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Não há lugar como Interlagos, e a F1 provou disso mais uma vez

Interlagos tem um quê de magia. É difícil explicar.

Tem sobe e desce, tem curvas de todo tipo, tem retas velozes. Tem seu clima imprevisível, maluco. E isso tudo cria uma mix que, ano após ano, deixa a F1 boquiaberta.

Em 2022 teve pole na corrida sprint para Kevin Magnussen. Em 2023, a pole do GP ficou nas mãos do grande favorito: Max Verstappen. Mas a chuva causou várias surpresas logo atrás.

Na história, é difícil achar um ano em que algo estranho não tenha acontecido no circuito paulistano. E isso é ótimo, ainda mais no final de um campeonato tão insosso.

É a 31ª pole de Verstappen na F1. Assim, ele supera Nico Rosberg e fico isolado na oitava posição do ranking. O próxima a buscar é Nigel Mansell, com 32. Depois, vem uma marca que teve contornos míticos por décadas: as 33 poles de Jim Clark.

Charles Leclerc sai em segundo, com a Ferrari. A segunda fila é totalmente fruto de Interlagos: Lance Stroll e Fernando Alonso, a dupla da Aston Martin. Lewis Hamilton e George Russell saem na terceira fila. Sergio Pérez, companheiro de Verstappen, é apenas o nono.

"Nunca tinha passado por algo assim", disse Verstappen, enquanto concedia uma entrevista atrapalhada por estrondos de trovões.

"É inédito na minha carreira. Na curva 4 não estava chovendo. De repente a pista ficou muito difícil de pilotar", resumiu Leclerc.

O Q1 começou com pista seca e viu a desmoralização total do treino livre.

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Mesmo com o asfalto em temperatura semelhante, na casa dos 40°C, todos desintegraram rapidamente os tempos da manhã. Resultado direto dos pneus macios e de um pouco mais de pressão no pedal do acelerador.

Em números: Sainz cravou 1min11s732 na sessão livre. Isso lhe daria o 19º tempo na primeira rodada de voltas da classificação.

Faltavam dois minutos quando Stroll entrou pelo rádio: "Gotas de chuva! Gotas de chuva!"

Max Verstappen comemora a pole para o GP São Paulo, em Interlagos
Max Verstappen comemora a pole para o GP São Paulo, em Interlagos Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Nada que atrapalhasse o fim do Q1. Russell, inclusive, melhorou: cravou 1min10s340 e ficou com a melhor marca. Verstappen ficou em segundo, seguido por Leclerc, Hulkenberg e Piastri.

Os cortados, Tsunoda, Ricciardo, Bottas, Sargeant e Zhou.

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O Q2 começou com ameaça de chuva e temperatura do asfalto caindo para 36°C. Assim, todo mundo foi pra pista assim que a luz verde foi acionada no final do pit lane.

Na primeira série de voltas, Verstappen mandou 1min10s162. Norris o superou por 0s141 e garantiu o primeiro lugar. Pérez ficou em terceiro.

Hulkenberg, Ocon, Gasly, Magnussen e Albon foram os eliminados da vez

Foi quando Interlagos mostrou sua cara: a garoa apareceu, a meteorologia indicava chuva apertando nos minutos finais da sessão.

Mais uma vez, corre-corre na saída dos boxes.

Sem tempo pra brincar, Verstappen fez 1min10s727. Piastri, que vinha rápido, escapou. Sainz idem. Leclerc fez o segundo tempo. Pérez ficou apenas em nono.

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Todos retornaram para os boxes, mas não houve tempo para uma última tentativa.

Quem tinha tempo, se deu bem. Quem não tinha, dançou. (Na chuva, no caso).

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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