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Rodolfo Vieira quer 1ª vitória no UFC após descobrir má formação no cérebro

Rodolfo Vieira na pesagem para o UFC Vegas 72. - Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images
Rodolfo Vieira na pesagem para o UFC Vegas 72. Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

Arthur Macedo

Do UOL, em São Paulo

29/04/2023 04h00

Rodolfo Vieira entra no octógono neste sábado, contra Cody Brundage, pelo UFC Vegas 72.A lenda do jiu-jítsu busca a primeira vitória depois que descobriu uma anormalidade no cérebro em janeiro de 2022 e teve que ficar afastado do esporte por três meses.

O brasileiro voltou ao UFC em junho, mas perdeu para Chris Curti. Agora, ele quer um final melhor para o combate contra Brundage.

Perspectiva após o susto: "Quando pensei que eu poderia não lutar mais MMA, fiquei bem triste. Foi um momento bem difícil na minha carreira. Hoje acredito que apesar de todo o medo que eu sinto, de toda a ansiedade por lutar MMA, toda essa pressão, eu percebi ali que preciso disso mesmo, que eu quero isso. Foi quando dei mais valor. Graças a Deus passou, foi só uma má formação, uma coisa que assustou os médicos, mas não era nada de mais. Venho lutando com isso desde a minha primeira luta, e não tem perigo nenhum. Claro que se tivesse eu iria parar, não sou burro de continuar lutando e perder minha saúde, minha vida. Não era nada de mais".

'MMA é só uma fase'

Rodolfo Vieira é um ídolo no mundo do jiu-jítsu. O "Caçador dos Faixas Pretas" tem quatro títulos mundiais pela IBJJF (Federação Internacional de Jiu-Jítsu Brasileiro). A transição para o MMA começou em 2015 e a estreia no octógono ocorreu em 2017.

O lutador fala que o jiu-jítsu é sua verdadeira paixão. Rodolfo Vieira diz que um dia a relação com o MMA vai acabar, mas pretende nunca se desligar do mundo das lutas.

O jiu-jítsu é o meu amor, a minha paixão, é o que eu quero morrer fazendo. MMA é só uma fase da minha vida, tem os anos contados, mas o jiu-jítsu não. Quero viver no tatame até o último dia da minha vida. Ensinando, claro, treinando" Rodolfo Vieira

O amor pela arte marcial virou coisa de família. Benício, de 3 anos, acompanha alguns treinos do pai e até já vestiu kimono.

Um dia talvez minha esposa decida treinar também. Ela fala que odeia jiu-jitsu, não tem vontade nenhuma de treinar, mas vira e mexe ela me pede para ensinar um golpe. Quando o Benício começar a treinar, acho que ela vai se render, e quando menos esperar vai estar a família toda treinando. Mas se não acontecer, está tudo certo também. Vou continuar fazendo jiu-jitsu, vou continuar amando jiu-jitsu e no futuro quero ter minha academia, passar para frente tudo que eu aprendi durante os anos que treinei e competi" Rodolfo Vieira

Outras respostas de Rodolfo Vieira

Rotina pré-luta: "Cheguei aqui em Las Vegas segunda-feira. Gosto de chegar um pouquinho antes. Geralmente os atletas vêm terça, eu gosto de vir segunda ou domingo, o clima é um pouco diferente. Tem fuso também, três horas para Orlando. Como nessa fase final eu não estou mais treinando, é só para perder peso, gosto de chegar um pouquinho antes".

Cody Brundage antes de luta contra Michal Oleksiejczuk, em dezembro do ano passado. - Handout/Zuffa LLC via Getty Images - Handout/Zuffa LLC via Getty Images
Cody Brundage antes de luta contra Michal Oleksiejczuk, em dezembro do ano passado.
Imagem: Handout/Zuffa LLC via Getty Images

O adversário de hoje, Cody Brundage: "Acho ele um bom atleta bem imprevisível, não dá para você saber o que ele vai fazer nas lutas. Na última, como pegou um cara que é bom de trocação (Michal Oleksiejczuk), ele já entrou na perna muito rápido. Vi também luta com um cara do jiu-jítsu (Nick Maximov), na estreia dele, que perdeu uma luta muito dura. Ele preferiu ficar mais em pé porque era melhor que o cara. Realmente não sei o que ele vai fazer comigo, mas eu vou estar pronto para tudo. Estou pronto se ele quiser tentar me derrubar, não sei se ele pode tentar surpreender e vir para a queda, fazer o antijogo. Sei o que eu posso fazer, o que eu treinei".

Luta remarcada contra o mesmo adversário: "Com certeza foi bom o fato de eu já ter feito um camp, já tinha treinado para ele uns dois meses e meio, três meses focado nele. Aí a luta caiu (em novembro do ano passado) porque me lesionei. Eu me recuperei da lesão, voltei a treinar, e fiquei esperando. Aí meu empresário disse que seria o mesmo cara, eu gostei. Acredito que ele tenha gostado também, a gente já estava se preparando para lutar contra o outro".

Como está se sentindo após lesões: "100% fisicamente é difícil um atleta do UFC estar, a gente sempre tem uma lesãozinha, uma dor, mas não tem jeito. Faz parte da nossa vida, do atleta de alto nível que está levando o seu corpo ao limite, treinando duro. Mas estou me sentindo muito bem, tive um ótimo camp. Estou preparado".

Ambições para o futuro: "É complicado a gente fazer esse tipo de meta, porque depende da nossa performance, de ir muito bem, ganhar luta, e isso não está nas nossas mãos. Mas meu objetivo é sempre estar trabalhando, dando meu melhor todos os dias, evoluindo todos os dias e ganhar as minhas lutas. Mas com certeza, uma das minhas metas é, no ano que vem, estar perto ou dentro do top 15. Pretendo ter três vitórias, duas ou três vitórias boas, para poder estar ali no top".