O fenômeno de temperaturas extremas que tem afetado todo o planeta, e transformou nosso inverno em "inferno" em algumas regiões do Brasil, também afetou em cheio as finais da terceira etapa do STU National, terceira etapa do circuito brasileiro de skate realizada hoje (24), no Parque Cândido Portinari, na Zona Oeste de São Paulo.
Trajados com capacetes de plástico com revestimento de espuma ou borracha, além de equipamentos de proteção como joelheiras, cotoveleiras, wrist-guards (protetores de punho), e de nádegas, além de calças longas, os skatistas finalistas de park, e também alguns de street, se assemelhavam a modernos gladiadores entrando em uma arena, que ao invés de leões tinham de enfrentar um sol de 35°C, e torcer para vencer o poder da gravidade para não irem ao chão.
Essa realidade vivenciada pelos skatistas é mais um dos obstáculos que esses competidores precisam superar para alcançarem o pódio.
A cada queda, a maioria dos praticantes é rápido em se levantar, não apenas para demonstrar que o tombo não teve gravidade, mas para não ficar próximo do solo que pode queimar gravemente ao simples contato.
Isso porque com essa temperatura, com o corpo molhado de transpiração oleosa ao se tocar o chão - e na maioria dos casos gerar leves arranhões, ou hematomas, a carne humana praticamente "frita", como se o chão fosse a superfície de uma frigideira em fogo alto.
No bowl, nome em inglês para representar uma tigela, além de lisa, as paredes de concreto possuem transições que com o calor deslizam ainda mais em contato com as rodas de polímeros dos skates, e provocam quedas acentuadas, como a que ocorreu com o jovem Gui Khury, que escorregou ao aterrissar de uma manobra aérea, e fraturou o braço na sexta-feira.
Mesmo skatistas tarimbadas como nossa medalhista Rayssa Leal, sentiram isso na pele literalmente, e é mais um fator de risco a ser levado em consideração, para que em casos extremos como esse da temperatura altamente elevada, os organizadores possam adiar os horários das competições, tanto para preservar a saúde e bem estar dos skatistas e principalmente do público, que ao relento sofre ainda mais por estarem estáticos assistindo a fritura de uns, enquanto os próprios ficam cozidos com o próprio suor sob um sol de quase 40°C.
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