Djokovic x Alcaraz e mais 7 roteiros fumegantes para acompanhar no US Open

O US Open que começa hoje, às 12h (de Brasília), tem mais atrativos além da óbvia e borbulhante rivalidade entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic. No circuito feminino, a liderança do ranking está em jogo, duas atletas da casa tentam quebrar barreiras pessoais, e o torneio marcará o retorno de uma ex-número 1, agora com dois filhos. Entre os homens, já surge uma polêmica envolvendo um escandinavo. Por fim, para o público brasileiro, existe sempre a esperança de algo grande com Beatriz Haddad Maia e Luisa Stefani, mas desta vez ainda haverá o retorno de uma família nobre à chave principal. É de tudo isto - e mais um pouco - que este artigo trata antes de a primeira bolinha subir para o último slam da temporada.

1. Djokovic x Alcaraz: a rivalidade mais quente do tênis

Tratemos logo do óbvio: Carlos Alcaraz, número 1 do mundo, e Novak Djokovic, maior campeão de slams em simples na história do tênis masculino, duelaram recentemente em duas finais fabulosas. O espanhol de 20 anos venceu em Wimbledon, destronando o veterano, que não perdia na Quadra Central há uma década. Há cerca de sete dias, o sérvio de 36 anos salvou match point e derrotou Carlitos na final do Masters 1000 de Cincinnati.

Os dois jogaram um nível de tênis excepcional nas duas ocasiões e são, com folga, os favoritos das casas de apostas nas cotações para o US Open. Durante as próximas duas semanas - ou até que um deles seja eliminado de forma surpreendente no caminho - os dois estarão no centro das atenções em Nova York. A expectativa, evidentemente, é que no dia 10 de setembro Alcaraz e Djokovic estejam mais uma vez frente a frente, lutando por mais um dos maiores troféus do tênis.

2. Iga e Sabalenka: número 1 em jogo

A polonesa Iga Swiatek assumiu a liderança do ranking mundial em 4 de abril de 2022 e não deixou o posto desde então. Este ano, porém, sua liderança esteve ameaçada um punhado de vezes por Aryna Sabalenka, que ainda não conseguiu ultrapassá-la. Como manterá a posição durante o US Open, Iga alcançará pelo menos 75 semanas consecutivas como número 1.

Entretanto, a bielorrussa terá mais uma chance agora, durante o torneio nova-iorquino. Para manter sua posição, Iga precisará conquistar o título ou avançar uma rodada a mais do que Sabalenka. Se as duas tenistas forem eliminadas na mesma fase, Aryna assumirá o posto de número 1 do mundo no dia 11 de setembro, quando a WTA publicará seu primeiro ranking atualizado após o US Open.

3. Pegula e Coco: esperanças (e desconfianças) caseiras

Há algum tempo - mesmo antes de Serena Williams e aposentar - as melhores chances de uma americana conquistar um slam estão com Jessica Pegula e Coco Gauff, números 3 e 6 do mundo, respectivamente. Ambas, porém, vêm falhando nas fases mais importantes. Pegula, por exemplo, já esteve nas quartas de final em seis slams diferentes, mas perdeu em todas. Coco já alcançou uma final de slam, mas foi facilmente derrotada por Iga Swiatek em Roland Garros, no ano passado.

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Desta vez, ambas chegam mais badaladas do que nunca ao US Open. Pegula foi campeã do WTA 1000 de Montreal, há duas semanas. Coco levantou o troféu no WTA 1000 de Cincinnati, no último domingo. São os dois torneios mais importantes no "aquecimento" para o US Open. Portanto, é justo que as duas estejam entre as mais cotadas ao título. Resta saber - e a resposta deve surgir já durante esta semana - se Pegula e Gauff aproveitarão a torcida e a atmosfera favorável ou se vão encarar a expectativa como pressão adicional e permitirão que isso afete seu tênis negativamente.

4. Rune reclama

Todo slam que se preza começa com pelo menos uma boa polêmica e, na falta de Nick Kyrgios, que não vai competir por causa de uma lesão no punho, o dinamarquês Holger Rune apareceu nas redes sociais para criticar o torneio antes mesmo de seu começo.


Incomodado em fazer sua estreia na Quadra 5, que é apenas a oitava maior quadra do US Open, o atual número 4 do mundo postou um mapa do complexo onde o torneio é disputado e escreveu: "Caso vocês consigam encontrar a Quadra 5, é lá que vou jogar minha primeira partida, na segunda-feira."

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Apesar de seu ótimo ranking, não custa lembrar: o jovem Holger Rune, de 20 anos, tem no currículo apenas uma vitória na chave principal do US Open em sua carreira. Ele perdeu na primeira rodada em 2021 (para Novak Djokovic) e na terceira (para Cameron Norrie) em 2022. Sua única vitória veio em cima do alemão Peter Gojowczyk, na primeira fase do ano passado. Na segunda rodada, ele avançou por WO após a desistência de John Isner. Este ano, ele estreia contra o espanhol Roberto Carballés Baena.

