Willian, do Joinville, já há alguns anos figura entre os melhores goleiros de futsal do mundo. Foi pegando muito chutes dos adversários que ele se tornou ídolo da torcida. E foi também pegando muita onda que se preparou para alcançar esse patamar.
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Nem todo mundo sabe, mas Willian é um amante e praticante assíduo do surfe. É no mar que o goleiro se diverte e se revigora para brilhar com a camisa de um dos principais times de futsal do Brasil.
"Só quem pratica, entende. É um esporte fascinante. A gente não consegue estar toda hora dentro da água. Estar no mar e surfar uma onda, só quem já teve essa chance entende o que é. Relaxo muito, pegar onda na folga, fazer churrasco, estar na praia... O melhor ambiente que tem é esse, pegar uma onda e sentar na beira da praia, não tem coisa melhor nesse mundo", contou ele ao UOL.
A paixão vem de longa data. Willian começou a surfar aos 13 anos (hoje está com 28) e nunca mais parou. A principal influencia foi o sogro, Everton, que até o presenteou com uma prancha no começo do namoro.
"Comecei a namorar com a minha esposa com 13 anos. E o pai dela pega onda desde criança, foi criado em Balneário Camboriú. Quando entrei na família, ele foi me ensinando, até que com uns seis meses de namoro ele me deu uma prancha de presente. Meu cunhado também pega onda. Começamos a ir todo fim de semana, era moleque, tinha muito mais tempo. Ali começou essa paixão. Sempre que dá a gente combina de pegar onda", disse.
Na visão de Willian, a prática do surfe vai muito além de apenas relaxar ou se divertir. Para ele, o esporte de lazer tem fundamentos que o ajudam no futsal.
"Às vezes, o mar está maior, você trabalha a parte mental, a questão do medo, a ansiedade. Às vezes, você toma uma vacona desgraçada, está lá embaixo, fica sem ar. É uma parte mental que você vai trabalhando e nem percebe, mas está trabalhando uma questão de pressão, que ajuda no esporte. No futsal, sempre tem que ter ações, pensar rápido, fazer no automático, e o surfe me ajuda muito nisso".
Idolatria no Joinville
O "goleiro surfista" Willian já está há 11 anos no Joinville. O que é um feito raro em uma modalidade na qual é difícil os atletas permanecerem por muito tempo nas mesmas equipes.
"Estamos no esporte de alto rendimento. Se eu não tivesse rendimento, eu não estaria mais aqui. Falam muito de ser ídolo, mas eu não gosto dessa palavra. Isso é levado em consideração, mas sem rendimento eu não estaria aqui há tanto tempo. Tenho a identificação com o clube, sempre me preocupo em dar o meu melhor", analisou.
Com muito tempo de clube, o goleiro já conquistou inúmeros títulos, entre eles a Liga Futsal de 2017. E, mesmo que a palavre não o agrade, é o grande ídolo dos fanáticos torcedores da equipe.
"Abracei a chance, era a oportunidade da minha vida. São seis anos como titular, sempre estivemos entre as melhores defesas da LNF, disputando pra ser o melhor goleiro do mundo. Às vezes, os títulos não vieram, mas meu trabalho sempre foi muito bem feito e a torcida soube entender isso. Jogar no Joinville é jogar com garra, com coração, com sangue fervendo. São características que tenho desde criança", falou ele.
Sonho de mais uma Copa do Mundo
Willian foi convocado para defender a seleção brasileira na Copa das Nações, em setembro, em Sorocaba. Mais uma oportunidade na busca para disputar outra Copa do Mundo - ele esteve na da Lituânia, em 2021.
"É o sonho. Se perguntar para qualquer atleta, é o ápice da carreira de um jogador, defender o seu país, ainda mais em Copa do Mundo. Foi maravilhoso, toda a estrutura, a competição em si. Hoje, a um ano da próxima Copa, estar sendo convocado de novo é muito gratificante, mostra que estou no caminho certo. Mas o trabalho não se encerra nessa convocação. Temos que estar bem até o último dia para viajar", completou.
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