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"Não tenho medo de esperar pela Fórmula 1", diz Drugovich

Felipe Drugovich, piloto reserva da Aston Martin, em Interlagos Imagem: Miguel Costa Jr/GP São Paulo

Fábio Seixas

03/11/2023 04h00

Felipe Drugovich tem uma fixação: correr na Fórmula 1. E, por isso, rejeitou propostas de outras categorias para correr neste e no próximo ano.

"Já perdi muitas chances por estar esperando pela F1, mas não tenho medo", disse ao UOL, em entrevista exclusiva no paddock de Interlagos.

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Na Fórmula E, chegou a conversar com pelo menos dois times, Maserati e Andretti. Na Indy, foi convidado para um teste pela equipe Ed Carpenter Racing. Não aceitou nem uma nem outra.

Anunciado como piloto reserva da Aston Martin por mais uma temporada, o paranaense de 23 anos diz que chegou a sentir o gosto de correr um GP quando, às vésperas da abertura do campeonato, o titular Lance Stroll fraturou o punho direito. E não descarta a chance de correr pela Williams no ano que vem _seu contrato com a equipe inglesa o liberaria diante de uma proposta para ser titular em outro time.

"Depende muito do que eles vão fazer lá", afirmou, na entrevista abaixo.

A Aston Martin anunciou sua renovação como piloto reserva. Como você encara este segundo ano na função?

Tentando focar no meu trabalho, tentando ser um piloto melhor a cada dia, melhorando em cada área. E também tentando mostrar para minha equipe e para as outras que tenho condições de estar lá um dia. No fundo é o mesmo tipo de trabalho, mas agora com muito mais experiência.

No Bahrein, você chegou a sentir um gostinho de que iria correr?

Gostinho? Senti um gostão. Quase corri lá, cheguei muito perto. Mas não rolou e não tenho nenhum problema com isso. Quero correr como piloto assinado pro ano inteiro e não sendo chamado de última hora. Quero estar lá como piloto titular e é pra isso que estou trabalhando.

No ano passado, aqui mesmo em Interlagos, você disse que buscaria outra categoria para correr em 2023, até para manter a forma. Você não correu em nenhum outro lugar. O que aconteceu?

Eu estou ainda 100% focado aqui. E essa é a razão. Se eu for fazer outra categoria, eu vou fazer para ganhar. Mas muitas equipes que querem um piloto para ganhar não querem dividir esse piloto com a F1. Então fica meio complicado.

Neste ano não achei nenhuma oportunidade que seria vencedora. Tive vários contatos para o ano que vem, já perdi muitas chances por estar esperando pela F1, mas não tenho medo de perder oportunidades tentando alcançar meu objetivo. E ainda há algumas conversas, talvez eu esteja em alguma categoria para me manter na ativa.

Correndo toda uma temporada ou fazendo provas eventuais como no WEC [o Mundial de Endurance], por exemplo?

WEC seria muito bom, acho que seria uma ótima opção. Ou IMSA. O Hypercar hoje é uma categoria que está crescendo muito, então seria muito legal.

Felipe Drugovich chega a Interlagos com Pedro de la Rosa, consultor do programa de desenvolvimento da Aston Martin Imagem: Aston Martin

A renovação com a Aston Martin significa o fim das chances de correr na Williams em 2024?

Depende muito do que eles vão fazer lá. Eles vão esperar até o fim do ano, mas eu não podia esperar tanto. Logicamente, se vagar um carro lá eles podem me procurar. E acho difícil uma equipe segurar um piloto reserva que tem convite para ser titular em outro lugar. Então isso é uma coisa boa. Mas agora estou pensando na Aston Martin.

Vários pilotos brasileiros antes de você reclamavam sobre a falta de apoio de empresas brasileiras. O que o apoio de uma empresa como a Porto significa para você nesta luta para chegar à F1?

Significa muito. Ter uma empresa brasileira deste tamanho me apoiando é uma coisa incrível, algo que nunca imaginei. Estou muito feliz com isso, é um apoio que me deixa super seguro e mais tranquilo para continuar buscando meus objetivos.

Você andou com o carro deste ano no Bahrein, em Monza e fez outros dez dias de testes com o modelo de 2021. O que você conseguiu entender melhor sobre um carro de F1?

Há várias coisas que a gente não tem nas categorias de base, na Fórmula 2, na Fórmula 3... Principalmente os ajustes no carro, os botões no volante. Todo mundo fala "botão", mas na verdade são ferramentas, porque permitem que a gente extraia mais performance do carro. Diferencial, balanço de freios, freio-motor... Muita coisa que a gente não tem nas categorias de base e que exigem muita agilidade do piloto. Melhorei muito nisso.

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