Como destaque da seleção brasileira levou fãs do vôlei à cultura japonesa

A cada ponto da seleção brasileira no Pré-Olímpico de Vôlei, uma pequena camisa laranja era levantada na arquibancada. A cor não faz parte da bandeira do Brasil, mas é do uniforme de Naruto, desenho que se popularizou entre os fãs do esporte por conta de Darlan, um fanático pelo personagem.

A dona da camisa era Ayla Brust, que comprou a peça apenas para levar ao Maracanãzinho. A amiga Tais Xavier também se inspirou no mangá para compor figurino do jogo contra a Itália e usou a bandana, acessório icônico do personagem.

"Sabia que existia, mas passamos a conhecer mais por causa dele mesmo. Viemos para esse jogo e compramos para trazer", contaram elas, que integram o grupo Vôlei Friburgo, que existe há seis anos e conta com 33 mulheres.

E não é apenas o Naruto. O casal Karen Cristina Marles da Silva e Rui de Paula Vallin Júnior veio de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, para acompanhar a seleção no pré-olímpico, no Rio de Janeiro.

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Imagem: Alexandre Araújo / UOL

No duelo com a Itália, que garantiu o Brasil nas Olimpíadas de 2024, Rui estava com uma camisa referente a Dragon Ball Z, outro anime japonês. Dentre os cartazes que levaram ao Maracanãzinho, um era dedicado a Darlan.

"Quem gosta de um [anime], gosta do outro. Otaku é como se chama quem é fã da cultura japonesa e a camisa também teve a ver com ele", afirmou.

Mas o que Darlan tem a ver com Naruto?

Darlan nasceu em junho de 2002 e, como muitos de sua geração, acompanhou desenhos japoneses. Se tornou fã de Naruto e "levou" o mangá para as quadras. Ele tem o costume de fazer o "jutsu" quando vai efetuar os saques nas partidas.

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Segundo o site "naruto fandom", jutso "significa 'habilidades' ou 'técnicas', e são as artes místicas que um ninja utiliza na batalha. Para usar uma técnica, o ninja precisará usar seu chakra. Para realizar uma técnica, o ninja puxará e soltará as duas energias do chakra. Ao formar selos de mão, o ninja pode manifestar a técnica desejada".

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Imagem: Divulgação/VolleyBall

"Foi algo meio natural. Eu faço o jutso há muito, muita gente criticava, falava que era algo infantil, mas deu certo e está todo mundo apoiando. Essa parte é legal. Gosto muito da cultura japonesa e [o jutso] virou meio que um ritual para mim. Está dando certo e tomara que as pessoas adotem", disse o oposto.

Maior pontuador contra a Itália, com 19 pontos, Darlan foi eleito o melhor jogador do Brasil no torneio em votação popular. Ao longo da competição, ele se tornou xodó da torcida.

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