Ex-campeão e recordista do UFC, Dos Anjos diz que ainda tem lenha a queimar

Recordista do UFC e sem pensar na "linha de chegada" com 15 anos na organização, o brasileiro ex-campeão dos leves Rafael dos Anjos afirmou ao UOL que ainda tem muita lenha para queimar.

O que aconteceu

Dos Anjos, que mudou para a categoria meio-médio (77 kg), enfrenta o compatriota Vicente Luque na luta principal de hoje (12) do UFC Vegas 78. Ele vem de vitória sobre Bryan Barberena, em dezembro do ano passado, e ficou afastado dos octógonos até agora devido a uma cirurgia no nariz "que veio no momento certo".

O veterano de 38 anos disse que "sente no coração" que seu legado ainda não acabou. Na organização desde 2008, ele já foi campeão do peso-leve (70 kg), em 2015, e disputou o cinturão dos meio-médios, em 2018.

O experiente lutador destacou que é viciado em treinar e que não se vê "nem perto" da aposentadoria. "Ainda tenho muita lenha para queimar. O corpo está segurando bem a onda, não tenho nenhuma lesão crônica ou séria. Meu motivo de continuar é a minha vontade", enfatizou.

Ele projetou lutar mais uma vez neste ano e analisou que o caminho para voltar a disputar o cinturão "é mais curto" por ser um ex-campeão — mas, para isso, precisa passar por Vicente antes. "Com certeza quero ganhar um cinturão, ser campeão em 2 categorias, mas um passo de cada vez. No mundo da luta, tudo pode mudar", ponderou.

Recordes no Ultimate

Rafael dos Anjos durante a pesagem para sua luta contra Vicente Luque, no UFC Fight Night
Rafael dos Anjos durante a pesagem para sua luta contra Vicente Luque, no UFC Fight Night Imagem: Jeff Bottari/Getty

RDA, como passou a ser chamado nos EUA, é o atleta com o maior tempo de luta na história do UFC. O brasileiro já ficou oito horas, um minuto e 49 segundos dentro do octógono.

Mas o brasileiro só quer continuar lutando e não liga para as marcas — apesar de estar a quatro vitórias de quebrar o recorde de mais vitórias na organização. "Se conseguir, ótimo, mas não tenho intenção de bater essa meta", contou. Ele já venceu 21 lutas, enquanto o recordista é Jim Miller, com 24.

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Dos Anjos ressaltou que é realizado com sua carreira e que "não tem que provar nada a ninguém". Ele afirmou que não tem frustrações na "maratona" de sua vida como lutador. "Tenho que fazer meu trabalho. Faço bem, mas não tenho que provar nada", completou.

O que mais Rafael dos Anjos disse

Motivação na carreira: "Minha família depende de mim, sou o provedor da minha casa, ainda tenho muita lenha para queimar. Estou com 38, são 15 anos de UFC. Quando tenho algum problema [físico] é ruim para mim, sou viciado em treino. Sinto no meu coração que meu legado ainda não acabou".

Aposentadoria fora de cena: "Eu não me vejo nem perto disso ainda. Tenho noção que a linha de chegada está mais próxima que a de partida, mas o corpo está segurando a onda bem. Nenhuma lesão crônica, nem séria, e estou amarradão. Meu motivo é esse, a minha vontade".

Nariz operado: "Em março, fiz cirurgia no nariz, por isso vim lutar só agora. Consigo respirar muito melhor agora, dormir melhor. Foi uma raspagem de sinusite crônica, tinha muitos pólipos nos seios da face, e de desvio de septo. Tinha três fraturas no nariz que nem sabia. Aproveitei e tirei as amídalas, reduzi foco de infecção no meu corpo, não sinto mais dores musculares. Veio no momento certo da carreira".

Maratona da luta: "Acho que a vida de luta não é um sprint, é uma maratona. Não adianta fazer o melhor por dois meses e depois se largar. Sempre me mantenho na dieta, comendo bem, imaginando formas de melhorar. Faço meu dever de casa bem, não sou um bom lutador só quando estou na academia".

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Novo cinturão no horizonte: "Planejo lutar mais uma vez esse ano. Meu foco é Vicente e, passando essa luta, sendo ex-campeão, o caminho é muito mais curto. No mundo da luta, tudo pode mudar. Com certeza quero ganhar um cinturão, ser campeão em 2 categorias".

Sem frustrações: "Já fui campeão e lutei pelo cinturão, não ganhei, mas isso não me frustra. Já estive para lutar com McGregor, foi a única que saí porque me machuquei na história, mas não tenho frustração. Não tenho que provar nada a ninguém".

Possível duelo contra McGregor? "Se o cara acordar um dia, olhar uma foto minha é falar: 'É esse'... Ele que manda, ele que escolhe. Acredito que pode acontecer, a gente tem uma história aí. Não penso duas vezes com ninguém, vou pensar com ele?"

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