Calor, 'ajudinha' de moradora e mais: como foi correr na Dez Milhas Garoto
Considerada uma das mais tradicionais corridas de rua do Brasil e bastante querida pelo povo do Espírito Santo, a Dez Milhas Garoto recebeu ontem, em sua 32ª edição, mais de 13 mil pessoas nas ruas de Vitória e Vila Velha.
O UOL foi convidado pela Garoto para participar da prova ao lado de outros jornalistas e, é claro, aceitou o convite — que envolveu, inclusive, uma visita guiada à fábrica de chocolates e ao Convento da Penha.
Em Vitória, a vitória
Antes de mais nada, preciso dar alguns detalhes: tenho 28 anos e, apesar de sempre ter jogado futebol, nunca fui um corredor assíduo. A situação ensaiou mudar no início do ano, quando comecei a participar de algumas provas de 5 km inspirado por um amigo. As tais dez milhas (ou 16 km), portanto, ainda eram inimagináveis.
Depois de alguns dias de treino para evitar vexames, calcei o tênis e parti para a avenida Dante Michelini, em Vitória, ao lado de outros quatro colegas de profissão. Os cronômetros para nossa categoria dispararam por volta das 7h30 (de Brasília).
O início se mostrou bastante tranquilo. Ao completar 5 km, meu relógio indicava 31 minutos de prova — um pouco acima dos 29 minutos já registrados em outras corridas. Nesta altura, a temperatura já passava dos 26°C, e as hidratações foram muito bem-vindas.
A situação ameaçou piorar quando eu e outros milhares de participantes entramos na Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha e chega a ter 70 metros de altura. Na subida, como de praxe, o ritmo foi diminuindo, mas a descida serviu para "pagar" a lentidão e manter a média já na metade do percurso. A bela paisagem do litoral e até a motivação de um fantasiado Homem-Aranha ajudaram, é claro.
Cansaço (e "ajudinha")
Vila Velha mostrou que, apesar de não ser tão velho assim, preciso melhorar: depois da ponte, a minha velocidade despencou. A perna começou a pesar em meio ao robusto sol, que só não me destruiu completamente graças à uma viseira comprada de última hora na região (e às garrafas de água fornecidas pela organização).
Foi aí que me deparei com uma capixaba tomando uma atitude que ganhou os corredores. Moradora de uma casa perto da alça de acesso que desemboca na Avenida da Vala, ela não hesitou em ligar a mangueira e refrescar os participantes do próprio quintal. Obviamente, aproveitei o "mimo" e usei a água gelada para retomar o ritmo a partir do 11° km.
O problema é que aquela casa ficou para trás, e ainda restavam longos 5 km até a linha de chegada — colocada bem em frente à sede da Garoto e que já recebia, naquela altura, os campeões do masculino (Altobeli Santos da Silva, do Brasil) e do feminino (Scholastica Jepkemboi, do Quênia).
Fim de prova "inteiro"
A parte final foi bastante desgastante, então precisei "tirar o pé" e mantive um ritmo mais fraco para chegar inteiro e não protagonizar qualquer vexame diante das arquibancadas.
Até que deu certo: depois de 1h51min, cruzei a linha com alguma tranquilidade e extremamente satisfeito com o que considero uma façanha pessoal. Entre os cinco jornalistas, fiquei na 2ª posição — fato colaborado por um colega experiente no ramo que não estava em 100% de suas condições. O saldo, portanto, é positivo.
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Quero receberApós o suor salgar por quase duas horas, o pós-prova foi bastante doce. A Garoto preparou um banquete aos convidados que contou, como não poderia deixar de ser, com variados (e saborosos) produtos da fábrica. A bonita medalha com menção ao Convento da Penha selou a manhã.
O fim de semana na região também ficou marcado pela Cachorrida e pela Garotada, que também tiveram repercussão do UOL.
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