Zé Boquinha descobriu NBA por acaso e não quer encerrar carreira tão cedo
Zé Boquinha trombou com a NBA pela primeira vez em 1980, durante uma viagem do então jovem técnico aos Estados Unidos. 43 anos se passaram, e o ex-jogador se tornou o irreverente veterano de 78 anos que integra a equipe de comentaristas de basquete da ESPN.
Prestes a acompanhar, hoje (1), o primeiro jogo da final entre Miami Heat e Denver Nuggets, Zé Boquinha soma quase três décadas à frente do microfone do canal esportivo da Disney. Ele, porém, não pensa em aposentadoria e já avisou, no melhor estilo Zagallo, que "vocês vão ter que me engolir por mais uma temporada".
Estou sendo útil. Se eu não tiver ESPN, não tenho muito objetivo, então me motiva muito, além de ir para São Paulo, conviver com gente mais nova, poder sacanear os caras mais novos, fazer minhas brincadeiras no ar, e fazer aquilo que eu melhor sei fazer: comentar um jogo de basquete". Zé Boquinha
E a convivência com a nova geração de comentarista é natural para o "velho de guerra" Zé Boquinha. Para isso, ele conta com o jeito brincalhão, os anos dentro das quadras de basquete e, claro, boas histórias.
O [Eduardo] Agra, por exemplo, eu dirigi muito contra ele quando ele jogava. O pai do [Guilherme] Giovannoni jogou comigo em Piracicaba, então eu conheço o Guilherme desde moleque. A Helen [Luz], a gente até se chama de primo, porque ela é Luz. Eu sou Lux. Então, para mim, é natural, porque como eu já sou um cara cansado, velho de guerra, eu não quero aparecer. Eu vou lá e faço o meu trabalho do jeito que eu sempre fiz. Eu gosto de sacanear, brincar, contar história". Zé Boquinha
Bordões em alta e ida para o BBB
Zé Boquinha pode ser veterano, mas segue em alta nas redes sociais. Além de ver os espectadores reproduzirem seus bordões, o ex-jogador ganhou até campanha para disputar o Big Brother Brasil.
Não sei quem foi o cara que meteu isso [ida para o BBB] na internet. E foi uma gozação legal. Eu não dei bola pra isso. Não faria nunca. Nunca. A rigor, eu nunca assisti um minuto do BBB na minha vida. Não sei se feliz ou infelizmente, mas eu não tenho atração por isso, não. Pra mim, é uma coisa que não significa nada. Não tem graça nenhuma. Mas foi interessante, foi gozado, foi engraçado".
Quanto aos bordões, Zé Boquinha revelou qual o seu preferido: "O basquete é o único jogo que termina e não acaba. Essa [frase] eu uso há 20 anos. Que é aquela bola que o cara chuta, o jogo tá empatado, a mesa apita e ela continua viva, então o jogo acaba, mas não termina. Se a bola cair, tá valendo. Essa frase, para mim, é uma das mais legais", contou.
O que mais disse Zé Boquinha
Origem do apelido
"E o Zé Boquinha é por falar bastante. O Zé Boquinha já prova por que eu sou um comentarista. Eu sempre fui. Eu era bocudo quando moleque. Aí virei boca quando eu estava adolescente. Aí quando eu fui para Piracicaba, alguém lá inventou o Zé Boquinha. Aí faz mais de 60 anos. É o meu nome".
Tamanho de LeBron James na NBA
"A NBA tem três prateleiras, né? O primeiro andar é do Michael Jordan. O andar de baixo, do Kobe Bryant. Aí vem o terceiro andar, com o LeBron comandando, aí você põe o Curry, Larry Bird, Magic Jones, o Abdul-Jabbar. Aí tem uns dez para a gente discutir. Acho que o LeBron vai ficar no terceiro andar sozinho já já. [...] Tem gente que fala, não, ele [LeBron] é melhor que o Kobe Bryant. Ainda não. Ele bateu os recordes pela longevidade, mas o Kobe foi o que mais se aproximou do Michael Jordan, até no estilo, na maneira de jogar. Então, eu fico com Jordan na primeira prateleira, Kobe na segunda e o LeBron entra nessa terceira prateleira aí".
Falta de brasileiros na NBA
"Eu diria que está faltando um jogador para chegar lá. Acho que nós estamos faltando qualidade. Temos bons jogadores, mas não temos aquela safra boa".
Foi jogador de futebol
"Jogava no meio, de volante, meia. Se precisasse de um centroavante lá, eu ia. Só não jogava nas laterais, porque eu era muito grande. Lateral grande não existe. Mas, no meio, quebrava o galho".
Torcedor do Corinthians
"Sou corintiano de nascença, a minha família inteira é corintiana, menos minha mãe que era palmeirense. Era italiana, não era palmeirense. A nona não tinha jeito. E depois eu joguei no Corinthians, fui técnico do Corinthians. Tinha um amigo são-paulino que falou 'nem o diabo te exorciza, você é três vezes corintiano, não tem jeito'. Eu falei, graças a Deus, corintiano".
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