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Com direito a conselho de medalhista olímpico, corri meus primeiros 11km

Do UOL, em São Paulo

30/09/2023 04h00

Nunca imaginei que um dia eu pudesse dizer que já completei uma prova de 11km, mas superei esse desafio e minhas inseguranças. Para quem corre, essa distância é até considerada curta, mas para mim era algo muito além do que já havia cogitado.

Recebi o convite da Olympikus dois meses antes do evento e comecei a me preparar, mas acabei não focando da forma como deveria. Com isso, dias antes da prova, disse para todo mundo que tinham grandes chances de eu não conseguir completá-la, que não estava confiante.

Apesar disso, cheguei na Paraíba com o objetivo de terminar a prova na Costa do Conde, sem me importar com a forma que seria — rastejando ou correndo — e sem pensar em tempo ou pace (ritmo). Também tive o privilégio de conhecer pessoas incríveis que me incentivaram e me deram apoio a todo momento.

No final, 'escolher' o Bota Pra Correr, da Olympikus, como a minha primeira prova oficial de corrida acabou sendo o casamento perfeito. Isso porque a intenção do evento é que todos se divirtam praticando o esporte. E foi exatamente isso que aconteceu comigo, me superei a cada quilômetro, mas, acima de tudo, aproveitei a paisagem e curti bastante.

Agora, após passar por tudo isso, posso afirmar que essa foi a minha primeira, mas não será a última. Já tenho até outra inscrição feita para uma prova em outubro — desta vez serão 5km. Acho que o 'bichinho' da corrida me picou.

Como foi a corrida

Acordar às 3h30 não foi fácil, mas a adrenalina e a ansiedade fazem com que você desperte. Após tomar café da manhã às 4h, partimos para o local da largada. Preciso dizer que o nascer do sol na praia estava lindo e acabou sendo um combustível para a prova.

Repórter do UOL participa do Bota Pra Correr, da Olympikus Imagem: Divulgação

A largada aconteceu às 6h e, logo após passar pela linha de saída, tinha uma ladeira que não era nada fácil. Foi uma subida bem íngreme e, respeitando meus limites, subi essa primeira parte caminhando.

Ao chegar ao final dos dois primeiros quilômetros, eu estava bem, um pouco cansada por conta da subida da largada, mas confiante para o restante do percurso. Também foi nesta parte que teve a primeira parada de hidratação, onde usei o gelo para me refrescar.

Quando completei 5km, demonstrei um pouco mais de cansaço, ainda mais que eu estava no meio de mais uma subida. Mas pensar que já tinha passado quase metade da prova me fez sentir certo alívio. Pouco depois, no quilômetro 6,5, foi um momento tenso. Tive que passar pela maior ladeira do percurso, acho que ela devia ter cerca de 400/500m. Essa parte fiz caminhando.

Repórter do UOL participa do Bota Pra Correr, da Olympikus Imagem: Divulgação

Após o quilômetro nove, tomei o gel de carboidrato, que me ajudou bastante, e cheguei nos 10km conseguindo correr bem. No entanto, chegando próximo dos 11km, começou a estrada de terra - que tinha virado lama por conta da chuva.

A reta final foi bem complicada por estar escorregadia e ter muitos buracos e desníveis. Também acabei sendo obrigada a caminhar nesta parte. Os últimos metros foram na praia, ou seja, na areia fofa, mas me forcei para passar pela linha de chegada e terminar a prova correndo.

Uma informação importante, no final, acabou que a distância percorrida chegou a 12km. Então, acabei correndo ainda mais do que esperava. Ah, e a quem possa interessar, terminei a prova em 1h52min.

Impressões pós-corrida

Terminei a prova melhor até do que eu imaginava. Após cruzar a linha de chegada, passou pela minha cabeça que eu aguentaria correr 15km naquele momento - foi delírio ou a adrenalina do momento.

Repórter do UOL participa do Bota Pra Correr, da Olympikus Imagem: Stefanie Ramos/UOL

Depois de alguns minutos, comecei a sentir um pouco de dor. Meu tornozelo direito — que lesionei em maio — voltou a ficar inchado e dolorido. Para tentar amenizar, aguentei ficar apenas 30 segundos na banheira de gelo — sério, é insuportável — e pedi para o fisioterapeuta focar em massagem na região. A dor permaneceu por mais alguns dias, mas isso também fez parte do processo.

"Ousada" e "Corajosa"

O evento também me proporcionou situações únicas. Além de compartilhar as refeições do hotel ao lado de Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas-2004 e homenageado com uma medalha Pierre de Coubertin, também tive a oportunidade de contar para ele a 'loucura' que eu estava fazendo.

No jantar da noite anterior, acabei sentando na mesma mesa que Vanderlei. Durante a conversa, comentei que seria a minha primeira corrida oficial e a primeira vez que correria 11km. Nesse momento, uma das maiores referências do esporte me chamou de "corajosa" por aceitar o desafio. Posso dizer que isso já fez valer a viagem, poder dividir a mesa com um medalhista olímpico e ainda ouvir dicas dele foi algo incrível.

Repórter do UOL ao lado de Vanderlei Cordeiro de Lima no Bota Pra Correr, da Olympikus Imagem: Stefanie Ramos/UOL

Após a corrida, tivemos um momento em que os jornalistas conversaram com o maratonista. Durante o bate-papo, pedi que ele desse dicas para quem quer começar a correr, como eu, e ele, ao lembrar da minha história, me chamou de "ousada" por começar no mundo da corrida com uma distância de 11km.

Posso dizer que esses momentos vão ficar marcados na minha memória. O famoso: 'zerei a vida'.

Pequeno manual para corredores de primeira viagem

  • Primeiro de tudo: treine! É muito importante você se preparar para uma prova, seja ela a distância que for.
  • Entenda seus limites. Você vai se arrepender e se machucar se exigir mais do que seu corpo pode suportar.
  • Como o próprio Vanderlei Cordeiro de Lima me disse: "Nunca é tarde para começar".
  • O medalhista olímpico também ressaltou a importância de fazer o acompanhamento com um profissional, seja em uma equipe de corrida ou com um personal.

Algumas 'etiquetas'

  • Se você for mais devagar na corrida, assim como eu, sempre fiquei na direita. É a mesma 'regra' usada por quem dirige, e bom senso nunca é demais.
  • Nunca pare no meio pista de forma brusca! A pessoa que está vindo atrás de você não é obrigada a adivinhar seus movimentos. Busque ir para a direita ou sinalize erguendo a mão.
  • Cuidado na hora de descartar o copo de água, você pode acabar acertando outro corredor -- não é algo tão raro de acontecer.

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