Stephanie Balduccini reconstrói confiança nos EUA e mira evolução até Paris

Promessa da natação brasileira, a carreira profissional de Stephanie Balduccini caminha lado a lado com a evolução da maturidade tanto física quanto psicológica. Aos 16 anos, Teté - como é chamada pelos amigos - disputou sua primeira edição das Olimpíadas em Tóquio-2021. De lá para cá, a jovem sentiu o peso das responsabilidades e foi testada pela sua própria mente, que muitas vezes a autossabotou.

Já não há mais dúvidas que Stephanie é uma das atletas brasileiras de destaque e levará ao Brasil ao pódio em muitas oportunidades. No início, ela não sentia esse peso, mas conforme foi se tornando adolescente, o sentimento de provação a perseguia incessantemente e ela passou a não acreditar mais em si mesma.

"Passei por um período difícil psicologicamente, em que a vozinha na minha cabeça falava muito mais alto e me fazia duvidar muito de mim. Nada que eu fazia era suficiente. Fui ficando mais velha, aí chegou todo aquele famoso período onde não é mais fácil melhorar a tempo. Só que eu nunca ficava satisfeita, nem com as pequenas conquistas. Acabei ficando desmotivada", declarou Stephanie ao UOL.

"Eu não celebrava mais nada, porque sempre pensava que poderia ter feito melhor. Eu sou super a favor de botar a expectativa lá no alto para te motivar, mas não se for para te desanimar se você não conseguir", refletiu a jovem, que completou 19 anos em setembro.

A grande virada de chave na vida de Stephanie foi a mudança recente aos Estados Unidos. Ela deixou o Brasil após o Mundial de Fukuoka, em julho, para iniciar os estudos e treinamentos na Universidade de Michigan.

"Foi difícil dar tchau para os meus pais — que sempre me prepararam para esse momento — e para o meu irmão gêmeo, mas tenho cada vez mais certeza de que foi a melhor decisão que tomei. Durante os treinos em Michigan, eu tenho conseguido reconstruir a autoconfiança com ajuda dos técnicos", comentou.

"Eu construí minha independência, porque estou sozinha lá. Tive que aprender a fazer e controlar a minha própria comida, o horário que eu durmo... Isso ajuda a me tornar não só uma nadadora melhor, mas também uma pessoa responsável, que consegue controlar a vida e aprender com os erros", acrescentou Teté.

Os resultados nos Jogos Pan-Americanos de Santiago motivaram ainda mais a nadadora mais jovem da seleção brasileira de natação. Foram cinco medalhas conquistadas, incluindo o ouro emocionante no revezamento 4x100m livre misto, duas pratas e dois bronzes.

"Estou animada para voltar para os Estados Unidos, alinhar tudo com o meu técnico. Em dois meses a gente já conseguiu construir algo incrível. Evolui muito, meus técnicos conseguiram consertar tanta coisa: minha respiração, minha angulação... Isso tudo em dois meses. Imaginem o que pode acontecer em um ano lá?", falou a nadadora.

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Mais confiante e ciente de que seu maior inimigo pode estar dentro de si, Stephanie sempre estará atenta à saúde mental. Mesmo tão jovem, ela entendeu que a performance na água depende muito de seu estado interno.

"Aprendi a duvidar tanto de mim. A quantidade de vezes que eu nadei e ouvi na minha cabeça que estava fazendo tudo errado é impressionante. Acho que, aos poucos, aprendi a ter mais de controle da minha saúde mental. E literalmente me ignorar", concluiu.

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