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Galvão vê exagero da Globo e teria 'cortado algumas coisinhas' de série

Narrador, que deixou a Globo, disse que não viu documentário antes de lançamento - Reprodução/YouTube
Narrador, que deixou a Globo, disse que não viu documentário antes de lançamento Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

30/05/2023 22h22

Galvão Bueno revelou, em participação no "Flow", que viu "um pouco de exagero" por parte da Globo no produto final de seu documentário, intitulado "Galvão: Olha o Que Ele Fez". A série estreou neste mês na Globoplay.

O que ele disse

Exagero. "Eu acho que eles exageraram um pouco em uma parte. Eu não vi nada antes, ainda teve isso, porque eu teria cortado algumas coisinhas ali."

Bonzinho ou monstro? "Como eu digo no documentário: não sou bonzinho, mas também... [não sou monstro]."

Galvão como Galvão. "No 4° episódio, parece que sou meio monstro, mesmo. Mas é muito bacana e foi muito bem feito. A ideia era não ser chapa branca e mostrar também as minhas explosões. Talvez tenham exagerado um pouquinho, mas tudo bem."

Voz do esporte do Brasil

O narrador é retratado como alguém que erra, que deixou mágoas em personalidades esportivas — como o jogador Alemão, criticado na eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1990 — e como um pai ausente em meio a inúmeras viagens de trabalho.

Apesar disto, o documentário coloca o locutor como alguém que peitou a própria Globo e, a partir disso, se transformou em uma estrela.

Galvão detalhou documentário em lançamento

No evento de estreia da produção, Galvão falou com a imprensa tanto sobre a série em si quanto sobre seu futuro.

Objetivo da série. "Eu pedi, junto à produção e direção, que não fosse uma coisa que mostrasse 'olha como ele é bonzinho, grita o tetra, grita o penta, Ayrton Senna do Brasil, é prata, é ouro'... E a vida não é assim. Eu não sou bonzinho 24 horas, mas também não sou nenhum monstro. A ideia é essa", disse.

Momentos do documentário: "Sempre fui polêmico. Mas eu digo que sou um vendedor de emoções. Ao mesmo tempo, digo que sou um equilibrista. Eu ando no fio da navalha o tempo inteiro: de um lado as emoções, que eu tento vender, e do outro a realidade dos fatos. Na medida do possível, tento não mudar a realidade dos fatos. A ideia sempre foi essa".

Galvão Bueno no lançamento da série documental "Galvão: Olha o que ele fez" - Alexandre Araújo / UOL - Alexandre Araújo / UOL
Galvão Bueno no lançamento da série documental "Galvão: Olha o que ele fez"
Imagem: Alexandre Araújo / UOL

Mudanças na comunicação: "Certamente, foi um trabalho feito com muito amor em 50 anos, mas não consigo parar. Já me reinventei várias vezes, também estou neste novo mundo. Hoje estou diretamente ligado à comunicação digital. Hoje tem a TV aberta, TV fechada, streamings e tem os streamers, com tanta gente que faz sucesso aí, que é quarta camada. Hoje são tons diferentes. Fiz apenas uma narração nesta camada e o resultado, dizem, que foi um espetáculo. Eu fui eu, mas acho que fui mais descontraído. Não tem mágica. Claro que as coisas vão mudando, mas espero conseguir acompanhar tudo isso".

Imaginou o que fosse viver ou houve surpresas? "É claro que eu cheguei com uma ideia do que viria porque eu tinha vivido momentos importantes da minha vida, da vida do esporte do Brasil, do esporte do mundo, nesses lugares, mas sempre aparece uma coisa nova".

A vida é sempre assim. uma frase que aprendi com o Boni: sempre é possível fazer melhor. Então, sempre é possível fazer uma coisa nova. Fui ao estádio lá em Pasadena... Era aqui que eu estava, o Pelé estava comigo abraçado desse lado, o Arnaldo abraçado comigo desse lado. Isso eu já sabia que eu ia sentir ali, mas parece que via as pessoas se movimentando, apesar de o estádio estar vazio. Você faz uma viagem no tempo e as coisas voltam, mas às vezes voltam de uma forma diferente daquilo que você imaginou que ela fosse chegar quando lá chegou" Galvão Bueno

Em que momento olhou e pensou: "mereço um documentário"? "Eu não sei se eu mereço. Eu nem sei se minha vida merece. As pessoas entenderam assim. Eu digo que, para mim, isso foi uma coisa fantástica. A Globo, enquanto minha casa, minha família profissional, ela tem entendido... A Globo e a Globoplay, que valia a pena fazer um documentário sobre a minha vida e sobre o meu trabalho. Eu te confesso que não sei se fiz por valer a pena. Vamos ver o que eles fizeram. Eu não posso te responder porque eu, realmente, não sei se vale a pena a minha história ou se eu construí alguma coisa que possa valer a pena isso que nós estamos fazendo aqui hoje".

A gente vai acostumar a ver o jogo da seleção sem a sua voz na TV aberta? "Isso é uma coisa já definida, que já ficou clara. Eu disse, na minha despedida de jogo da seleção em TV aberta, que foi quando o Brasil perdeu da croácia, ou de Copa do Mundo em TV aberta, que foi a grande final, um presente ser um grande jogo entre Argentina e França. Mas eu disse claramente ali: eu estou virando uma página, não estou fechando o livro. O livro está aberto, novas páginas virão por aí. Mas narrar na TV aberta só se eu for muito cara de pau, porque eu falei que já tinha acabado (risos)."

Todo mundo muda de opinião um dia... "Eu já mudei muitas vezes, mas acho que aí vai ser mais difícil mesmo".