Coe defende proibição a trans no atletismo: 'Proteger categoria feminina'
Presidente da World Athletics, a federação internacional de atletismo, Sebastian Coe voltou a defender a proibição de atletas trans de competirem na elite da modalidade. Ele reforçou que a medida que garante que nenhuma atleta transgênero que passou pela puberdade masculina possa disputar competições que valem para o ranking mundial feminino ainda está em vigor.
"Como vocês sabem, nós protegemos a categoria feminina e falamos que não haverá participação de transgêneros no esporte de elite. Por isso, nossa posição é muito clara", disse o dirigente ao UOL.
Ele esteve em Paris para a premiação do Laureus, o Oscar do Esporte, não apenas como presidente da entidade que organiza o atletismo no mundo como também por ser membro da Academia do Laureus.
"Nossa posição sempre foi para preservar a categoria feminina, e se isso não for feito, corremos o risco de destruir os sonhos de uma geração inteira de atletas mulheres. Foi esse critério que nos fez pensar assim, e tenho certeza que outros esportes tomaram decisões com base no mesmo critério."
Apesar da medida que passou a valer em 31 de março, Coe não acredita que haverá a curto prazo uma categoria para atletas trans. "Ainda achamos que não temos informações suficientes para seguir esse caminho. Ainda há muitas dúvidas, e também há um certo receio. Temos de estar atentos a essa questão, e talvez eu deixe essa decisão para o meu sucessor", avisa.
Ele garante que a decisão atual da World Athletics é "quase unânime". "Foi unânime no conselho, e acho que é a decisão correta. Mas tenho certeza que o grupo de trabalho, essa força-tarefa, será importante para que possamos entender melhor a situação."
Estudos em andamento
Coe afirma que um grupo de trabalho foi montado para debater o assunto com especialistas e reforça que a decisão de momento não é eterna. "Estamos num processo de criar e organizar um grupo de trabalho para entender um pouco mais sobre esse assunto."
"A verdade é que já sabemos muito mais coisas sobre as diferenças no desenvolvimento dos sexos. Estamos lidando com isso já há uns 15, 16 ou 17 anos. O nosso chefe de ciência do esporte já teve 37 casos para avaliar. Como você sabe, antes havia menos conhecimento e informações sobre isso. Enquanto não soubermos mais sobre isso, não poderemos correr riscos", finaliza.
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