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Copa-2014 e Olimpíada-2016 criaram 'jeitinho brasileiro' tipo exportação

Thiago Bauer e Ailton Prado Imagem: Arquivo Pessoal

Júlia Castanha

Do UOL, em São Paulo

31/08/2023 04h00

Quando o Brasil recebeu a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, em 2016, o brasileiro descobriu o significado de legado. Basicamente, é o que fica para o país depois de eventos tão grandes. O lógico seria pensar em estádios e ginásios, mas o verdadeiro legado que o Brasil ganhou foi outro.

Nos últimos anos, uma série de profissionais brasileiros foi contratada por Fifa ou Comitê Olímpico Internacional para trabalhar em Copas, Mundiais ou jogos multidesportivos. São pessoas que entraram no mercado entre 2013 e 2016 e, em comum, uma qualidade que só quem nasceu por aqui tem: o "jeitinho brasileiro".

"É a capacidade de improvisar numa situação e resolver o problema. Algumas culturas são mais quadradas que as nossas e quando as coisas saem do planejamento, falta aquela capacidade de improvisar. Acabam mais perdidos", explica Ailton Prado, que participa da organização de eventos da Fifa desde 2004 como gerente de instalações.

O brasileiro é safo. Ele sabe resolver o problema quando ele surge. Somos valorizados porque cobrimos qualquer buraco. E isso vale muito quando você tem que colocar um evento de pé".

Thiago Bauer, que trabalhou na Rio-2016 e hoje é gerente de projetos da área de "Food and Beverage" (alimentos e bebidas) nos Jogos de Paris-2024.

Carisma brasileiros facilita integração

Ailton Prado na Copa do Mundo de Futsal em 2021 Imagem: Arquivo Pessoal

A fama do brasileiro ser um povo simpático e carismático também ajuda: são características que facilitam integração e adaptação do brasileiro em ambientes desconhecidos. "O fato da gente ter essa cultura tão plural facilita nesse mercado internacional. O brasileiro é muito adaptável, ele consegue se adequar a diferentes formas de trabalho, a diferentes culturas", conta Ailton.

O currículo gerado pelos grandes eventos e a facilidade em aprender outras línguas são outros fatores que contribuem para o sucesso fora do país. Thiago Bauer também diz que a economia brasileira é um fator: "Nós oferecemos uma mão de obra de qualidade, mas barata, o que torna o nosso trabalho atraente".

Thiago Bauer nos Jogos de Inverno de Pequim em 2022 Imagem: Arquivo Pessoal

Desenvolvimento profissional

A criação de mão de obra especializada aumentou, também, a produção acadêmica sobre gestão esportiva. Hoje, o número de cursos oferecidos para quem quer trabalhar com isso no Brasil é grande, assim como a capacidade de quem ministra esses cursos.

O COB, por exemplo, vai mostrar as possibilidades que a área oferecer durante o COB Expo, a maior feira de esportes olímpicos do continente, entre 25 e 29 de setembro no Centro de Eventos Pro Magno, em São Paulo. Um dos cursos se chamará "Esporte Cria", voltado para os adolescentes de escolas públicas que mostra as diversas opções do mercado de empregos do mundo esportivo. A jornalista Carol Barcellos, da TV Globo, é uma das participantes confirmadas.

Queremos mostrar aos alunos, sejam eles do ensino médio ou universitários, que a indústria do esporte é uma possibilidade. Às vezes, quando ele não é atleta ou treinador, pode achar que a porta não está aberta. Mas vamos mostrar que a maioria das carreiras carrega essa opção. Medicina, marketing, direito, medicina, economia ou comunicação, todas são possíveis. Queremos mostrar que existe essa abertura e aproveitar para aproximar grandes profissionais que fazem parte da indústria para inspirar e conectar quem se interessa".

Gustavo Herbetta, diretor de marketing do COB.

Sobre a COB Expo

Quando: 25 a 29 de setembro.

Onde: Pro Magno - Centro de eventos em São Paulo (Av. Profa. Ida Kolb, 513 - Jardim das Laranjeiras, São Paulo - SP, 02518-000).

Cursos: A partir de R$ 129,00.

Contatos: contato@cobexpo.com.br - (11) 3173-1500 e (11) 95494-1141.

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