GP São Paulo vai homenagear Barrichello pelos 30 anos da estreia na F1

Por ele, as arquibancadas de Interlagos explodiram em torcida algumas vezes. Com ele, Interlagos lamentou azares tantas outras. A vitória em casa nunca veio, mas uma marca importante foi conquistada: nenhum brasileiro correu tanto de Fórmula 1 no circuito.

O GP São Paulo, 20ª etapa do Mundial, no próximo fim de semana, fará uma homenagem ao mais famoso ex-vizinho do autódromo: Rubens Barrichello.

Há uma data redonda para celebrar: 30 anos de sua estreia na F1.

Foi no GP da África do Sul, na abertura da temporada de 1993. Barrichello tinha 20 anos quando alinhou sua Jordan numa boa 14ª colocação do grid de Kyalami _eram outros tempos, 26 pilotos largaram naquela prova. Abandonou na 32ª volta, com um problema no câmbio.

Duas semanas depois, corria de F1 em Interlagos pela primeira vez.

"Naquela época, as equipes menores tinham mais dificuldade com a confiabilidade do carro no início do campeonato. Interlagos era uma das primeiras provas do calendário e a gente chegava de mãos atadas. Tanto que eu tive um problema hidráulico no Brasil. Mas a alegria de participar de um evento em casa foi demais", disse o piloto à revista oficial do GP São Paulo.

Era apenas o início de uma trajetória das mais longevas. Foram 322 GPs até o fim de 2011, 19 deles em Interlagos. Além de Jordan, passou por Stewart, Ferrari, Honda, Brawn e Williams.

No circuito paulistano, viveu momentos marcantes.

Em 1999, por exemplo, conseguiu a façanha de liderar 23 voltas do GP com a Stewart. Interlagos foi à loucura, mas murchou com uma quebra de motor que o deixou pelo caminho.

Continua após a publicidade

No ano seguinte, seu primeiro pela Ferrari, viu o autódromo vestido de vermelho. Largou em quarto, chegou a liderar duas voltas, mas abandonou com um problema hidráulico.

Barrichello abandona o GP Brasil de 2003 com pane seca na Ferrari
Barrichello abandona o GP Brasil de 2003 com pane seca na Ferrari Imagem: Antônio Gaudério/Folhapress

Em 2003, a explosão da torcida veio no sábado: pole position com a Ferrari. No domingo, porém, um dos momentos mais dolorosos da carreira: um erro de cálculo da equipe o deixou sem combustível a oito voltas da bandeirada, quando liderava o GP.

Barrichello largaria na pole em casa outras duas vezes: em 2004, ainda na Ferrari, e em 2009, pela Brawn. Terminou as provas em terceiro e nono, respectivamente.

Ao sair da F1, estabeleceu o recorde de GPs disputados na categoria, marca que só foi superada anos depois por Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton.

Disputou a Indy em 2012, com desempenho discreto, e desde 2013 é um dos destaques da Stock Car. Bicampeão da categoria, carrega no currículo uma redenção: seu segundo título, no ano passado, foi conquistado justamente em Interlagos.

Continua após a publicidade

A homenagem deste fim de semana não ficará restrita às arquibancadas de Interlagos.

Barrichello é um personagem dos mais queridos do paddock e certamente será celebrado por ex-colegas, por ex-mecânicos, por onde passar.

Por alguns momentos, voltará a ser o centro das atenções. Viverá, enfim, um final feliz no circuito que tanto ama.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.