5. O retorno de Wozniacki

A ex-número 1 do mundo Caroline Wozniacki, que se aposentou do tênis em janeiro de 2020, está de volta após dar à luz dois filhos (Olivia, em junho de 2021, e James, em outubro do ano passado). A dinamarquesa de 33 anos ganhou convites pars os WTAs 1000 de Montreal e Cincinnati e teve atuações modestas. Venceu Kimberly Birrell (#114) na estreia no Canadá e somou duas derrotas em seguida, para Vondrousova e Gracheva.

Wozniacki é uma das nove mães que disputam o US Open, ao lado de Victoria Azarenka, Margarita Betova, Tatjana Maria, Barbora Strycova, Elina Svitolina, Patricia Maria Tig, Taylor Townsend e Vera Zvonareva. Caro vai estrear contra a qualifier russa Tatiana Prozorova (#229). A veterana é favorita e deve chegar à segunda rodada, quando pode encontrar a perigosa tcheca Petra Kvitova.

6. Bia nas simples: correndo por fora

A realidade hoje é esta: Beatriz Haddad Maia, número 19 do mundo, tem chances de conquistar o título em qualquer torneio que dispute - inclusive os do Grand Slam, como ficou provado em Roland Garros. Lá, apenas a número 1 do mundo, Iga Swiatek, freou a brasileira, o que aconteceu nas semifinais.

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Neste US Open, a ambição de Bia é a mesma, embora ela não esteja entre as principais candidatas a levantar o troféu no dia 9 de setembro. Na preparação para o torneio nova-iorquino, a brasileira venceu apenas um jogo no WTA 1000 de Montreal e foi eliminada na estreia no WTA 1000 de Cincinnati. Isto significa começar o US Open com menos confiança e ritmo de jogo.

Ainda assim, a paulista de 27 anos tem potencial para superar uma estreia complicada contra a americana Sloane Stephens, ex-número 3 do mundo, e brigar em uma chave complicada. Se avançar, Bia pode ter pela frente Karolina Muchova (terceira rodada), Maia Sakkari (oitavas), Elena Rybakina (quartas) e Iga Swiatek (semis), entre outras oponentes de peso.

7. Bia e Luisa com chances nas duplas

Na chave de duplas, Bia Haddad Maia e Luisa Stefani então entre as melhores do mundo na modalidade. Bia atuará ao lado de Victoria Azarenka, com quem conquistou o título do WTA 1000 de Madri. É uma dupla forte, com potencial para voltar a conquistar algo grande. Elas enfrentarão na primeira fase as húngaras Timea Babos e Anna Bondar.

Stefani, que vem competindo sem uma parceira fixa, vai atuar ao lado da americana Jennifer Brady. A americana tem um bom saque, golpes sólidos do fundo de quadra e sabe jogar em quadra dura, assim como a brasileira. Se o entrosamento não for um problema nas primeiras rodadas, a parceria pode vingar. A estreia de Stefani e Brady será contra as russas Anna Kalinskaya e Anastasia Pavlyuchenkova.

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É justo acreditar que os times de Bia e Luisa, ainda que não sejam cabeças de chave, são candidatos ao título em Nova York.

8. Um Meligeni 20 anos depois

O único homem brasileiro na chave de simples do US Open deste ano será Felipe Meligeni, que conquistou uma vaga ao vencer três partidas no qualifying, o torneio de acesso disputado por tenistas que não têm ranking bom o bastante para entrar diretamente no quadro.

Atual número 170 do mundo, Felipe recoloca o sobrenome Meligeni na chave principal de um slam 20 anos depois que seu tio, Fernando, disputou um slam pela última vez nessas condições. Atual comentarista da ESPN, Fernando, que hoje tem 52 anos, jogou sua última chave principal de slam em 2003, no Australian Open.

A estreia de Felipe seria contra o experiente japonês Kei Nishikori, ex-top 5, que foi vice-campeão do US Open em 2014. O asiático, porém, desistiu de disputar o US Open no domingo e foi substituído pelo australiano James Duckworth, #111 do mundo, de 31 anos. Duckworth também disputou o qualifying, mas foi derrotado na última rodada. Ele entra no torneio como lucky loser, nome dado aos derrotados do torneio de acesso que conseguiram uma vaga graças a um abandono. Meligeni e Duckworth se enfrentam na terça-feira, na Quadra 4, às 12h (de Brasília).

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Onde ver

Os primeiros jogos do US Open começam na segunda-feira, às 12h (de Brasília), e o torneio tem transmissões ao vivo nos canais SporTV, ESPN e Star+.

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