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Abel revela tristeza de Veiga no Palmeiras e explica ausência de Rony

Do UOL, em Santos

28/10/2023 22h17

O técnico Abel Ferreira revelou a tristeza recente de Raphael Veiga no Palmeiras e explicou a saída de Rony do time titular.

O que aconteceu

Raphael Veiga sentiu as críticas de parte da torcida, principalmente após a disputa de pênaltis da eliminação para o Boca Juniors na semifinal da Libertadores. "Andou triste. Os torcedores às vezes não têm noção que são agressivos. Ele falhou, eu falhei, todos falhamos. Deu muito ao clube nesses três anos que estou aqui e há críticas que nos deixam magoados. Ele sentiu. Os jogadores sentem de forma mais pesada, ele gosta de chamar a responsabilidade. O mais importante é ele ser resiliente, positivo, são oito ou nove anos do Palmeiras", disse Abel.

Abel passou confiança, pôs o meia em uma função de mais liberdade em campo e viu ele ser decisivo com o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Bahia hoje, no Allianz Parque, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro. "Muito bom para ele para ganhar confiança. Colocamos ele mais à frente, ele pode ser um 8 para ligar o jogo, mas pela qualidade também pode servir os dois da frente e fazer gols. É bom para ele e equipe que volte a fazer gols para se animar. Está um bocadinho de cara fechada, sim, e espero que acima de tudo continue fazendo o que tão bem faz que é ajudar o Palmeiras".

Já Rony, outro "xodô" do treinador, perdeu a vaga no time titular. Ele oscilou nos últimos meses e se tornou reserva. Rony e Veiga, inclusive, discutiram no jogo contra o Atlético-MG.

Isso foi logo resolvido. Perguntei se poderia marcar um jantar e eu pagaria. Eles disseram que estavam resolvidos. Nossos momentos de ajuda mútua são maiores que os momentos da cobrança. Quem faz sua parte pode cobrar, mas não foi por isso que o Rony saiu. Entendi que não dava o rendimento preciso

Abel Ferreira

Veja a entrevista completa de Abel Ferreira

Raphael Veiga

"Muito importante pela confiança. Andou triste. Os torcedores às vezes não têm noção que são agressivos. Ele falhou, eu falhei, todos falhamos. Deu muito ao clube nesses três anos que estou aqui e há críticas que nos deixam magoados. Ele sentiu. Os jogadores sentem de forma mais pesada, ele gosta de chamar a responsabilidade. O mais importante é ele ser resiliente, positivo, são oito ou nove anos do Palmeiras. Passou momento difícil como todos que não rendem de cara. Se transformou, veio melhor ainda. Muito bom para ele para ganhar confiança. Colocamos ele mais à frente, ele pode ser um 8 para ligar o jogo, mas pela qualidade também pode servir os dois da frente e fazer gols. É bom para ele e equipe que volte a fazer gols para se animar. Está um bocadinho de cara fechada, sim, e espero que acima de tudo continue fazendo o que tão bem faz que é ajudar o Palmeiras".

Busca pelo título

"Um jogo de cada vez, faltam nove, temos bom jogo contra o Botafogo. Queremos ganhar a cada jogo, claro, mas um de cada vez. Ganhar o próximo é o objetivo".

Chances criadas após abrir o placar

"Há jogos e adversários diferentes. Linha de cinco pode ser altamente agressiva ou totalmente defensiva. Posso jogar com cinco na linha da área ou com todos no campo adversário, como vimos hoje a diferença. Finalizamos mais de 20 vezes e fizemos apenas um gol. Qualquer sistema dá o que quisermos. Com pontas abertos, precisamos de um meia rompedor, como o Veiga. Dois pontas com centroavante precisam de meias que chegam na área. Se atacar com três contra linha de cinco, adversários têm vantagem. Colocamos o Veiga com dois atacantes, dois a dar largura e já estávamos cinco contra cinco, sem contar a superioridade numérica pelo meio. Foi o que fizemos. Hoje, ao contrário do último jogo, Luan começou mais na frente e depois baixou para dar profundidade aos jogadores de fora. Não é o sistema em si, é concretizar o volume de chances. Fiquei um pouco aborrecido ao ver 20 e não sei quantas finalizações para um gol, como foi contra o Boca, hoje e contra o São Paulo finalizamos 12 e fizemos cinco gols. O nosso jogo, na minha opinião como treinador, era para três ou quatro, mas não conseguimos. Temos que ter calma com a bola para passar a quem tiver melhor condição. É muita responsabilidade jogar no Palmeiras, precisa passar a bola ao lado. Jogo foi diferente, adversário diminuiu espaço, mas tivemos volume, finalizações, muita gente na área. Os sistemas dão o que tu quiseres".

