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Bia supera frustração de Tóquio e mira Olimpíadas com parceria de ex-rival

Judoca Bia Souza festeja medalha no Mundial com abraço da ex-judoca Maria Suelen Altheman, que agora atua como treinadora - Carol Coelho /ECP
Judoca Bia Souza festeja medalha no Mundial com abraço da ex-judoca Maria Suelen Altheman, que agora atua como treinadora Imagem: Carol Coelho /ECP

Em 2021, pouco antes das Olimpíadas de Tóquio, Beatriz Souza conquistou uma medalha de bronze no Mundial de Budapeste. Apesar disso, não foi convocada para representar o Brasil nos Jogos e ficou muito frustrada. A experiente Maria Suelen Altheman foi a escolhida.

Apesar de concorrentes, elas nunca deixaram de ser amigas. Hoje, essa amizade também se tornou parceria. Maria Suelen se aposentou em janeiro deste ano, virou técnica de Bia no Clube Pinheiros e agora a dupla une forças pelo bom resultado em Paris-2024.

"Fiquei superchateada, muito triste, tive ali uma semaninha de bad mesmo. Foi um momento que eu falei que eu não queria mais esse sentimento de não ter sido convocada para as Olimpíadas", comentou Bia em entrevista ao UOL.

"Depois passou. Quando as Olimpíadas começaram, torci para o pessoal que estava lá. Torci muito pra Susu, né? Ela foi representante da categoria. Se não fosse pela lesão, ela poderia, sim, ter trazido a medalha. E agora toda minha frustração ficou lá no passado. Estou olhando para Paris, que está logo ali", exaltou a judoca.

Maria Suelen Altheman reage após vitória sobre Idalys Ortiz no Mundial de judô de 2021 - Attila Kisbenedek/AFP - Attila Kisbenedek/AFP
Maria Suelen Altheman reage após vitória sobre Idalys Ortiz no Mundial de judô de 2021
Imagem: Attila Kisbenedek/AFP

No último sábado, Bia subiu um degrau a mais na briga pela vaga nas Olimpíadas: conquistou a medalha de bronze no Mundial de Doha. Essa vitória, segundo a judoca, é consequência de todo o trabalho realizado com um fator a mais: a presença de Maria Suelen.

A mais nova técnica não escondeu o tamanho do orgulho que tem por Bia, a quem acompanhou desde o início da carreira. Antes de viajar para Doha, ambas estudaram cada detalhe das adversárias que a judoca poderia encontrar.

"Lá, ela entrou sabendo de todo mundo. Ela estava realmente treinada para isso, entrou mapeada, afinadíssima. Conhecia todos os adversários", se derreteu Maria Suelen.

"Eu fico muito orgulhosa. A Bia foi minha sparring em 2013. Ali eu já vi uma pessoa diferente, já vi uma atleta diferente. Ela sempre foi muito dedicada, tem um caminho brilhante. A Bia tem 25 anos, tem muitas medalhas de Mundial e tem muito mais a conquistar", acrescentou a ex-judoca.

Além de todo o trabalho técnico, Maria Suelen também é uma espécie de conselheira de Bia. A treinadora ajuda a pupila a lidar com a ansiedade em relação aos resultados e à vaga olímpica.

"Ela sempre pede calma, fala que por mais que tenha as Olimpíadas ali, a gente não pode esquecer que ainda existem outras competições. Susu sempre diz que vai dar tudo certo, porque a gente está trabalhando duro para isso", encerrou.