'Pedia para parar': Mackenzie relata 3 anos de agressões do ex; ele nega
A brasileira Mackenzie Dern, lutadora de UFC, relatou em entrevista ao UOL detalhes das agressões que afirma ter sofrido do ex-marido, o surfista Wesley Santos. Ele nega as acusações.
Ela e Wesley travam uma batalha judicial pela guarda de Moa, filha do casal. Inconformada com a decisão da Justiça da Califórnia (EUA) determinando que ela pague uma pensão de R$ 20 mil por mês a Wesley, a lutadora afirma ter sido vítima de diferentes tipos de agressão entre o fim de 2019 e maio de 2022.
Mackenzie disse que tudo começou após o nascimento de Moa, atualmente com três anos. Segundo ela, Wesley a agrediu fisicamente pela primeira vez após o casal —que estava em Peruíbe, no Brasil— sair para beber. A lutadora também relatou ameaças e disse que o surfista provocava discussões fazê-la tocar nele para tentar caracterizar uma tentativa de agressão.
Ele pegou meu cabelo, ficou batendo minha cabeça no chão e filmando, falando que me ama, que ele tá fazendo isso porque ele me ama, mas que eu sou mãe, e como que eu acho certo para uma mãe estar passando mal assim, e depois querendo ficar fazendo chantagem". Mackenzie Dern
O casal troca acusações de violência doméstica na Justiça enquanto briga pela guarda da filha. Hoje a guarda é compartilhada.
Mackenzie Dern e Wesley Santos voltam ao tribunal nos EUA em 9 de junho, quando deve ser estabelecido o acordo final sobre a custódia de Moa.
Mackenzie pediu ordem de restrição contra o ex-marido, que também será definida na audiência de 9 de junho.
Procurado pela reportagem, Wesley Santos não respondeu. Em mensagem enviada à agência de notícias "Ag. Fight", o surfista disse que "as declarações de Mackenzie são falsas e difamatórias" (leia a íntegra mais abaixo).
As declarações de Mackenzie Dern
Decisão da Justiça sobre a pensão: "É uma loucura, porque eu que cuidava da Moa, trabalhava, ganhava todo o dinheiro da casa. Eu ficava mais tempo com ela, e a Justiça querendo que eu pague 50% só para ele [Wesley] ficar com a filha dele. Nós dois fizemos a filha juntos, e acredito que nós dois temos essa responsabilidade. [...] Eu pago tudo, escola, médico, seguro, roupa, coisas para escola e tenho que dar dinheiro para ele. Não tenho ajuda de nada".
"Estou em um sistema que não me protege": "Eu estou pagando meu advogado e advogado dele. Ele não quer aceitar acordo, receber um dinheiro e deixar eu viver minha vida, quer continuar esse processo, querendo mais dinheiro, e eu não tenho. Toda a luta que estou fazendo agora é só para pagar o que ele está querendo. Eu não entendo, não entendo onde estou sendo protegida nessa situação toda".
Sem dinheiro para recorrer: "[Legalmente] eu posso até recorrer, mas não tenho dinheiro para fazer isso, eu não tenho dinheiro para recorrer".
Agressões durante o casamento: "Além do abuso físico, de me segurar, de querer bater em mim, de bater em mim com a porta do carro, de quebrar meu celular, de me agarrar, de virar meus braços atrás das minhas costas, tudo na frente da minha filha, só para eu apagar vídeos que eu estou vendo, de ficar me xingando, sendo agressivo comigo, tem o abuso emocional. Ele ficava toda hora ameaçando que ia me levar para a polícia, me botava para baixo, toda hora falava que eu não sou mulher porque não cozinhava na hora que ele queria".
"Violência acontecia na frente de familiares e amigos": "Ele fez na frente das minhas amigas, até gritou com as minhas amigas, na frente da minha família, eu precisava pedir ajuda para o meu pai".
Denúncia por violência doméstica: "Fui ameaçada por ele várias vezes. Ele já foi para cima de mim, da minha filha, foi para cima de mim na frente da Moa, até o cachorro foi para cima dele para me proteger. Tenho filmagem dele falando mal de mim para minha filha, dele me xingando, dele querendo bater em mim".
Acusação por uso indevido de cartão: "Ele usou meu cartão de crédito para pagar várias viagens dele para a República Dominicana, para Barbados depois de a gente já estar separado. [...] Eu fiz queixa dele por ter alugado apartamento no meu nome, sem minha autorização".
"Polícia bateu na porta do hotel": "A polícia foi chamada por vizinhos porque ele estava gritando. O policial me perguntou, eu falei que ele estava gritando, tacando coisas. Ele não bateu em mim, mas ele estava pegando as cobertas, tacando tudo, gritando na minha cara, filmando. Quando a polícia foi embora, ele brigou comigo, falou que eu poderia ter deixado ele ser preso".
Sobre a acusação de agressão ao ex-marido: "A única vez que eu empurrei ele pra trás, eu bati no nariz dele com uma mão, porque eu tava segurando a minha filha, e daí ele começou a pegar celular, filmar, mostrar o nariz dele sangrando, falando que eu bati nele, que eu fui agressiva com ele".
Segundo o site 'MMA Fighting', Wesley alegou ter sido vítima de abuso físico, entregando à Justiça um vídeo e fotos de seu nariz ensanguentado. Ele também acusou Mackenzie de bater na filha.
"Pago para o cara não trabalhar": "Ele fala que não fala inglês, que tem dor nas costas, que não consegue trabalhar. Eu pago quase US$ 4 mil por mês para o cara não trabalhar".
Fim do casamento e green card: "Ficamos casados apenas três anos. Assim que ele pegou o green card, a gente se separou. Eu sempre apoiei todos os sonhos dele como surfista, eu pagava todas passagens, pagava tudo, prancha...".
A declaração de Wesley
Em mensagem enviada à Ag. Fight, Wesley disse: "Estou desapontado que Mackenzie tenha escolhido fazer declarações públicas sobre nosso divórcio, especialmente porque envolve a guarda de nossa linda filha, Moa. Por estarmos em meio a um processo judicial, não posso comentar nada neste momento, exceto dizer que as declarações de Mackenzie são falsas e difamatórias. Ficarei feliz em falar depois que nosso divórcio for finalizado".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.