Gustavo Gómez e Murilo ajudando o ataque

"Começamos com o Luan na frente, os dois outros zagueiros por fora. Baixei um pouco o Luan e dei liberdade ao Gómez, ele gosta. Não queria dizer a palavra liberdade, mas é liberdade com responsabilidade, não só atacar. O Veiga aproveitou os espaços do Breno entrelinhas e aberto quando o Breno centraliza. Fabinho sempre centralizado em um 3-1. Temos tido nesses últimos jogos uma disciplina tática, mas com liberdade para sair das posições e fazer as posições dos outros. Falaram na época da Holanda sobre o futebol total. Podemos trocar as posições, mas temos que cumprir as funções. Fizemos bom jogo, mas a diferença foi eficácia. Se levássemos um gol no fim, falaríamos que o jogo foi porcaria e o Bahia se defendeu bem. Fizemos jogo semelhante ao São Paulo e não podemos desperdiçar tantas chances. O volume que o Palmeiras cria, somos um dos melhores ataques, mas criamos para fazer mais".

Falta no Endrick no gol

"Esse árbitro apitou contra o Internacional, jogo difícil... Para mim, um dos melhores árbitros. Erra, sim, errou um escanteio, mas segue as leis do jogo que são claras. Há falta, mas a bola segue em poder e tem que deixar seguir. É só seguir as leis, top. Eu gosto deste árbitro".

"São fracos. Se fizerem isso [parar o jogo], é porque são fracos".

Fabinho titular

"Ainda não tenho resposta sobre o estado físico dele. Fez jogo muito bom, seguro, não jogava há um tempo e aproveita as oportunidades. É opção para substituir Zé ou Rios".

Artur

"Nós no futebol, eu também e os jogadores, nós queremos estar na melhor forma, a perfeição. Infelizmente, há ondas. O Artur chegou muito bem, melhor que todos esperavam, voando. Mas depois é normal, ao longo do tempo, oscilar. Não foi tão bem às vezes, equipe não ajuda. Jogadores precisam ler o momento, assimilar e dar a volta. Não resgatei, é mérito deles. Eles sentem. Por mais que eu queira chamar a responsabilidade quando não dá certo, mas são eles próprios, com a nossa ajuda, que conseguem. Mesmo em momentos que as coisas não acontecem, é fundamental manter a autoestima. Não é confiança pois oscila, mas não podemos perder a autoestima. As pessoas confundem autoestima com arrogância. Posso dizer que sou bom ou magrinho, é autoestima. A confiança oscila, mas o que tem a ver com o valor de quem sabe que é bom? A autoestima não pode vacilar. Artur tem entrado muito bem, fazia essa função de meia também no Bragantino. Temos posto ali, o López também. Sei que não gostam muito que eu mexa, mas não vou mudar agora. Os resultados não são tão maus assim nesses três anos, apesar dos erros, os acertos são maiores".

Mudanças do Bahia

"Não esperávamos a linha de cinco, mas quando sai a escalação, converso com os jogadores e há uma forma de criar dificuldades contra linha de cinco. Uma coisa é linha de cinco sempre, outra é para um jogo. Quando se coloca lateral e ponta, quem marca cada um? Zagueiro ou lateral? Não posso dizer tudo, mas abrimos um pouco mais o Endrick e o Breno para a linha de três abrir. Mayke na frente e começamos com Luan também à frente, mas não funcionou. Luan desceu, ganhamos largura e o adversário fechou-se bem, mas só fizemos um gol. Poderíamos ter feito mais gols, criamos. Passe majestoso do Murilo, o Breno tem que valorizar. O passe do zagueiro assim? Poucos veem. Poderíamos ter feito nessa e outras jogadas. Bom jogo, com muito volume, mas poucos gols".

