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Ex-campeão e recordista do UFC, Dos Anjos diz que ainda tem lenha a queimar

Rafael dos Anjos comemora sua vitória sobre Bryan Barberena no UFC Fight Night, em dezembro de 2022 Imagem: Jeff Bottari/Getty

Do UOL, em São Paulo

12/08/2023 04h00

Recordista do UFC e sem pensar na "linha de chegada" com 15 anos na organização, o brasileiro ex-campeão dos leves Rafael dos Anjos afirmou ao UOL que ainda tem muita lenha para queimar.

O que aconteceu

Dos Anjos, que mudou para a categoria meio-médio (77 kg), enfrenta o compatriota Vicente Luque na luta principal de hoje (12) do UFC Vegas 78. Ele vem de vitória sobre Bryan Barberena, em dezembro do ano passado, e ficou afastado dos octógonos até agora devido a uma cirurgia no nariz "que veio no momento certo".

O veterano de 38 anos disse que "sente no coração" que seu legado ainda não acabou. Na organização desde 2008, ele já foi campeão do peso-leve (70 kg), em 2015, e disputou o cinturão dos meio-médios, em 2018.

O experiente lutador destacou que é viciado em treinar e que não se vê "nem perto" da aposentadoria. "Ainda tenho muita lenha para queimar. O corpo está segurando bem a onda, não tenho nenhuma lesão crônica ou séria. Meu motivo de continuar é a minha vontade", enfatizou.

Ele projetou lutar mais uma vez neste ano e analisou que o caminho para voltar a disputar o cinturão "é mais curto" por ser um ex-campeão — mas, para isso, precisa passar por Vicente antes. "Com certeza quero ganhar um cinturão, ser campeão em 2 categorias, mas um passo de cada vez. No mundo da luta, tudo pode mudar", ponderou.

Recordes no Ultimate

Rafael dos Anjos durante a pesagem para sua luta contra Vicente Luque, no UFC Fight Night Imagem: Jeff Bottari/Getty

RDA, como passou a ser chamado nos EUA, é o atleta com o maior tempo de luta na história do UFC. O brasileiro já ficou oito horas, um minuto e 49 segundos dentro do octógono.

Mas o brasileiro só quer continuar lutando e não liga para as marcas — apesar de estar a quatro vitórias de quebrar o recorde de mais vitórias na organização. "Se conseguir, ótimo, mas não tenho intenção de bater essa meta", contou. Ele já venceu 21 lutas, enquanto o recordista é Jim Miller, com 24.

Dos Anjos ressaltou que é realizado com sua carreira e que "não tem que provar nada a ninguém". Ele afirmou que não tem frustrações na "maratona" de sua vida como lutador. "Tenho que fazer meu trabalho. Faço bem, mas não tenho que provar nada", completou.

O que mais Rafael dos Anjos disse

Motivação na carreira: "Minha família depende de mim, sou o provedor da minha casa, ainda tenho muita lenha para queimar. Estou com 38, são 15 anos de UFC. Quando tenho algum problema [físico] é ruim para mim, sou viciado em treino. Sinto no meu coração que meu legado ainda não acabou".

Aposentadoria fora de cena: "Eu não me vejo nem perto disso ainda. Tenho noção que a linha de chegada está mais próxima que a de partida, mas o corpo está segurando a onda bem. Nenhuma lesão crônica, nem séria, e estou amarradão. Meu motivo é esse, a minha vontade".

Nariz operado: "Em março, fiz cirurgia no nariz, por isso vim lutar só agora. Consigo respirar muito melhor agora, dormir melhor. Foi uma raspagem de sinusite crônica, tinha muitos pólipos nos seios da face, e de desvio de septo. Tinha três fraturas no nariz que nem sabia. Aproveitei e tirei as amídalas, reduzi foco de infecção no meu corpo, não sinto mais dores musculares. Veio no momento certo da carreira".

Maratona da luta: "Acho que a vida de luta não é um sprint, é uma maratona. Não adianta fazer o melhor por dois meses e depois se largar. Sempre me mantenho na dieta, comendo bem, imaginando formas de melhorar. Faço meu dever de casa bem, não sou um bom lutador só quando estou na academia".

Novo cinturão no horizonte: "Planejo lutar mais uma vez esse ano. Meu foco é Vicente e, passando essa luta, sendo ex-campeão, o caminho é muito mais curto. No mundo da luta, tudo pode mudar. Com certeza quero ganhar um cinturão, ser campeão em 2 categorias".

Sem frustrações: "Já fui campeão e lutei pelo cinturão, não ganhei, mas isso não me frustra. Já estive para lutar com McGregor, foi a única que saí porque me machuquei na história, mas não tenho frustração. Não tenho que provar nada a ninguém".

Possível duelo contra McGregor? "Se o cara acordar um dia, olhar uma foto minha é falar: 'É esse'... Ele que manda, ele que escolhe. Acredito que pode acontecer, a gente tem uma história aí. Não penso duas vezes com ninguém, vou pensar com ele?"

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