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Thiago Wild: 'Fora da quadra a maioria das pessoas não me conhece'

Thiago Wild, tenista brasileiro - JULIEN DE ROSA/AFP
Thiago Wild, tenista brasileiro Imagem: JULIEN DE ROSA/AFP

Colaboração para o UOL, em Maceió

01/07/2023 12h33

O tenista brasileiro Thiago Wild, 23, foi questionado pela Clay Magazine sobre as acusações que recebe de sua ex-companheira, a influenciadora Thayane Lima, após sua boa participação em Roland Garros.

O que aconteceu?

Wild se destacou por vencer o número 2 do mundo, Daniil Medvedev, na estreia do torneio.

O assunto voltou à tona em uma coletiva de imprensa, em que o jogador também mostrou incômodo.

O tenista se esquivou das perguntas, segundo a revista.

Fora da quadra a maioria das pessoas não me conhece. Eu não julgo as pessoas, não me importo com o que elas querem, o que fazem até que eu as conheça. Então, até que eu realmente conheça alguém, não é meu papel falar sobre essa pessoa.

Sobre as acusações, Wild afirmou que mantém sua versão dada em 2021, mas evitou falar em inocência.

Que tipo de pergunta é essa? Não cabe a mim dizer o que o juiz dirá. Não está em minhas mãos.

Relembre o caso

Em agosto de 2021, Thayane relatou ter vivido um relacionamento abusivo ao lado de Thiago Wild. Ela afirma ter descoberto várias traições do atleta ao longo do relacionamento que durou cerca de um ano, se separou dele e precisou realizar tratamentos psiquiátrico e psicológico.

"Sem que eu percebesse, ele fez com que eu mudasse tudo na minha vida. Passei a não poder usar decote, nem à praia eu podia ir para não usar biquíni. Sempre usei unha grande, mas ele gostava de curta porque afirmava que unha grande era 'de puta'. Se a minha opinião política não fosse igual a dele —e de fato não é—, ele me chamava de burra e dizia que eu tinha que ficar com os 'pretos fod... que eu andava'. Thiago também mandou eu tirar meu piercing do nariz e reclamava do meu sotaque, dizendo que carioca fala 'igual favelado'", disse Thayane, na época, ao UOL.

A polícia do Rio de Janeiro passou a investigar o tenista Thiago Wild pelos crimes de violência psicológica, injúria e lesão corporal cometidos contra Thayane. Após a conclusão desse processo, o atleta foi indiciado em outubro de 2021 em decisão da delegada Giselle do Espírito Santo e o inquérito criminal foi enviado à 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Violência Doméstica de Jacarepaguá (zona oeste do Rio). Em seguida, as autoridades encaminharam o pedido de instauração de processo criminal ao Ministério Público do estado.

O Ministério Público do Rio de Janeiro, então, denunciou o tenista Thiago Wild em abril de 2022 por violência doméstica e psicológica contra Thayane Lima.

"No dia 08 de maio de 2020, [...] o denunciado Thiago consciente e voluntariamente, praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima: Thayane Lima da Silva, ao apertar abruptamente o dedo desta", diz a denúncia à qual a reportagem do UOL teve acesso.

"Em seu agir, o denunciado valendo-se do fato da vítima ser sua dependente financeira, humilhava e ridicularizava sua companheira perante familiares e amigos, chamando-a de incapaz, louca, lixo, piranha, puta barata, fiscalizava as redes sociais de sua companheira, determinando as postagens que poderiam ser mantidas, ressaltava com seus amigos que traía constantemente a vítima, bem como detalhava atos íntimos do casal afirmando que o sexo com sua companheira era insuficiente", relata outro trecho da denúncia baseada em provas anexadas ao processo às quais a reportagem também teve acesso.

Como denunciar a violência doméstica psicológica

Da mesma maneira que outros tipos de violência contra a mulher: em flagrantes de violência doméstica, ou seja, quando alguém está presenciando esse tipo de agressão, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190. O Ligue 180 é o canal criado para mulheres que estão passando por situações de violência. A Central de Atendimento à Mulher funciona em todo o país e também no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita.

O Ligue 180 recebe denúncias, dá orientação de especialistas e encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. Também é possível acionar esse serviço pelo Whatsapp. Neste caso, o telefone é (61) 99656-5008.