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UFC: Brasileiro mais próximo de McGregor detalha relação com falastrão

Johnny Walker, lutador brasileiro do UFC, durante luta contra Anthony Smith Imagem: Jeff Bottari/Zuffa LLC via Getty Images

Renan Liskai

Colaboração para o UOL, em Santo André (SP)

21/10/2023 04h00

Viver na Irlanda e ser treinado por John Kavanagh aproximou Johnny Walker, brasileiro que é o sétimo colocado da categoria meio-pesado do UFC, de Conor McGregor, um dos personagens mais marcantes da organização nos últimos anos.

Em entrevista ao UOL, o lutador brasileiro deu detalhes de sua relação com o irlandês falastrão. Idas ao pub de McGregor e algumas dicas fazem parte da amizade entre eles.

A gente não é muito íntimo, mas nos esbarramos às vezes. Eu vou lá no pub dele e temos o mesmo treinador [John Kavanagh]. O treinador é muito íntimo dele, fala com ele direto, pede conselho ou fala de mim para ele... Eu falo com ele às vezes nas redes sociais, ele me marca nas coisas. Também peço umas dicas. Johnny Walker

Para o brasileiro, no entanto, ainda falta mais um degrau para chegar no mesmo posto com McGregor: um cinturão.

A gente vai ficar mais íntimo quando eu subir um pouquinho mais de nível e pegar um cinturão. Vão ser dois campeões na Irlanda, aí não vai ter para onde ele correr. Vai ter que tomar um cafezinho comigo.

Caminho para o cinturão

A busca de Johnny Walker pelo cinturão da categoria meio-pesado tem um episódio importante hoje (21): o brasileiro encara o russo Magomed Ankalaev, atual segundo colocado no ranking, no UFC 294, em Abu Dhabi.

Na visão do brasileiro, uma vitória o deixará a uma luta de conquistar o cinturão que, por enquanto, não tem dono, mas será disputado entre o brasileiro Alex Poatan e o tcheco Jiri Prochazka em novembro.

Adversário de hoje, Ankalaev vem de uma sequência de dez lutas sem perder, somando nove vitórias e um empate. Esse fator não é uma questão que preocupa Johnny Walker, que vê a pressão toda em cima do russo.

Ele não vem mais embalado que eu, então com certeza [está pressionado]. Imagina eu bater nele, estou atrás no ranking... Se eu bater nele só vai mostrar que eu estou pronto para o próximo passo que é o cinturão. Para mim, é muito melhor lutar com quem está acima de mim no ranking. 'Ah, mas o cara é invencível, é um russo sinistrão...'. Manda vir.

Johnny Walker celebra vitória contra Paul Craig no UFC 283. Imagem: Buda Mendes/Zuffa LLC via Getty Images

O que mais Johnny Walker disse sobre a luta?

Preparação: "O treino foi muito bom, estou muito preparado. Fiz muitos treinamentos específicos para lutar contra ele. Eu cheguei aqui na quarta-feira passada e meu peso está como em todas as outras lutas, bem tranquilo. São três meses de dieta, comendo tudo certinho. Eu não deixo para fazer dieta no mês ou na semana da luta".

Convite recusado antes: "Na minha última luta, lutei três rounds, dei chute, soco para caramba e rompi um ligamento da mão que demorou dois meses para sarar. Por isso não aceitei a luta antes contra ele [Ankalaev]. Me ofereceram para lutar com ele há uns meses, mas eu falei que não dava, então me ofereceram mais para frente".

Avaliação do rival: "É o segundo homem mais perigoso da categoria nos números. É muito forte, tem poder de nocaute, wrestling, controle de solo, é canhoto e gosta muito de trabalhar a mão da frente. É um cara de alto nível e mal posso esperar para me testar contra ele".

Planos para aposentadoria

Hoje com 31 anos, Johnny Walker assinou sua renovação de contrato com o UFC em agosto. Segundo ele, esse pode ser o seu último contrato com a organização, uma vez que tem ainda mais oito lutas pela frente.

Não tenho certeza, mas estou feliz com esse contrato para ser o último para mim. São oito lutas: essa vai ser a primeira. Em oito lutas, dá para pegar o cinturão, defender ele, fazer um dinheiro e me aposentar antes de ficar velho e começarem a me bater. A gente tem vida útil na luta.

Johnny Walker cita o exemplo de Anderson Silva para explicar o motivo de querer se aposentar do UFC após o término do contrato atual.

A gente vira uma estrela, um campeão e aí todo mundo fica impressionado. Depois, eles querem construir outra estrela em cima de você porque você é campeão, tem nome... Igual o que aconteceu com o Anderson Silva: lutou com o Adesanya e fizeram o Adesanya em cima do Anderson. Logo mais, vão fazer alguém em cima do Adesanya, que está ficando velho também. Não tem como segurar o auge por muito tempo.

Com o dinheiro do novo contrato, Johnny Walker quer fazer investimentos para gerar renda no futuro. Após deixar o UFC, o lutador pensa em fazer lutas no boxe e curtir a família.

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