Medalhista mais velho em Mundiais, Baby diz: 'Difícil entender limites'
Aos 36 anos, Rafael Silva — o Baby — se tornou o atleta mais velho a conquistar uma medalha em Mundiais. Em entrevista após o bronze em Doha, o judoca do Pinheiros falou sobre o processo de entendimento do corpo para seguir lutando em alto nível.
Entender os limites é um desafio diário, na verdade. É lógico que você vai treinar, está sempre mais cansado, porque a demanda para o corpo é bastante extenuante no treino de alto rendimento. Pensando num conjunto todo, a ideia é tentar equalizar e sentir quando estou muito cansado e preciso segurar um pouco ou entender que eu posso ir um pouco mais".
Rafael Silva, o Baby, sobre lutar aos 36 anos.
Esses cuidados específicos para um atleta mais experiente, segundo Baby, só o motivam cada dia mais, porque ele entende que todo o esforço está gerando consequências positivas. No último sábado, ele conquistou a medalha de bronze no Mundial de Doha e foi, então, que se tornou o judoca mais velho a medalhar na história da competição.
"Tenho sempre que ver se a minha alimentação está legal... É questão de ir ajustando: volta da competição e acerta. Esse equilíbrio é bastante desafiador e motivador também. Penso: 'Poxa, vou ajustando cada coisinha e, no final eu chego num resultado bom'. Então eu consigo criar um ambiente para que o resultado aconteça, e é isso que me incentiva a continuar treinando", destacou.
Medalha em Mundial coroou decisão para seguir até Paris-2024
A Olimpíada é o momento mais esperado para um atleta de alto rendimento. Baby tinha grandes expectativas para conquistar mais uma medalha em Tóquio-2020, mas se lesionou meses antes e não teve um resultado satisfatório. Deixar a competição sem o principal objetivo frustou Rafael, que chegou a pensar em aposentadoria.
"Foi bem amargo. O processo pela disputa da vaga foi difícil, eu me recuperei pouco antes, mas não consegui lutar bem e voltei com essa sensação ruim. E aí você começa a se questionar se tudo vale a pena mesmo. Refleti muito nisso, conversei bastante com meu treinador e minha esposa e eles me apoiaram bastante em qualquer decisão que eu tomasse", comentou Baby.
Enquanto refletia, Baby seguiu treinando e entendeu que ainda conseguiria seguir competindo e treinando em alto rendimento. Ele se sentiu bem até que, finalmente, chegou o dia que o fez ter certeza da escolha por não deixar o tatame.
"Fui para uma competição em Israel em fevereiro deste ano e fui bem. Então, eu passei a me motivar para ir para as próximas Olimpíadas. Agora, essa medalha em Doha coroa essa decisão que eu tomei. A sensação de estar em um Mundial, conseguir ir para o bloco final e entrar na disputa pela medalha foi incrível. Me alimento muito desses momentos e por isso vale à pena", exaltou o judoca, que está totalmente focado em fechar sua participação olímpica com vitória.
"Olimpíada é um momento em que essa energia é dobrada, acho que vale a pena continuar sonhando e vou me preparar bastante para essa ultima dança", concluiu.
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