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Polêmica no surfe: veja a comparação entre ondas de brasileiros e gringos

O surfista Italo Ferrira durante a etapa Surf Ranch Pro, da WSL - Aaron Hughes/Getty
O surfista Italo Ferrira durante a etapa Surf Ranch Pro, da WSL Imagem: Aaron Hughes/Getty

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

30/05/2023 13h50

As derrotas de Gabriel Medina e Italo Ferreira no Surf Ranch Pro foram as que mais geraram reclamação por parte da comunidade brasileira do surfe por conta dos critérios utilizados pelos juízes da Liga Mundial de Surfe (WSL).

O que aconteceu

Italo Ferreira foi derrotado por Griffin Colapinto na decisão. O brasileiro recebeu nota 8.43 em sua melhor onda para a direita, enquanto o norte-americano tirou 9.07 (veja a comparação mais abaixo). Os dois receberam a mesma nota por suas melhores ondas para a esquerda: 8.70.

Griffin Colapinto venceu Italo Ferreira na final com a somatória de 17.77 (8.70 + 9.07), contra 17.13 (8.70 + 8.43) do brasileiro.

Já Gabriel Medina disparou nas redes sociais após a sua eliminação nas quartas de final. Ele empatou em pontos (16.67) com o australiano Ethan Ewing, mas o adversário avançou por ter tirado a nota mais alta da bateria (9,07 contra 8,67).

No somatório de pontos, Gabriel Medina recebeu 8.00 pela melhor onda para a direita, e 8.67 para a esquerda. Ethan ficou com 9.07 (direita) e 7.60 (esquerda).

Filipe Toledo também se sentiu injustiçado na bateria de semifinal contra o mesmo Griffin Colapinto, algoz de Italo Ferreira na decisão.

Não é de hoje que os surfistas brasileiros reclamam de injustiças nas avaliações das notas dadas pelos juízes da WSL.

Veja algumas comparações:

Italo x Griffin

Medina x Ethan

Desabafos de brasileiros

Gabriel Medina disparou nas redes sociais contra a "falta de clareza e inconsistência" da WSL nas notas. A mãe dele também desabafou e disse que foi o maior roubo da história depois de Trestles (em 2016).

A comunidade brasileira do surfe manifestou indignação nas redes sociais. Fãs, celebridades e internautas se revoltaram com as notas mais baixas de Medina (veja o desabafo de Pedro Scooby mais abaixo).

Filipe Toledo e Italo Ferreira fizeram coro às críticas de Medina sobre os critérios da Liga Mundial de Surfe. Os dois se juntaram à pressão por mais transparência e mudanças na avaliação das provas da entidade.

O que a WSL disse

Estamos comprometidos em continuar trabalhando para o crescimento do esporte no Brasil, apoiando nossos surfistas, fãs e staff por meio de eventos, parcerias e engajamento com a comunidade. A WSL existe para apresentar os melhores surfistas do mundo competindo nas melhores ondas do mundo.

Integridade e justiça são fundamentais em tudo o que fazemos. Nas competições da WSL, um painel de cinco juízes e um head judge avaliam cada onda de forma independente. Eles analisam todas as ondas em tempo real e é utilizado um sistema de replay dedicado, com ângulos de câmera adicionais além do que os fãs veem na transmissão.

Os competidores recebem os critérios de julgamento antes de cada dia de competição, descrevendo as diretrizes de pontuação com base no local da etapa e nas condições das ondas. O surf é um esporte subjetivo em constante evolução e encorajamos um debate construtivo sobre a progressão do nosso esporte e os critérios usados para julgar nossas competições.

Para o Surf Ranch Pro, os critérios de julgamento foram fornecidos a todos os surfistas no dia 20 de maio, antes dos dias de treino e da competição. Todos os competidores tiveram a oportunidade de discutir os critérios antes da competição e após suas baterias com a equipe de Tours e Competições.

Iremos manter nosso trabalho de comunicação para sempre aprimorar o esporte e a transparência entre os juízes, atletas e regras de competição para que todos possam fortalecer o crescimento exponencial do surfe profissional no Brasil e no mundo.