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'Nudes da F1': Mônaco revela os segredos que os engenheiros querem esconder

Carro de Lewis Hamilton é erguido durante treino para o GP de Mônaco de Fórmula 1 - Peter Fox/Getty Images
Carro de Lewis Hamilton é erguido durante treino para o GP de Mônaco de Fórmula 1 Imagem: Peter Fox/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

27/05/2023 14h52Atualizada em 27/05/2023 14h52

Carregados por guindastes quando um acidente acontece, os carros da Fórmula 1 parecem ter asas em Mônaco. E, vistos de baixo, revelam alguns dos segredos mais bem guardados do padock: o design do assoalho, um ponto chave do desempenho deles. As imagens já estão sendo chamadas pelos torcedores de "nudes da F1".

Por que os carros 'voam' em Mônaco

Por ser um circuito de rua, com muros, prédios e marina colados à pista, com pouco espaço de circulação, Mônaco precisa de guindastes de hastes longas pra retirar os carros do asfalto com mais rapidez. Essa dinâmica provoca cenas insólitas: máquinas que custam até 75 milhões (e carregam segredos industriais guardados a sete chaves) voando sobre os olhos de milhares de torcedores, fotografadas por vários ângulos e esquadrinhadas pelos rivais.

Neste fim de semana, isso já aconteceu com os carros de Lewis Hamilton, da Mercedes, e Sergio Pérez, da Red Bull, que bateram nos treinos e precisaram ser erguidos pelos céus do principado. As fotos e vídeos em alta definição dos assoalhos já devem estar sendo estudadas pelos engenheiros das equipes rivais.

Chefe da Mercedes reclama

Quem estava operando o guindaste provavelmente trabalhou no Cirque du Soleil. Não entendo isso. O carro tava na pista. Você podia ter colocado ele num caminhão. Você tá mostrando um carro pra todo o mundo.
Toto Wolf, sobre o carro de Hamilton

Qual a importância do design do assoalho

Em 2022, as regras da Fórmula 1 mudaram para tornar mais restrito o desenho aerodinâmico dos carros. A ideia era voltar com o "efeito solo", um conceito que estava na F1 nos anos 80, mas que foi abandonado depois. Basicamente, o desenho do carro cria uma força aerodinâmica que "suga" o veículo em direção ao solo e permite que ele ande mais rápido. As equipes passaram a ter que seguir regras que limitavam o formato de várias partes do chassi e um dos pontos afetados foi justamente o assoalho.

Os carros tiveram que adotar o assoalho flexível, uma prancha de madeira com titânio nas extremidades que corta o carro de ponta a ponta e garante mais estabilidade ao cockpit. Diante das novas regras, os engenheiros tiveram que fazer mudanças no piso do carro pra ganhar velocidade e desempenho. Cada assoalho é diferente e, num esporte decidido por detalhes, cada curva, reta, vão e desnível importa.

Outras partes do carro, como asas e para-choques, são obviamente visíveis a olho nu, o que permite a todos os engenheiros do grid saberem com algum grau de certeza como as equipes rivais constroem a aerodinâmica. Isso não acontece com o assoalho, sempre virado para o chão. As equipe costumam esconder o piso dos carros, usando até capas de proteção para ocasiões em que eles precisam ser içados. Mas os segredos desse desenho são revelados em Mônaco, quando as máquinas acabam suspensas no ar.

O GP de Mônaco

O GP de Mônaco, 6ª etapa da temporada 2023, acontece neste domingo (28) e terá início às 10h (de Brasília). Verstappen largará na pole, com Alonso em segundo. A transmissão será da Band, na TV aberta.

A etapa de Mônaco é considerada uma das provas mais importantes do calendário da Fórmula 1. O mexicano Sergio Pérez foi o vencedor da edição do ano passado.

A etapa de Emilia-Romagna, na Itália, não ocorreu na semana passada por causa de enchentes que atingiram a região de Imola. A última vez que os pilotos competiram na atual temporada foi no GP de Miami, no início de maio.