Veto em funeral e divórcio: viúvo e família de Wal dão versões conflitantes
Desde a morte da campeã olímpica Walewska, na última quinta-feira (21), em São Paulo, a família e o viúvo da ex-jogadora de vôlei têm dado declarações conflitantes sobre o relacionamento do casal
O corretor de imóveis Ricardo Alexandre Mendes, o viúvo, disse à polícia que os dois passavam por uma crise no relacionamento e pediu o divórcio.
Ele também não compareceu ao funeral de Wal. Segundo um amigo, Alexandre se ausentou da cerimônia de despedida pedido dos sogros - versão que depois foi contestada pela família de Walewska.
Confira o que já sabemos sobre o caso.
Problemas no relacionamento e pedido de divórcio
No boletim de ocorrência da morte, a que o UOL teve acesso, o marido da ex-jogadora relatou que o casal tinha problemas na relação havia cerca de quatro anos. Ricardo Alexandre Mendes afirmou à Polícia Civil que tinha pedido o divórcio à esposa, que caiu do 17º andar do prédio onde os dois moravam, na Bela Vista, bairro da região central da capital paulista - ela foi vista pela última vez em uma área de lazer do condomínio.
Em depoimento, Ricardo contou que estava no apartamento do casal quando soube do ocorrido por meio da administração do prédio. Ele também relatou à polícia que Walewska teria tentado suicídio há três anos, no apartamento em que eles viviam, em Uberlândia (MG).
Último encontro em família
Dona Maria Aparecida Moreira, mãe de Walewska, contou emocionada ao UOL detalhes do último encontro com a filha. A família se reuniu em São Paulo, no último dia 16, para comemorar o aniversário do único irmão de Wal, Weslley Oliveira. Ricardo também participou do encontro.
Estávamos em São Paulo no aniversário do meu outro filho. Ela estava com o marido, Ricardo, estávamos todos juntos, em família. Minha filha estava alegre, serena, tranquila. Não entendo o que aconteceu. Vou sentir muita falta. Filha amada, muito querida. A gente vai ter que superar, vai ser muito difícil.
Maria Aparecida Moreira
Sobre o convívio com o genro, ela afirmou que tinham uma "relação normal".
Já o pai de Wal, Geraldo Vieira de Oliveira, disse: "Não falei com o Ricardo. Estou no meu canto, não quero entrar na vida pessoal do casal. A única vez em que falei com ele foi quando ele nos ligou para dar a notícia da morte da minha filha".
Suposto pedido da família
Questionado pela imprensa sobre sua ausência no velório e no enterro, Ricardo inicialmente preferiu se manifestar por meio de um amigo, segundo o qual o viúvo comprou uma passagem para participar do funeral - contudo, os pais dela teriam pedido para ele não ir. "Orientaram porque o clima estava meio pesado", disse o amigo.
Irmão nega veto ao cunhado em funeral
Wesley Oliveira, 41 anos, único irmão da medalhista olímpica, disse que resolveu as burocracias do funeral da irmã sozinho, sem a ajuda do cunhado. Ele ainda reforçou que não fez nenhum contato com Ricardo ou pedido para ele não comparecesse ao funeral, e que o marido da irmã teria deixado um documento e roupas de Wal para serem usadas no velório na recepção do prédio em que viviam.
"Não fizemos nenhum pedido para ele não comparecer. Nem eu, nem meu pai, nem minha mãe. Todas as tratativas no IML, a liberação do corpo da minha irmã, como eu moro em São Paulo, eu fiz tudo sozinho. Ele não participou de nada, não pagou nada", disse.
Viúvo quebra silêncio
Dias após o trágico incidente, Ricardo quebrou o silêncio e aceitou falar com o UOL. Ele explicou os motivos que o fizeram se manter em discrição, inclusive de não ter participado do funeral da mulher.
"Me tiraram o direito de me despedir do amor da minha vida. Estava com o bilhete aéreo emitido, um amigo da família disse que os pais dela orientaram que eu não fosse, até para preservar a todos pelo clima da tragédia", disse.
Sobre a alegação de que não ajudou com os custos e as burocracias do funeral, Ricardo contou que "ninguém ligou para falar de valores. Pretendo restituir tudo. Não tive condições psicológicas de reconhecer o amor da minha vida,", afirmou.
Ricardo também comentou sobre a relação com o cunhado e disse que o irmão de Wal sentia ciúmes.
Campeã olímpica caiu do 17º andar; polícia investiga suicídio
Walewska Oliveira morreu após cair do 17º andar do prédio em que vivia, na Bela Vista, em São Paulo. Campeã olímpica em Pequim-2008 e uma das maiores meio de redes da história do vôlei brasileiro, ela tinha 43 anos.
Uma unidade de resgate tentou reanimar a ex-jogadora, mas foi declarada a morte no local.
O boletim de ocorrência do acidente fala em suicídio. Uma carta de despedida foi encontrada dentro de uma pasta sobre a mesa em que Walewska estava. Uma garrafa de vinho, uma taça e um celular também foram encontrados. O local é uma área de lazer do edifício.
Centro de Valorização da Vida
Caso você esteja pensando em cometer suicídio, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida) e os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade.
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