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Madrasta condenada por morte de filho de lutador é encontrada morta no MS

Jéssica Dias Ribeiro, condenada pela morte do enteado - Reprodução/Redes sociais
Jéssica Dias Ribeiro, condenada pela morte do enteado Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/07/2023 20h11

Jéssica Leite Ribeiro, condenada em 2020 por ter matado o filho de um ano do lutador de MMA Joel Tigre, foi encontrada morta na última quarta-feira (5) no presídio feminino Carlos Alberto Jonas Giordano, em Corumbá (MS). Ela era madrasta da criança e casada com Joel.

O que aconteceu

As duas detentas que dividiam a cela com Jéssica a encontraram morta por volta das 23h (de Brasília). A morte foi confirmada ao UOL pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e pelo advogado Jeferson Faria, que atuava há cinco anos com ela.

As internas afirmaram que estavam dormindo e que acionaram a equipe de segurança quando perceberam que ela estava morta. A penitenciária, então, entrou em contato com a Polícia Civil e foi orientada a acionar o Samu para a constatação do óbito — que foi confirmado à 1h30 da madrugada do dia 6.

Uma das detentas estava tentando reanimar a vítima quando as equipes da polícia e da perícia chegaram ao local, de acordo com o Boletim de Ocorrência do caso ao qual o UOL teve acesso. O documento não informa, porém, a causa da morte.

Jéssica estava sob custódia no presídio de Corumbá desde 31 de agosto de 2018 — ela cumpria pena de 17 anos e cinco meses de prisão. A previsão da penitenciária é de que ela teria direito ao regime semiaberto a partir de junho de 2024 — a deliberação é feita pela Justiça.

O advogado afirmou que Jéssica estava animada com a possível progressão da pena e que ela nunca teve problemas no presídio. Jeferson, que reside em Dourados, a mais de 550 km de distância de Corumbá, disse que ainda não conseguiu contato com a delegada do caso e que aguarda o laudo necroscópico, que pode demorar até 30 dias.

O UOL tentou contato por telefone com a Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, mas ainda não conseguiu retorno. O texto será atualizado em caso de resposta.

O caso

Rodrigo, filho de um ano de idade de Joel Ávalo dos Santos, conhecido como Joel Tigre, morreu em 16 de agosto de 2018. A criança era fruto de um relacionamento antigo do lutador.

Jéssica e Joel foram presos após inconsistências em seus depoimentos à polícia — ela disse inicialmente que o bebê começou a passar mal após Joel sair para o trabalho e que morreu em seus braços, enquanto o lutador se disse inocente desde o início. Na época, eles tinham 21 e 25 anos, respectivamente.

O exame de necropsia constatou que Rodrigo morreu depois que uma de suas vértebras foi quebrada "por ação contundente" e perfurou o fígado, causando hemorragia. Inicialmente, nenhum dos dois soube explicar a origem das manchas hemorrágicas que o bebê tinha pelo corpo.

A madrasta mudou completamente seu relato após uma semana da prisão e admitiu que utilizou força com a criança. Rodrigo teria caído enquanto brincava com a irmã e estava sangrando e chorando quando ela chegou para socorrê-lo. Jéssica interpretou que ele estava com dificuldade para defecar e começou a apertá-lo.

Jéssica foi julgada culpada por homicídio doloso em 10 de março de 2020. Ela teve pena fixada pelo juiz por 17 anos e cinco meses. Já Joel foi considerado culpado por homicídio culposo e recebeu pena de um ano e quinze dias, à qual não recorreu por já ter ficado preso por mais tempo — ele, portanto, foi liberado.

O que o advogado disse

Aguardando laudo e contato: "Sou de Dourados, ela estava em Corumbá, não estou conseguindo contato com a delegada. O laudo necroscópico também demora um pouco, estimativa de 30 dias".

Notícia da morte: "Recebi a notícia da pior forma, pelos pais dela. Fazia cinco anos que atuo junto dela. Foi da pior forma possivel, agora é aguardar a investigação".

Progressão da pena: "Ia mudar de regime, ficava animada toda vez que falava com a familia. Eu ia atendê-la mês que vem para passar as datas da progressão. Nunca deu problema. Nosso medo era no começo da prisão, mas nunca teve. Cinco anos de convivio, nunca teve problema, indisciplina.

Trabalho na cadeia: "Desde janeiro de 2019 ela trabalhava no presídio. Trabalhou com costura, prendedor de roupa, horta, conforme o trabalho interno.

Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.

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