Velocista carioca incentiva projeto social de futebol em bairro onde nasceu

Vitória Rosa vai ser uma das representantes do atletismo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de 2023, no Chile. Longe das pistas, porém, se tornou um elo com o futebol, através de um projeto social realizado na localidade onde foi criada.

A velocista, que integra o Time Petrobras, vai defender o país nos 100m rasos e no revezamento 4x100m. Por aqui, terá uma torcida especial: os integrantes do Ajax Urucânia Futebol, que fica no Conjunto Urucânia — no bairro de Santa Cruz, Zona Oeste no Rio.

Se hoje a "Filha do vento" dá suas largas passadas ao redor do mundo, a realidade outrora era diferente e o cenário mudou graças a um projeto social.

Eu também fiz parte também de projeto social, da Marinha, e que, basicamente, salvou a minha vida. A gente vivia de doação porque, à época, meu pai tinha sofrido um acidente e era apenas ele o provedor dentro de casa. Aquilo ajudou a mim e à minha família Vitória Rosa

"Para mim, é uma gratidão muito grande poder ajudar de alguma forma ações sociais como essa. É sobre sentir tudo isso, porque eu sei o quanto que a minha trajetória foi difícil pra eu chegar até aqui", contou.

Considerada a mulher mais rápida do Brasil na atualidade, Vitória ajudou, por exemplo, na arrecadação de fundos para o Ajax, que vai do sub-9 ao sub-17, para a primeira participação na Copa Zico, em 2021.

"Ali foi onde nasci e sabemos as condições de vida que há na região. Ações assim são importantes. Atualmente, estou em São Paulo [defende o Pinheiros], mas sempre que posso, vou lá. Essa primeira participação deles foi muito legal e, agora, há uma vaquinha porque conseguiram uma vaga em uma competição em Portugal e são necessários R$ 200 mil", ressalta.

O Ajax, atualmente, tem time masculino e feminino, e já participou de algumas competições como a Taça das Favelas, organizada pela pela Central Única das Favelas.

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"Jornada grande"

Vitória Rosa já defendeu as cores do Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e em 2021, em Tóquio, e quer estar em Paris no ano que vem.

No ano passado, ela foi a grande destaque do Troféu Brasil de Atletismo, com o ouro nos 100m, nos 200m e no revezamento 4x100m.

Em julho, a atleta conquistou o título Sul-americano nos 100 metros rasos feminino com o tempo de 11s17, e igualou o recorde da competição, que era de Lucimar Aparecida de Moura, estabelecido em 1999, em Bogotá, Colômbia.

"Sei que até Paris tem uma jornada muito grande, mas tenho consciência de onde eu posso ir, porque ano passado eu fiz uma temporada excelente. Quero trilhar esse caminho de novo. Vou continuar trabalhando, com foco diário, para chegar às finais e, depois, almejar a medalha. Vamos passo a passo", disse.

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