'Senti que ia morrer', diz tenista brasileiro que fugiu da guerra em Israel
O tenista brasileiro Daniel Rodrigues contou em entrevista exclusiva ao UOL News Esporte o desespero para fugir da guerra em Israel. Ele desembarcou no país no sábado passado, dia da invasão do grupo extremista Hamas em solo israelense, e precisou se refugiar num bunker no aeroporto até conseguir um voo de volta ao Brasil.
'Momento de muito desespero': "A gente estava tentando conseguir um voo, chegaram vários seguranças gritando e mandando todo mundo correr para um bunker, que é um abrigo no aeroporto mesmo. Foi um momento de muito desespero, a sirene tocou e quando toca você tem que se esconder mesmo, a gente não sabia o que estava acontecendo, eles só indicaram o local para onde a gente tinha que correr. A gente estava próximo, foi fácil até chegar no local, mas eram vários lances de escada para baixo e ali a gente achou que não ia conseguir, eu uso prótese, caminho, sou amputado de uma perna, mas consigo subir e descer escadas, mas eu estava com Ymanitu e Leandro [colegas tenistas] na cadeira de rodas, então preferi ficar junto deles porque não tinha o que fazer naquele momento, onde tinha muita gente chorando, outras pessoas também estavam nessa nossa situação de dificuldade de locomoção".
'Senti que a gente ia morrer': "Muito pavor mesmo, mães com bebê no colo, descendo a escada no meio da multidão, todo mundo só queria correr. Ali, naquele momento, senti que estavam atacando o aeroporto e ali eu senti que a gente ia morrer, que a gente ia ser o primeiro a ser morto porque a gente estava bem na porta, foi um momento de 15 a 20 minutos de tensão, até passar e os seguranças mandaram a gente voltar. Pelo que avisaram, foram lançados mísseis em direção ao aeroporto, mas esse míssil foi interceptado".
'Nós precisamos sair daqui!': "A gente conseguiu comprar uma passagem para as 21h45 de domingo, então passamos esse período todo nessa angústia, nessa situação sem saber se o voo que a gente tinha acabado de comprar, que era para Tailândia, ia sair. A gente falou assim, nós precisamos sair daqui, queremos um voo para qualquer lugar. A única opção que tinha era a Tailândia e depois a Confederação [Brasileira de Tênis] conseguiu emitir um voo da Tailândia para Doha, de Doha para São Paulo e de São Paulo para Belo Horizonte".
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