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Milly desabafa por cessar-fogo em Gaza: 'Estamos perto do apocalipse'

A colunista Milly Lacombe fez um desabafo familiar no Cartão Vermelho e apelou por um cessar-fogo na guerra entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza. Ela contou que seu avô foi vítima da Segunda Guerra Mundial e chamou atenção à urgência do que se passa na Palestina.

'Eu sou fruto de uma violência de guerra': "A gente está na antessala de um apocalipse, a gente ainda não se deu conta do que pode acontecer no mundo com essa guerra que já implodiu no Oriente Médio. Hoje, passei o dia vendo a imprensa oriental, imprensa iraniana, imprensa chinesa, imprensa de países árabes, Al Jazeera, e outras imprensas do Ocidente. As narrativas são duas, a verdade morre primeiro, então a gente precisa esperar e ter muita calma, mas as vítimas são reais, de todos os lados. Eu sou neta de um homem que foi fuzilado na Segunda Guerra Mundial pelos fascistas, eu sou fruto dessa violência de guerra, eu sei que minha vó nunca se recuperou e que minha mãe carrega isso até hoje com ela. Você não volta dessas memórias. Aumenta o antissemitismo, aumenta a islamofobia, ontem um menino palestino de 6 anos foi esfaqueado na Costa Leste americana, pelo dono da casa que soube que ele era palestino, entrou com uma faca e deu 26 facadas no rapaz.

'A única coisa é pedir um cessar-fogo, paz': "O antissemitismo está aumentando no mundo inteiro, a gente vê nas redes sociais comentários altamente antissemitas, então eu acho que a única coisa é pedir um cessar-fogo, é lutar pela paz, é tentar fazer com que isso seja interrompido. A gente já esteve nesse lugar antes, a gente não pode errar de novo, Israel e Palestina merecem ter nações soberanas, essas pessoas merecem viver em paz nessa parte do mundo que ela chama de minha. O que a gente está vendo é horroroso, é a antessala de um apocalipse, a gente deveria pensar sobre isso e acho que está todo mundo sentindo, está todo mundo com a bola mais baixa. Minha mãe tem 86 anos hoje, eu vejo a expressão de horror de ela vendo a TV anunciar o que está acontecendo, vejo ela voltar para os 10 anos, sem sapato, morando em abrigos e tendo que correr para debaixo da terra quando a bomba caía. Pessoas são feitas para brilhar, tem genialidade em Israel e tem genialidade na Palestina".

Assista ao Cartão Vermelho na íntegra

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