atlético, um peso-pesado veloz, mas acho que tem um estilo que casa muito comigo. Ele gosta da luta franca, eu também gosto dessa luta franca, então acho que isso vai ser bom para o público. Eu vou para cima dele, vou buscar o nocaute" Marcos 'Pezão'

Waldo Cortes-Acosta na pesagem antes da luta contra 'Pezão'. - Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images - Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images
Waldo Cortes-Acosta na pesagem antes da luta contra 'Pezão'.
Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

Eu vejo que eu posso ganhar do Waldo em qualquer circunstância da luta, tanto em pé quanto no chão. Sei que ele é um cara tarimbado, mas vou com tudo para essa luta" Marcos 'Pezão'

Outras respostas de 'Pezão'

Diferença de 8cm de altura para o rival: "Eu sou o baixinho dos pesos-pesados. Eu me sinto bem, na minha época do kickboxing, tive a maior ascensão na minha carreira quando lutei no peso-pesado. Eu lutava com caras maiores que eu, e para o meu estilo isso é muito bom. Eu sou um cara que vou muito para a curta distância, média distância, tenho boas combinações, para mim é muito bom. Eu gosto de ser o pequenininho da categoria".

Evolução na luta agarrada: "Sou faixa preta do Cícero Costa. Academia que revelou Leandro Lo, Thiago Barros, muita gente boa. Não é por menos que venho evoluindo tanto no jogo de chão. Eu treino na American Top Team, acho que é um dos melhores treinos de wrestling para o MMA. Tenho parceiros de treino, Marcus Buchecha, (Augusto) Sakai, Marcelo Gomes, galera que vem evoluindo muito essa parte de chão, e o Buchecha trouxe isso para a gente. Hoje eu sou um lutador completo, se tiver que lutar em pé eu vou, a luta começa em pé, eu vou para cima o tempo todo. Quando tiver oportunidade de derrubar, eu vou derrubar, se vier me derrubar eu vou defender, se eu cair no chão vou atacar. Hoje eu me vejo com um arsenal para lutar com qualquer um da categoria e em qualquer circunstância que me colocarem. Eu me vejo como um dos grandes nomes da categoria, e eu vou buscar isso sábado e nas próximas lutas".

Relação da família com o esporte: "Tenho duas filhas. Elas têm uma genética muito boa para o esporte. Eu desde criança comecei praticando futebol, joguei basquete, lutei judô. Estudava no SESI, lembro que tinha uma competição que juntava várias escolas e eu corria, fazia revezamento, salto em distância, salto em altura, arremessava peso, jogava bola, basquete... Eu era multiatleta, acabava participando de quase todas as modalidades. Sempre tive o físico bom para o esporte, e minhas filhas também, a mãe delas foi atleta por bastante tempo, elas herdaram isso da gente. Minha filha (Maria Isabella) acabou tendo problema no joelho, ela luta judô, gosta de MMA, treina um pouco de muay thai também, mas ela leva muito a sério o judô e o tênis. Ela teve uma lesão muito séria no joelho, e começou a trabalhar com o meu fisioterapeuta Alexandre Sabbag, que é um cara que é mestre na reabilitação de joelho e de LCA no Brasil. Numa corrida ela acabou machucando o joelho. Aquele treino não foi junto, foi separado, mas que ele filmou ali, ela está tendo uma evolução muito grande. Essa parte que o atleta brasileiro não dá tanta importância, de prevenção de lesão. Quando a gente machuca a gente tem que reabilitar, mas ela vem fazendo muito bem essa parte da prevenção. Para mim é gratificante demais ver cada evolução dela".

Momento brasileiro no UFC: "O Brasil com certeza está no topo do MMA, por isso que tem tantos atletas no maior evento do mundo. Então, tem muita gente boa chegando, acredito que a categoria peso-mosca já tem um campeão, que é o Alexandre Pantoja. Com certeza na categoria de peso-pesado eu vou chegar brigando forte pelo título. O Poatan acabou perdendo, mas acho que indo para 93 kg ele é um nome forte para pegar esse cinturão. Na categoria 61 kg também tem o Pedrinho Munhoz, tem muita gente boa, muitos brasileiros bem ranqueados. O Brasil está no topo do MMA, isso ninguém tira. A gente teve os maiores nomes do MMA até hoje, e continuamos tendo. É a roda-gigante, uma hora a gente está lá em cima, vai descer, mas a gente vai subir. Você pega a American Top Team, as principais equipes do mundo no MMA, os treinadores são brasileiros. A gente pode não ter lutador campeão brasileiro hoje, mas tem muitos treinadores ajudando campeões".