Rony fora e a discussão com Raphael Veiga

"Rony estava mais sensível, se cobra muito. Foi considerado um dos maiores artilheiros da história da Libertadores, teve proposta para ganhar não sei quantas vezes mais. Nos ajudou muito, com muitos gols. Mas é verdade que podemos discutir se tinha que sair mais cedo ou mais tarde. Tem nada a ver com comportamento. Isso foi logo resolvido. Perguntei se poderia marcar um jantar e eu pagaria. Eles disseram que estavam resolvidos. Nossos momentos de ajuda mútua são maiores que os momentos da cobrança. Quem faz sua parte pode cobrar, mas não foi por isso que saiu. Entendi que não dava o rendimento preciso. Uma forma de resguardar jogador é tirá-lo. Já mostrou do que é capaz. Se isso afeta autoestima, é mais difícil. A confiança é uma coisa, autoestima é outra. É um excelente jogador, com características próprias: profundidade, área. Em alguns momentos do jogo não posso pedir que aproxime e conecte o jogo, ele tem outros pontos fortes. Tem gol, movimentação, ruptura. Nos deu muito há uns bons meses e eu o resguardo para voltar a ajudar. Exigimos muito dos profissionais, todos querem ser perfeitos e ganhar todas de 5 a 0, com todos os títulos, mas não é possível".

Mudança de função do Raphael Veiga

"Quando o Veiga joga atrás da linha defensiva do adversário e à frente dos nossos volantes, o centro do jogo tem muito trânsito. Precisa pensar rápido. Antes conduzia, mas saindo do meio para fora para ganhar espaço. Se não faz de 8, não vai fazer de 10. Jogadores gostam de tocar na bola, não precisa tocar sempre. Tem que tocar bem sempre que toca. Jogador brasileiro de forma geral é peladeiro, vai para frente da bola, mas muitas vezes precisamos esperar a bola chegar para depois servir bem. No centro do terreno, há menos espaço e um ou dois toques. Mas sem bola, precisa chegar na área. Tem que correr sem bola. Quando busca a bola atrás, precisa conduzir. Nas costas ou na frente dos volantes adversários, não há muito espaço. O garçom serve ou chuta. É a função dele. Eu peço isso e foi o que fez hoje. Função é gol ou assistir".

Richard Rios

"Meu presidente do Braga, Salvador, dizia que os jogadores de 30 ou 40 milhões ele consegue ver. Ele queria jogadores baratinhos de segunda liga. Sou muito grato por tudo que ensinou. Foi assim com o Rios. Nós o seguíamos. Não foi reforço, foi reposição ao Atuesta. O recrutamento com Anderson Barros sugeriu essa reposição. Oscilar é normal. Não gosto de dar muita moral pois tenho medo de irem muito acima, equilíbrio é fundamental. Tenho alguma dificuldade de elogiar muito, mas o Rios é consistente, um senhor jogador. Recupera, passa, liga. Importante que o Palmeiras tenha buscado um jogador desse calibre. Dou os parabéns ao Barros pela indicação e o recrutamento pela procura dos melhores jogadores".

Luan e o melhor passe entre os zagueiros

"Se eu tiver Luan pela direita, vai jogar mais pela direita. Se tiver no meio, joga pelo meio e dois lados. No centro do jogo, tem capacidade de jogar para direita, esquerda e progredir. Já jogou na direita, é verdade. Muitas vezes quando digo que... Tenho que ter cuidado. A minha função como treinador é entender o que temos com bola, progredir como fez o Gómez, tocar e passar. Talvez não consiga fazer as coberturas laterais do Gómez. Num esquema tático, não olho só para o momento com bola. Posso jogar com dois, três ou quatro atacantes com bola, mas e o equilíbrio? Muito agressivo com bola, mas pouca gente para defender. A palavra que define é equilíbrio. Temos que ser equilibrados. Aí leva um gol e precisa ir atrás, virar. Não podemos ter todos no ataque. A última vez do Brasil campeão do mundo... Vocês sabem o sistema, né? Como Guardiola ganhou a última. Antes foi criticado por jogar sem volante, o Chelsea jogava com três zagueiros. Está tudo certo. Se tivermos mente aberta para perceber tudo, os sistemas dão o que quisermos. 5-4-1 ao 5-3-2 pode ser altamente agressivo e defensivo. O que peço é equilíbrio".

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