Michel Pereira enfrenta Stephen Thompson amanhã (29), no UFC 291, em Salt Lake City (EUA), em seu retorno ao octógono após mais de um ano sem lutar. O longo hiato não ocorreu devido a problemas envolvendo o brasileiro: faltaram adversários que aceitassem lutar contra o "Paraense Voador".
Razões para os 434 dias sem lutar no UFC: "Muitas coisas aconteceram, desde o oponente que marcava e se lesionava, muitas coisas aconteceram. É muito complicado. O tempo foi passando e a gente brigando com os agentes, brigando com os lutadores. Eles diziam: 'me dá mais um mês', 'me dá mais não sei o quê', e eu pronto, preparado. Com isso foi adiando, e eu já estou há um ano e um pouco sem lutar", explicou Michel, em entrevista ao UOL.
Hiato impediu ascensão na carreira? "Sim, querendo ou não isso atrapalha muito, porque a gente vem de cinco vitórias consecutivas. A gente vem fazendo um ótimo trabalho, sempre boas lutas, e isso vem atrapalhando a minha carreira. Mas eu penso em fazer duas lutas neste ano para tentar recuperar o tempo perdido. Que sejam boas lutas, grandes lutas, para eu tentar recuperar".
Sequência positiva
Michel Pereira está há mais de três anos sem perder no UFC. O último revés aconteceu em fevereiro de 2020, quando foi desclassificado por joelhada ilegal em Diego Sanchez. O "Paraense Voador" venceu cinco embates desde então, uma delas por finalização e as outras por decisão dos juízes.
O brasileiro de 29 anos está entre os lutadores ranqueados no peso meio-médio. Michel Pereira ocupa a 15ª posição e terá a oportunidade de lutar contra o 7º da categoria.
Michel Pereira poderia ter ampliado a sequência diante de Sean Brady em março deste ano, mas o norte-americano se lesionou e desistiu do embate. O brasileiro também lidou com recusas de outros lutadores, como do chinês Li Jingliang.
O que mais Michel Pereira falou
Preparação para o UFC 291: "A reta final sempre é muito difícil, corte de peso, treinar, dar entrevista, fazer tudo que o UFC pede. A gente não só treina, não só faz corte de peso, mas está tudo indo muito bem, conforme a gente programou, e estou muito feliz de fazer parte desse grande evento".
Dia de treino com o exército norte-americano: "Foi (ideia de) um amigo que faz parte da equipe, ele conhece o sargento do exército. Aí a gente programou para treinar com o pessoal do exército nas montanhas. Foi um treino muito bacana, foi uma coisa muito legal e foi muito divertido. O pessoal do exército sentiu um pouquinho que a gente passa antes de uma preparação pra uma luta.
Cogita mudança de categoria em meio à dificuldade para achar adversário? "Eu sou um cara muito grande para a categoria, eu sofro para bater o peso. Não é que eu sofro muito, é que toda tirada de peso é dura, e eu por ser muito grande para a categoria a gente tem que ter uns cuidados maiores, um foco maior. Mas agora eu penso em lutar na 77kg (meio-médio) mesmo, é a minha categoria, é só eu fazer tudo corretamente que consigo bater o peso".
Projeção da luta contra Stephen Thompson: "As expectativas são as melhores, eu creio que ele vem treinado, eu também venho preparado. Vai ser uma grande luta, uma grande performance minha e dele, espero que a gente faça uma luta animada, uma luta divertida, que eu e ele possamos sair sem nenhuma lesão e fazer um belo espetáculo para todo o mundo das artes marciais".
Desafio de enfrentar um lutador ranqueado: "Eu estou muito tranquilo, o Thompson é um ótimo atleta. Não é porque ele está no ranking ali que ele é melhor do que outros atletas que eu lutei. Lutei com uns caras muito bons e que não são bem ranqueados. Eu vejo que eu mereço estar ali entre os cabeças da categoria e estar entre os melhores".
Por que suas lutas entretêm tanto? "O que eu faço é treinar muito, me preparar muito bem, entrar focado no octógono, ir lá e fazer o meu trabalho, mostrar o meu estilo. Com isso, o UFC vem vendo que eu sou um cara que vendo muito no evento, que chamo a atenção dentro do evento, e com isso eu venho crescendo dentro da organização".
Michel Pereira já ganhou dois prêmios de "Performance da Noite" no UFC, nas vitórias contra Danny Roberts (em 2019) e Zelim Imadaev (em 2020). O paraense também participou de duas "Lutas da Noite", diante de Tristan Connelly (em 2019) e de Santiago Ponzinibbio (em 2022).
Futuro após o UFC 291: "Depois dessa luta muita coisa vai mudar, porque eu vou entrar top 7. Eu penso em lutar no Brasil em novembro, então tem muita coisa para acontecer ainda, então eu quero esperar depois dessa luta para ver o que vai acontecer".
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