Surpresa da Liga Futsal é da capital do chimarrão e aposta em 'quarentões'
A cidade de Venâncio Aires, no interior do Rio Grande do Sul, é considerada como a capital nacional do chimarrão. Mas ela também passou a ser reconhecida por um outro motivo: o sucesso da Assoeva na Liga Nacional de Futsal.
Neste ano, mais uma vez a equipe está em evidência. É a grande surpresa entre os oito classificados para as quartas de final da competição.
A classificação veio com a vitória na prorrogação contra o tradicional Jaraguá, fora de casa, com cerca de 6.500 torcedores do adversário no ginásio.
"Não foi nenhuma surpresa. A gente sabe do nosso potencial. Sabíamos que se ganhássemos em casa, tudo poderia acontecer no segundo jogo. E foi o que aconteceu. O trabalho está sendo bem feito", disse o ala Valdin.
Agora, o adversário nas quartas é o Cascavel. A Assoeva joga a ida em casa, em 5 de novembro, e será visitante na volta, no dia 13 do mesmo mês.
Experiência e juventude
Para derrubar um dos favoritos e mais uma vez chegar nas quartas de final, a Assoeva tem como pilares da equipe três "quarentões": o fixo Boni, de 43 anos, o ala Bruno Souza, de 40, além de Valdin, de 44, o jogador mais velho em toda a LNF.
"Se não se preparar ao longo da carreira, não chega nessa idade jogando com intensidade. Temos uma comissão aqui que trabalha com a gente, temos um descanso maior que a molecada, o que é primordial pra estarmos 100% nos jogos. O cuidado fora de quadra também conta muito. É um conjunto", explicou Valdin.
Ele também valoriza a mistura com a juventude do elenco, já que a Assoeva conta com muitos garotos.
"Essa mistura é muito importante e válida. Estamos jogando com meninos de 20 anos, na primeira LNF. Tenho 20 anos a mais que muitos aqui. Muitos se inspiravam em nós anos atrás e jamais imaginaram dividir vestiário e quadra com a gente. A comissão auxilia todos, mas aquele algo a mais, da experiência de jogador, ajuda muito", disse.
Inspiração em 2017
A melhor campanha da Assoeva na história da LNF foi em 2017, com o vice-campeonato. Valdin e Boni, inclusive, faziam parte daquele elenco.
Assim como em 2023, naquele ano a equipe fez uma primeira fase irregular e foi crescendo nos playoffs. E Valdin vê semelhanças nas duas situações.
"Vem um filme na cabeça sobre 2017. Tivemos uma campanha irregular na primeira fase, ficamos alguns jogos sem vencer, mas classificamos. A gente foi eliminando os adversários e os favoritos foram caindo. A gente pensa que esse ano pode ser igual. Se for, vai ser maravilhoso", declarou.
Chimarrão pra todo lado
Pra quem vive em Venãncio Aires, cidade de cerca de 70 mil habitantes, é impossível não ter relação com o chimarrão. A tradicional bebida gaúcha é o principal símbolo do município.
Newsletter
OLHAR OLÍMPICO
Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receberO ginásio onde a Assoeva manda seus jogos, por exemplo, se chama Parque do Chimarrão. A cidade sedia anualmente a Festa Nacional do Chimarrão. As referências estão por todos os lados.
E até Valdin, nascido no Nordeste, colocou a bebida em seu dia a dia.
"Eu já moro no Rio Grande do Sul há 15 anos, passei por Caxias, Farroupilha, Venâncio Aires e Carlos Barbosa. Em todas essas cidades, eles têm o costume de tomar. Mas quando eu cheguei aqui, o costume é muito mais elevado, tanto que é a Terra do Chimarrão. Se você chegar em qualquer estabelecimento aqui hoje, você encontra o chimarrão".
"Na primeira passagem aqui, eu já tomava. Eu tinha amigos que são o 'gaúcho-raiz' mesmo. Mas depois que vim pra cá comprei minha garrafa e minha cuia. Tomo mais na época do frio. Não tomo todos os dias, mas tomo uns dois ou três dias por semana", explicou.
Deixe seu comentário