Vôlei: Mãe de Alan e Darlan vira xodó da torcida brasileira no Pré-Olímpico
A cada bola no chão, forte celebração. Nos momentos de maior tensão, a singela toalha rosa que tinha às mãos ganhava a função também de tampar parcialmente os olhos. É neste misto de emoções que Dona Aparecida acompanha a trajetória do Brasil no Pré-Olímpico de vôlei masculino, que acontece no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Mãe dos opostos Alan e Darlan, a mulher de sorriso largo não poupa voz para apoiar a seleção e se tornou xodó da torcida brasileira. Logo mais, ela estará na arquibancada para o duelo contra o Irã, na penúltima rodada do torneio. O jogo começa às 10h de hoje.
Eu estou sem voz, torço com vontade. Fico muito satisfeita com essa alegria do povo torcendo pela seleção brasileira. E até lá onde eu moro, em Nilópolis, estão pedindo foto, acredita? Aparecida, já rouca após a vitória de ontem sobre Cuba
Nilópolis é localizada na Baixada Fluminense e foi onde os atletas cresceram. O município fica a cerca 35,3 km de distância do Rio de Janeiro, o que faz o apoio familiar no pré-olímpico ser grande.
"Está todo mundo aí, uma loucura agora para reunir todo mundo agora", disse, bem-humorada.
"Estar jogando no Rio de Janeiro já é espetacular, e no Maracanãzinho melhor ainda, ainda mais podendo vir com a família. Falando nisso, se quiserem me dar mais ingressos para distribuir para o pessoal, aceito, porque está faltando", brincou Alan. "Estar jogando aqui é incrível."
Tietada pela torcida
Após a vitória sobre Cuba por 3 sets a 1, não apenas Alan e Darlan tiveram de atender pedidos dos torcedores. Dona Aparecida também posou para fotos ao lado dos fãs.
"Ela é essa aí mesmo, vibração, gritaria... Não está nem conseguindo falar. Fico feliz que todo mundo tenha abraçado ela, assim como a mim e meu irmão. Eu e Darlan estamos em quadra, tentando representar da melhor forma possível, e minha mãe representando a torcida, né? Acho que ela é a cara da torcida do Brasil", afirmou Alan.
Darlan, que foi o maior pontuador no jogo contra Cuba, com 20 pontos, acredita que foi o jeito natural da mãe que cativou a torcida do Brasil.
"Eu não esperava que isso fosse acontecer, mas acho que é da nossa família esse carisma. O pessoal fala, então, acho que tem algo natural. Minha mãe grita, às vezes, fala besteira, mas sinto que é algo inocente. Eu também sou assim, o Alan já é um pouquinho mais reservado. Acho que esse jeito dela encantou pessoal", afirmou.
Não esconde a ansiedade
Dona Aparecida pula, celebra, canta e também sofre. Nos momentos de maior tensão, a toalhinha que leva nas mãos a cada jogo se torna uma aliada.
"E quando fica naquele negócio de fazer ou não o ponto, eu me escondo [coloca a mão com a toalha próximo ao rosto]... Meu Deus, vai fazer! (risos). Fiquei fechando os olhos, não querendo ver", brinca a mãe de Alan e Darlan.
E ela quase não viu os pontos que garantiram a vitória do Brasil sobre Cuba. "Quando eles estavam perdendo por dois pontos, me deu nervoso e saí para ir ao banheiro. Quando estava subindo a escada, me pararam para tirar fotos e ouvi a torcida comemorando. Voltei correndo para o meu lugar".
Briga por vaga
O Brasil enfrenta o Irã hoje e encerra a participação no torneio amanhã, contra a Itália. Com a vitória sobre os cubanos, a equipe de Renan chegou a alcançar a segunda colocação do grupo A, mas a Itália recuperou o posto ao bater o Irã
Para conseguir a vaga, a seleção segue precisando vencer seus dois últimos jogos, e de preferência por 3 a 0 ou 3 a 1, para somar três pontos em cada duelo e atingir os 16 pontos.
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