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Brasil conquista duas medalhas na maratona aquática feminina do Pan

Ana Marcela Cunha na final da maratona aquática no Pan 2023 Imagem: FRANCOIS-XAVIER MARIT/AFP
Beatriz Cesarini e Arthur Macedo

Do UOL, em Santiago (Chile) e São Paulo

29/10/2023 11h08

O ouro não veio, mas o Brasil faturou medalhas na maratona aquática feminina de 10 km no Pan 2023. A atual campeã olímpica Ana Marcela Cunha ficou com a prata, enquanto Viviane Jungblut repetiu o bronze conquistado há quatro anos em Lima.

O que aconteceu

As atletas precisaram lidar com um obstáculo a mais na maratona: a temperatura da água. A temperatura na Laguna Los Morros estava acima dos 16ºC mínimos para a realização da prova, mas abaixo de 18ºC. Portanto, o uso do traje neoprene — que cobre braços e pernas — foi obrigatório.

As duas brasileiras fecharam a primeira volta fora do top 3. Ana Marcela e Viviane ficaram separadas por pouco mais de um segundo, na quarta e na quinta posição, respectivamente. A prova foi composta por oito voltas.

As brasileiras se firmaram na briga pelo pódio a partir da terceira volta. Ana Marcela foi a perseguidora mais próxima da norte-americana Ashley Twichell. Ela perdeu contato com a líder na sétima volta, e a distância chegou a 11,6 segundos.

Ana Marcela tentou arrancar no fim, mas seu ritmo não foi suficiente para alcançar a liderança. Twichell ficou com a medalha de ouro, fechando a prova em 1h57min16s. Cunha terminou 13 segundos atrás e foi medalhista de prata. Viviane Jungblut finalizou a maratona em 1h57min51s, assegurando o bronze.

Fiz a cirurgia (no ombro) há 11 meses, e foi justamente usando o traje que acabei lesionando por total. Sempre há um receio, um medo de colocar de novo. Estava praticamente há um ano e seis meses sem colocar o traje. Foi uma prova muito de superação, eu contra eu mesma o tempo inteiro Ana Marcela Cunha

Além da insegurança por conta do traje, Ana Marcela competiu em ambiente que não é o seu favorito. A medalhista de ouro em Tóquio-2020 e pentacampeã mundial se sente mais à vontade nas águas agitadas do oceano. A prova de hoje foi realizada em lago artificial.

Temperatura baixa

A preocupação com a temperatura em provas de águas abertas cresceu nos últimos anos. Um episódio chave para impulsionar o cuidado de organizadores foi a morte do norte-americano Fran Crippen na Copa do Mundo de 2010. A água estava a 32ºC em Fujairah, Emirados Árabes Unidos.

O número de barcos e lanchas de monitoramento aumentou após a morte de Crippen. Também foi determinada a temperatura mínima (16ºC) e máxima (31ºC) da água para realização de competições.

Uma brasileira já sofreu com temperatura baixa em maratona aquática. Poliana Okimoto sofreu hipotermia nos Jogos Olímpicos de 2012, quando a água estava a 19ºC, e foi obrigada a abandonar a prova.

Apesar da preocupação, o maior impacto da baixa temperatura foi a obrigatoriedade do uso do traje neoprene. As atletas relataram após a prova que não sentiam frio dentro da água, e que o uso da roupa de borracha limita sua mobilidade.

Aqui fora está muito mais frio do que dentro da água. A gente não tem muitas provas com esse traje no Brasil, então isso acaba sendo, de certa forma, um diferencial ruim para a gente Viviane Jungblut

Atleta versátil

Viviane Jungblut é a única atleta do Time Brasil a conquistar medalhas em duas modalidades diferentes. A nadadora de 27 anos subiu ao pódio na natação (800m e 1500m) e na maratona aquática.

Com o resultado de hoje em águas abertas, Viviane supera o número de medalhas do último Pan. Ela chegou ao seu terceiro bronze em Santiago, acima das duas que conquistou em Lima há quatro anos.

Peguei duas de bronze já na piscina, já cheguei mais carregada. Sabia que minhas adversárias eram fortes e estavam preparadas. Fui para a água brigar por uma medalha e hoje deu Viviane Jungblut

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