Grávida, carateca vira técnica do marido e conta os dias até o Mundial
Vice-campeã mundial, a carateca Valéria Kumizaki está a poucos dias de segurar seu primeiro filho, Caio, nos braços. Grávida de nove meses (38 semanas), a paulista de 38 anos encontrou uma forma de conciliar o sonho da maternidade com o calendário do caratê.
Casada com o também carateca Vinicius Figueira, Valéria passou os últimos oito meses atuando como técnica do marido. Ela montou treinos, estudou adversários e acompanhou Vinícius em competições. O que ela espera é levar toda essa bagagem para a sua volta às lutas.
A maioria das vezes viajamos só eu e ele, porque os recursos são difíceis, então a gente sempre se auxiliava, mas eu fiz o curso da World Karate Federation, tenho um curso do COB. Durante a gravidez, eu fui para duas competições com ele, gostei da experiência. Eu dei treino para o Vinícius, montei o scout todo para ele, passamos a listagem dos atletas". Valéria Kumizaki
Curtir a reta final da gravidez e os primeiros meses do filho são as prioridades de Valéria, mas ela está de olho no ranking mundial da categoria kumitê (-55 kg) e no Mundial da modalidade, marcado para outubro, em Tóquio (JAP).
Eu não fiquei 100% parada, fiz bastante hidroginástica, dava os treinos, estudei as novas regras. [...] Meu objetivo é ter o filho e voltar. A gente vê um monte de atletas voltando bem após a gravidez. Eu pretendo ir para o Mundial, vou me preparar bem".
Valéria é a terceira colocada do ranking mundial de sua categoria, o que garante à brasileira uma vaga na competição.
Casamento, gravidez, e limão com sal
Valéria e Vinicius se casaram em julho de 2022, e ela engravidou um mês depois. O casal aproveitou um intervalo entre campeonatos para oficializar a união.
Preocupada com a idade, Valéria aproveitou a pandemia para congelar os óvulos. Ela, porém, não precisou do método, pois engravidou durante a lua de mel.
Eu congelei meus óvulos com 35 anos, porque a gente tem que pensar em tudo. Foi na época da pandemia, porque senão, como a gente recebe muito hormônio, tem o doping. E eu já tinha conversado com algumas mulheres, falavam que a gente fica mole, porque é muito hormônio feminino". Valéria Kumizaki
Valéria desconfiou da gravidez após conversa com a mãe e fez teste durante campeonato. Ela descobriu que esperava o primeiro filho durante os Jogos Sul-Americanos, em outubro do ano passado, onde conquistou a medalha de bronze.
Minha mãe me ligou, eu tava comendo limão com sal, e ela perguntou se eu tava grávida. Fiquei encucada com aquilo. Aí eu fiz o teste de farmácia e deu positivo. Fui competir, lá mesmo fiz um ultrassom, e tava grávida. Ele [Vinicius] foi comigo, e aí a gente ficou emocionado".
Filho carateca?
Ela torce para o filho também se interessar por esporte, não precisamente o caratê: "se ele gostar de algum outro esporte, a mãe vai estar ali para apoiar. A gente sabe que não é um caminho fácil, mas é um caminho saudável, que educa".
Caio, porém, já está acostumado com o grito de "kiai": "quando eu estava nas competições, escutava Kiai, e ele mexe, mexe. Das duas uma, ele gosta, ele não gosta".
Kiai é o grito dado pelos atletas ao aplicarem um golpe durante lutas.
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