Magnus Futsal utiliza técnica famosa na NBA e rara no Brasil com reservas
Luiz Franco
Colaboração para o UOL, em São Paulo
31/07/2023 04h00
A equipe do Magnus Futsal, de Sorocaba, passou a utilizar uma técnica muito comum nas partidas da NBA, mas praticamente inexistente no Brasil: o aquecimento dos atletas durante os jogos com bicicletas ergométricas.
O UOL transmite ao vivo jogos das ligas masculina e feminina de futsal
Essa medida é conhecida nos Estados Unidos, sobretudo na NBA, já há muitos anos. Um jogador que está no banco, esperando para entrar ou após deixar a partida por lesão, mantém o corpo aquecido realizando exercícios nesses aparelhos.
No Magnus Futsal, essa foi uma solução encontrada pela comissão técnica para "driblar" uma regra imposta pela Fifa. A entidade só permite cinco atletas de pé entre os reservas.
"Para as partidas, são relacionados 14 atletas e cinco estarão jogando. Mas na regra do esporte, somente cinco atletas podem ficar em pé na zona de aquecimento, então os outros quatro jogadores ficarão pedalando nas bicicletas. Dessa forma, todos do elenco estarão aptos a participar da partida a qualquer momento", explica Mauro Sandri, preparador físico da equipe e responsável por gerir a nova estratégia.
Segundo ele, isso também ajuda em partidas disputadas em baixas temperaturas. Vale lembrar que, dos 24 times que participam da Liga Nacional de Futsal, 16 são da Região Sul, a mais fria do Brasil.
"Pensando no bem-estar e performance dos atletas durante as partidas, criamos estratégias inovadoras para mantermos todos os jogadores devidamente aquecidos, sobretudo em temperaturas mais baixas durante o inverno", completou.
Capitão aprova novidade
A nova técnica utilizada pelo Magnus foi aprovada pelos jogadores da equipe. Segundo o capitão Rodrigo, o futsal é um esporte propício para ela ser utilizada.
"Pra nós é muito importante. Nossos ginásios não estão preparados com calefação, por exemplo. E só podem ficar cinco em pé no banco. Os que ficariam sentados vão estar trabalhando em cima da bicicleta, se mantendo aquecidos. É bom ainda mais no futsal, que o jogador pode entrar pra bater uma falta, fazer uma marcação, ele vai estar preparado e aquecido", explicou.
Fã de esportes americanos em geral, sobretudo da NBA, Rodrigo aponta a importância de buscar exemplos desse tipo em outros esportes.
"Sou muito fã da NBA, da NFL, do beisebol... Gosto muito dos esportes em si. Paro para assistir e aprender. Vejo muito na NBA cada atleta com seu fisioterapeuta, fazendo sua massagem, sua bolsa de gelo... O atleta tem que investir em si mesmo, ele é a própria máquina. Eu tenho a bota para fazer compressão, tenho a minha pra me recuperar em casa. Aprendi isso com eles lá fora. O atleta tem que investir no seu corpo", falou.
E, na visão dele, isso não é importante apenas dentro da quadra, mas em uma visão mais geral e ampla de tudo que envolve o esporte.
"Estou em uma briga por causa de roupa. O jogo na NBA começa três horas antes, o cara chegando com a aquela roupa diferente, chamando atenção. Você já está vendendo o jogo ali. Eu falo isso, vamos parar de chegar com a roupa do time, aquele agasalho, isso a gente já usa fora de casa. Dentro de casa temos que abrir o mercado, pode ser que uma marca de roupa queira patrocinar um atleta... Isso é o marketing, é a vivência de outros esportes que a gente tenta agregar para o nosso. É difícil, mas aos poucos vai abrindo espaço e vamos crescendo", completou.