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Viúvo de Walewska desabafa: 'Se soubesse, anularia minha vida por ela'

Patrícia Calderón

Colaboração para o UOL, em Fortaleza

25/09/2023 04h00

"Por todo o amor que eu tenho por ela, se eu soubesse que ela iria tomar essa decisão, eu anularia minha vida e os meus sentimentos para continuar com ela."

Ricardo Alexandre Mendes, 48 anos, quebrou o silêncio e aceitou falar com o UOL. Após alguns dias do trágico incidente envolvendo a esposa, Waleswka Oliveira, ele explicou os motivos que o fizeram se manter em discrição, inclusive de não ter participado do funeral da mulher.

"Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram eu não ir, até para preservar a todos pelo clima da tragédia", disse, em versão que é contestada pela família.

Sobre não ter ajudado com os custos do funeral, e não ter atendido o cunhado para as burocracias de liberação do corpo em São Paulo, Ricardo conta que "ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida, que está morta", afirmou.

Sobre a relação com o cunhado

"A primeira vez que conheci o Wesley foi em Curitiba, há 19 anos. Ali, já senti que gerou um ciúme normal de irmão. Logo em seguida fomos morar no exterior e lá ficamos por 7 anos consecutivos. Ele (Wesley) não teve a chance de me conhecer melhor. Todas as vitórias e conquistas, eu estava ao lado da Wal. Acredito que isso só aumentou o ciúme que ele tinha da irmã".

Walewska e o marido/Reprodução/Instagram Imagem: Reprodução/Instagram

Divórcio

O viúvo conta que na noite anterior do incidente, os dois tiveram uma pequena discussão sobre o relacionamento, mas nada que fugisse do aceitável entre um casal. Segundo ele, não houve agressão e muito menos ameaças entre as partes.

"Ela me questionou que eu estava estranho e distante, eu respondi que não dava pra continuar onde não havia mais amor entre homem e mulher. Ela ficou introspectiva, ficou quieta e fomos dormir. A gente se amava, eu esperava ela aceitar a separação numa boa".

Ricardo e Walewska se conheceram através da ex-jogadora de vôlei Virna. Na época, Ricardo era preparador físico e personal trainer da medalhista olímpica. "Convivemos por 20 anos, mas nos últimos dois não era mais o mesmo amor. Muitas vezes me anulei, mas fiz por ela", comentou.

Dia da tragédia

Ricardo conta ainda que, no dia seguinte saiu pra trabalhar e foi a última vez que viu a esposa.

"Cheguei em casa depois de um dia intenso de trabalho, não sabia que a Wal já tinha chegado. O interfone tocou, eu não atendi. Depois vieram as mensagens pelo WhatsApp do grupo do condomínio, até que a gestora tocou a campainha da minha casa para me avisar da tragédia. Meu chão abriu e eu desmoronei".

Saúde mental e terapia

Questionado sobre a suposta tentativa de suicídio ocorrida há 3 anos, e que consta no BO, Ricardo explica que sentou com os sogros, na casa deles em Belo Horizonte, e explicou a preocupação com a saúde mental da esposa.

"Ela nunca disse que tiraria a própria vida. Ela me disse que estava passando por muitas coisas na vida dela, que até pensou em 'fazer uma besteira'. Foi aí que percebi que ela já não estava tão forte como sempre foi", explicou.

"Me lembro da Wal ter ficado brava e chateada comigo, e que eu não tinha o direito de falar sobre isso com os pais dela. Eu não tive alternativa".

O marido explica que a jogadora fazia terapia há 1 ano, e que não imagina o que pode ter ligado esse gatilho trágico.

"Uma vez ela disse para mim: posso perder dinheiro, posso perder status, mas não posso perder você. Esse poder de posse sempre me preocupou. Por isso, de uns três anos pra cá, sempre tive compaixão e cuidado, justamente preocupado com a reação dela. Tentei levar e administrar a crise", contou.

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