'Cupido' de Walewska, Virna está em choque: 'Ela escondeu essa dor'

Medalhista de bronze em Atlanta-96 e Sidney-2000, Virna relatou que a Walewska chegou a se isolar das amigas quando morou longe do marido Ricardo Mendes. Segundo Virna, Wal queria estar ao lado do esposo em todos os momentos e não gostava de sair sozinha.

"Existia uma dependência emocional muito grande. A gente via ela se isolando das amigas. Entrou num casulo. A gente não conseguia entender e, agora, acontecendo tudo isso, vimos que ali tinha uma dor muito grande", contou Virna.

Ricardo Mendes era amigo do ex-marido de Virna e, há 20 anos, conheceu Walewska em uma festa de aniversário da colega em comum. Desde, então, segundo a medalhista olímpica, Wal e Ricardo não se desgrudaram mais e aparentavam estar apaixonados.

"Eles estavam sempre muito abraçadinhos, namoradinhos. Como é que o casal está se separando? Se você está beijando e abraçando sua mulher? Alguma coisa ficou estranha ali. Ela mascarou uma realidade. Sou madrinha de casamento deles, poderiam ter me chamado para dar uma força", lamentou a ex-atleta.

Surpresa ao ler B.O.

Virna também relatou espanto ao tomar conhecimento do boletim de ocorrência da morte da amiga e ver como Ricardo a descreveu. Segundo a ex-atleta, Walewska era muito centrada e preocupada com seus negócios.

"A Wal era uma pessoa muito generosa, construiu uma carreira muito linda. Os pais eram pessoas muito humildes. Ela pôde proporcionar uma boa moradia a eles, pagou os estudos do irmão e comprou vários imóveis na vida dela. Foi uma atleta muito centrada. Tanto que quando eu vi o B.O. do marido, eu assustei. Isso não é a Wal. Nunca vi a compulsão nela. Vaidosa, sempre. Gostava de grife e de se vestir bem, mas ela ganhava para isso. Ela podia se permitir aquilo", destacou Virna.

"Agora não tem como ouvir mais ela. A gente nunca vai saber realmente a verdade. É muito triste mesmo, eu estou em choque ainda. Eu amava muito a Wal", acrescentou.

'Temos que estar atentos'

A morte da amiga ligou mais um sinal de alerta em Virna, que faz terapia desde os 14 anos. A ex-atleta falou da importância de estar atento a pedidos de ajuda e sinais que as pessoas possam demonstrar.

"A gente tem que abraçar o próximo. A gente tem que estar ligado nos gatilhos que às vezes as pessoas deixam. Eu tenho filhos pequenos e constantemente eu converso. Contei para eles da minha dor, falei que uma amiga da mamãe tinha ido embora", comentou.

"Eu falei pros meus filhos: 'Tudo que vocês sentirem, contem pra mamãe'. E com amigas também. Isso despertou em mim muitas coisas. Temos que estar atentos à vida", concluiu.