Bate-Estaca explica derrotas seguidas no UFC e o que mudará na estratégia

Jéssica Andrade entra no octógono hoje contra Tatiana Suarez, pelo peso-palha, no UFC Nashville. Ex-campeã da organização, "Bate-Estaca" passa por um momento que só viveu uma vez antes no MMA: ela vem de duas derrotas consecutivas, para Erin Blanchfield (peso-mosca) e Xiaonan Yan (peso-palha).

Preparação após sequência negativa: "Eu acredito que meu treinamento foi excelente, tanto para a luta com a Erin, quanto para a luta com a Yan Xiaonan. Acho que a questão na luta da Erin foi o top cair. Foi mais mesmo falta de concentração minha. E contra a Yan Xiaonan eu acho que eu queria acabar a luta rápido, e aí não me concentrei da forma que tinha que fazer, que era manter a calma, trabalhar os golpes, achar a distância, achar o tempo certo, colocar a luta para baixo. O camp foi excelente para as duas lutas, mas o que faltou mesmo foi mais discernimento meu, ter mais calma, mais paciência, achar o momento certo e aí colocar o que eu tinha treinado em prática. Mas para essa luta eu estou muito tranquila", disse Jéssica Bate-Estaca em entrevista ao UOL.

Bate-Estaca terá pela frente uma adversária invicta no UFC. 10ª colocada no ranking do peso-palha, Tatiana Suarez tem nove vitórias em seu cartel no MMA, cinco delas na principal organização do esporte.

Jéssica foi escalada para o UFC Nashville para substituir outra brasileira. Virna Jandiroba, que está logo atrás de Bate-Estaca no ranking da categoria, deixou o evento por conta de lesão no joelho. A ex-campeã do peso-palha teve pouco mais de um mês para se preparar.

Tatiana Suarez celebra vitória sobre Montana De La Rosa, em fevereiro de 2023
Tatiana Suarez celebra vitória sobre Montana De La Rosa, em fevereiro de 2023 Imagem: Chris Unger/Zuffa LLC via Getty Images

Como abordar a rival: "A Tatiana é uma adversária muito dura, muito boa no grappling, no wrestling, trabalha bem essa parte de grade, a pressão no chão. Mas eu acho que é um estilo de luta que eu já estou acostumada, é o que eu sempre fiz a minha vida inteira, defender queda e colocar a luta para baixo. Eu posso trabalhar a parte da trocação, eu tenho esgrimas e defesa de quedas muito boas, então eu acho que o foco mesmo para essa luta é defender essas entradas de queda dela, trabalhar bons golpes na trocação em pé e ir minando o ímpeto dela de colocar a luta para baixo. Tem muita coisa que eu posso abordar dentro da luta que pode me dar um pouco mais de vantagem".

O que mais Jéssica falou

Como se sente por entrar na luta sem favoritismo: "Para mim é mais uma motivação para chegar lá dentro e mostrar o meu melhor. Quando as pessoas te colocam como zebra é porque elas não estão esperando muito de você, aí chego lá e consigo mostrar algo totalmente diferente do que estão pensando. Para mim é bom, eu gosto de ser a zebra".

A última luta de Jéssica Bate-Estaca no peso-mosca foi em fevereiro deste ano, a derrota para Erin Blanchfield
A última luta de Jéssica Bate-Estaca no peso-mosca foi em fevereiro deste ano, a derrota para Erin Blanchfield Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

Prioridades no UFC: "O foco realmente é vencer agora, mas eu estou com a expectativa de me manter dentro dessa categoria de 52 (kg, peso-palha). É uma coisa que eu venho pedindo já desde o começo do ano (ao UFC), ficar nos 52. É claro que sempre vai surgir a possibilidade de fazer uma luta nos 57 (peso-mosca), ou quem sabe talvez no futuro uma luta nos 61 (peso-galo). Eu acho que quando você é atleta e já lutou em tantas categorias diferentes, faz parte. Mas a minha intenção é me manter dentro dos 52 e ter a chance de disputar o cinturão de novo e me tornar campeã dessa categoria".

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Houve arrependimento por alternar categorias? "Valeu muito a pena a experiência. Eu acho que lutar na categoria dos 57 kg me trouxe mais confiança, me trouxe mais discernimento para as minhas perdas de peso. Eu tive dois problemas em duas perdas de peso e não queria mais lutar nos 52 kg, eu queria subir de categoria porque estava me sentindo mal, como se não conseguisse mais. Isso não estava sendo bom para mim. Quando eu tive a oportunidade de fazer essa luta nos 57 voltei ao normal, voltei a ter essa confiança em baixar peso, me senti bem. Vi que a minha mente estava me atrapalhando na minha categoria. Mas eu não me arrependo não, de verdade. Fiz uma disputa de cinturão também, então foi muito bom para a minha carreira, para a minha vida. Se surgir a oportunidade de lutar nos 57, eu estou pronta também, estou sempre aqui para o que o UFC precisar".

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