Longe dos holofotes, Filipinho festeja bi mundial: 'Ficha ainda não caiu'
Filipe Toledo faturou o título do Circuito Mundial de Surfe, ontem, ao superar o australiano Ethan Ewing na grande decisão do WSL Finals. Ele é o primeiro brasileiro a conquistar o bi mundial em anos consecutivos.
Bicampeão "pé no chão"
O paulista de Ubatuba foi campeão pela primeira vez no ano passado. Nos dois anos, ele garantiu o troféu ao brilhar em Trestles, na Califórnia, quase seu quintal, já que mora no local há anos.
O bi consecutivo é inédito para o Brasil, que tem outros três campeões da WSL: Gabriel Medina, Italo Ferreira e Adriano de Souza (o Mineirinho). Nenhum dos três conseguiu o bi no ano seguinte ao primeiro título. "A ficha ainda não caiu", disse.
Apesar disso, Medina segue como o maior campeão brasileiro com três títulos. Ele ficou com o troféu em 2014, 2018 e 2021. Italo e Mineirinho têm um título cada.
Filipinho chega ao bi com um perfil pouco midiático e mais recluso. O surfista tem um milhão de seguidores no Instagram. Para efeito de comparação, Medina acumula 11 milhões, e Italo soma quase três milhões — apenas Mineirinho, já aposentado, registra números inferiores a Toledo.
Ele explicou ao UOL, no ano passado, o motivo de preferir ficar mais distante dos holofotes: para o paulista, a discrição ajuda até mesmo na hora de pegar ondas.
Eu sou bem... não é tímido, mas eu guardo as coisas para mim. Sou muito dessa coisa de: quanto mais eu coloco para fora, é mais gente vendo e mais gente trazendo coisa negativa. Óbvio que a maioria é positiva, eu amo isso, mas quanto menos eu exponho minha vida, o que estou fazendo, as coisas dão mais certo. Eu prefiro esse lado Filipe Toledo, ao UOL
Pai de dois e torcedor do Corinthians
É casado com a cantora Ananda Marçal. Juntos, eles têm dois filhos: Mahina e Koa.
Torce para o Corinthians e usa o número 77, entre outras questões, por ser o ano em que o clube saiu da fila de títulos.
Sofreu com desvio de septo, fato que o fez usar apenas 25% da respiração pelo nariz antes de passar por cirurgia.
O pai, Ricardo Toledo, é ex-surfista e ajuda a treinar Filipinho: ele, inclusive, estava em Trestles para celebrar o feito do filho.
Filipinho está classificado para as Olimpíadas de Paris-2024. Ele e João Chianca, o Chumbinho, serão os representantes brasileiros na disputa olímpica — o Brasil ainda tem a chance de conquistar uma terceira vaga via ISA Games de 2024.