Ele foi de projeto social ao basquete dos EUA, e agora quer brilhar no Pan

"Eu não tenho medo, não". A frase foi dita por Reynan ao ser questionado sobre o estilo em quadra, mas mostra também um pouco da personalidade do ala-armador da seleção brasileira de basquete.

Oriundo de um projeto social, o menino de Araraquara chega aos Jogos Pan-Americanos de Santiago em meio à aposta no "sonho americano", e busca conquistar espaço após o corte às vésperas do Mundial da categoria.

É sempre uma experiência ótima estar na seleção. Almejamos o ouro, claro. Individualmente, quero buscar o máximo possível, evoluir. Treinei com a seleção, mas acabei cortado. Agora, vou ter oportunidade Reynan

Do projeto à coroação

Nascido em Araraquara, interior de São Paulo, Reynan teve os primeiros contatos com o basquete por meio do projeto "Sonhando alto", no bairro Jardim Cruzeiro do Sul. Mas, como ele disse, não teme coisa alguma.

Aos 15 anos, saiu de casa e chegou ao Franca, onde passou a ser tratado como joia. Destacou-se e integrou o time que foi campeão do NBB pela primeira vez, em 2021/2022. O bi veio na temporada seguinte.

"Eu comecei em um projeto, no 'Sonhando alto', e, desde lá, queria algo grande. Eu sonhei com esse objetivo que eu estou vivendo agora. Sonhava e almejava algo assim. Olhar para trás e ver que deixei minha família e amigos por algo maior, me motiva. E ver que eu estou perto me motiva ainda mais", afirmou.

Olhar para a minha família e saber que eles estão me apoiando desde o início... Se eu falar, começo a me emocionar, porque eu vim do pouco, eu nunca tive muito na minha vida, e estar proporcionando isso para a minha família é o meu maior sonho. Meu segundo maior sonho é chegar à NBA. O primeiro é poder ajudar eles, e isso é muito gratificante para mim Reynan

No ano passado, o jovem foi convocado para a seleção sub-23, comandada pelo ex-jogador Tiago Splitter, e integrou o grupo campeão do Global Jam de basquete.

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Um dos pontos que chamou a atenção foi a coragem em quadra. "Eu não tenho medo de nada, não. Tenho de ir para cima mesmo. Sou esse moleque ousado. O que der vontade de fazer, vamos fazer em quadra; Se o cara é Top 1 ou Top 50, estou lá para fazer o meu trabalho".

Sonho da NBA

Há pouco mais de dois meses, Reynan fez um movimento considerado ousado. Notificou o Franca — clube com o qual tinha contrato até o fim do ano que vem — a saída e partiu para os Estados Unidos. Na Terra do Tio Sam, defende o Cold Hearts, que disputa o Overtime Elite, liga criada em 2021 e que envolve jogadores de 16 a 20 anos, de diversas nacionalidades.

É um conceito profissional, eles trabalham para irmos para o profissional, tanto o NBA quanto o NCAA. É uma preparação para algo maior. Foi de grande parte minha ter esse sonho de jogar na NBA, uma oportunidade que eu vi e que poderia estar mais perto da NBA. Por isso eu escolhi estar lá Reynan

Mas se tem algo que faz Reynan demonstrar um pouco de temor é falar em inglês frente aos microfones: "Não, não. Aí, eu tenho vergonha". O ala-armador ainda arrisca na língua estrangeira, mas ressaltou a boa recepção que teve. "Eu achei que o pessoal seria mala, como falamos aqui, mas geral me abraçou".

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Pan-Americano

O Brasil embarcou para Santiago na quinta-feira, e estreia na tarde de hoje, contra o México. O time verde e amarelo volta ao Pan após o título em Toronto-2015 e a ausência em Lima-2019.

"A seleção tem muitos jogadores experientes e estar com eles é muito bom para mim. Tenho 19 anos e vou desfrutar ao máximo de tudo isso", afirmou.

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