Em Santiago, Brasil mira Paris e quer superar melhor resultado da história

Os preparativos para os Jogos Pan-Americanos de Santiago chegaram na reta final. Organizando a missão desde 2019, o Comitê Olímpico do Brasil trabalha para que o país supere o resultado recorde na edição anterior, em Lima, quando foram conquistadas 171 medalhas.

É uma meta possível de alcançar, porém difícil, segundo Rogério Sampaio, chefe de missão brasileira em Santiago e diretor geral do COB. A quantidade de vagas olímpicas é a maior da história dos Jogos Pan-Americanos. São 21 modalidades que dão vagas diretas a Paris-24, além de 12 com vagas indiretas.

"O primeiro objetivo do Time Brasil é classificar o maior número de atletas e equipes direto para os Jogos Olímpicos. Estar entre os três primeiros países no quadro geral de medalhas também é importante para nós, além de superar o número de medalhas de ouro e o número de medalhas total em relação ao Pan de Lima", projetou Rogério Sampaio ao UOL.

"A gente sabe que superar esse resultado do Pan de Lima não será fácil, principalmente porque o número de vagas que está em disputa, classificando direto para os Jogos de Paris, aumentou. Países como, por exemplo, Estados Unidos, que nem sempre levaram em algumas modalidades a sua principal equipe, passaram a levar", acrescentou o dirigente.

Aperitivo para as Olimpíadas de Paris

Além de importância por si só, o Pan também funciona como um aperitivo para as Olimpíadas. A edição de Santiago terminará a oito meses do início dos Jogos de Paris, portanto um bom resultado na competição continental pode embalar os atletas.

"Os Jogos Pan-Americanos têm uma importância muito grande dentro do nosso ciclo olímpico, a partir do momento que muitas vagas que classificam atletas e equipes direto para as Olimpíadas estão em disputa. Além disso, nós entendemos que fazer um bom papel nos Jogos Olímpicos de Paris passa por se apresentar bem agora em Santiago", destacou Rogério Sampaio.

Ciclo atípico

O fim da pandemia foi decretado, mas alguns atletas olímpicos ainda sofrem o impacto. O ciclo olímpico ficou reduzido, já que as Olimpíadas de Tóquio acabaram adiadas em um ano.

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"Vamos pensar nos atletas mais experientes, que já estão indo para a sua terceira Olimpíadas, ou até mais. Geralmente, com os quatro anos, eles deixam o primeiro ano do ciclo olímpico para desacelerar nos treinamentos, recuperar de lesões, às vezes até fazer uma cirurgia. E aí ele ainda tem tempo de voltar, acelerar o treinamento, para chegar nas Olimpíadas seguintes em condições de conquistar uma medalha", analisou Sampaio.

"Ao mesmo tempo, os atletas mais novos se utilizam dos quatro anos do ciclo olímpico para disputar um número maior de competições, ganhar um pouco mais de experiência, ter um processo de desenvolvimento, um pouco mais de tempo, de tranquilidade, de calma, e poder chegar no nível mais alto dos Jogos Olímpicos. Acontece que com três anos você não tem esse tempo de recuperação, no caso dos mais velhos, e tempo de experiência aos mais jovens", concluiu o dirigente.

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