Fê Garay fala sobre função de repórter do COB no Pan: 'Desafio diferente'
Ouro olímpico no vôlei em Londres-2012, Fernanda Garay, a Fê Garay, está em uma nova função durante os Jogos Pan-Americanos de Santiago. Ela é uma das repórteres do Canal Brasil Olímpico.
É um desafio de diferentes maneiras, e que me desafia de várias formas. Mas eu gosto do desafio. Como atleta, sempre me desafiei, então, posso dizer que estou curtindo muito. Está sendo uma oportunidade muito valiosa para mim. Me joguei Fê Garay
Após as Olimpíadas de Tóquio, quando ganhou a medalha de prata, Fê Garay anunciou uma pausa na carreira para realizar o sonho de ser mãe. À época, ela tinha 34 anos.
Ela participou do "Destino: Paris", programa diário no canal do UOL Esporte no YouTube durante o Pan-Americano.
"Eu tinha tido uma experiência bastante breve logo na temporada seguinte [da pausa]. Pude acompanhar alguns jogos na fase final da Superliga, quando eu fiz algumas matérias para o Esporte Espetacular [da Globo]. Foi uma baita experiência e vi o quanto poderia ser bacana, divertido, e que poderia ser uma possibilidade de ainda estar nesse ambiente", começou.
"Quando veio essa possibilidade de estar aqui, em Santiago, foi mais um desafio. Tive a oportunidade não só de estar próximo do vôlei, mas também tive uma passagem em outros esportes. É um desafio de diferentes maneiras", completou.
O colunista Demétrio Vecchioli brincou com o fato de Fê Garay ter ganho uma cadeira em uma das zonas mistas — local onde passam os atletas após as provas — em que fez a cobertura.
"Eu vou falar a história toda (risos). Todos os dias no vôlei fiquei em pé como todo mundo. No último dia, acompanhei a disputa do terceiro lugar e depois fiquei para o jogo do Brasil, que seria a final. Eu fiquei sentada no chão. E daí, uma pessoa da organização, muito gentil, veio e me deu a cadeira, e falou: 'Uma campeã olímpica não pode ficar sentada no chão'. Eu aproveitei o meu benefício. No outro dia, também me trouxeram uma e eu agradeci bastante, não me fiz de rogada", lembrou, aos risos.
Durante o programa, Fê Garay também comentou sobre os estudos que faz antes das coberturas, e mostrou um caderninho em que fazia anotações sobre o time de vôlei masculino da Colômbia.
"É dedicação, e acredito que isso está no meu DNA, sabe? Com essa pausa, tive a possibilidade de experimentar outros ambientes e ver o que eu me dedico da mesma forma [dos tempos de atleta]. Eu me proponho a fazer as coisas da melhor maneira possível", afirmou.
Ela citou também a questão da preparação dos atletas para a vida após deixar os respectivos esportes.
"Eu preciso ser muito sincera em dizer que, agora mesmo, não estava pensando em ser uma repórter. Eu não falei: 'Vou dar um tempo aqui com o voleibol e vou tentar uma carreira como repórter'. O que aconteceu é que vieram essas possibilidades, e eu abracei. Quis experimentar. Ao longo da nossa carreira, nos dedicamos ao máximo para uma coisa muito específica, que é a performance dentro do esporte. Então ,um atleta vive muito dentro de uma bolha, dedica toda a vida para isso. No Brasil, a gente não tem a possibilidade de conhecer outros assuntos, fazer outras coisas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os atletas que fazem universidade, eles se dividem entre a universidade e o esporte. É uma outra cultura. Os atletas americanos, quando vão jogar profissionalmente, eles já têm uma outra profissão. Com a gente, não acontece isso. Você encerra a carreira e precisa iniciar do zero uma nova. Eu me permiti experimentar essas oportunidades que me apareceram, e é isso que eu estou fazendo", ressaltou.
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